
O governador Mauro Mendes (DEM) aproveitou a continuação da série de entrevistas concedidas a rádios na última semana para criticar o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e o ex-governador Pedro Taques (PSDB), justificar a situação econômica do Estado (“temos 15 megasenas de fim de ano acumuladas em dívidas com fornecedores, de R$ 3,575 bilhões”) e o não pagamento da RGA ao condicionamento da lei. Para ele, o prefeito deveria “trabalhar mais e conversar menos”. Disse também que deve conseguir pagar os funcionários públicos no dia 10 a partir de “junho ou julho”.
“Não tenho nada contra o prefeito só digo pra ele o que falo pra qualquer político: Emanuel, trabalhe mais e converse menos. Ouvi muita conversa, Cuiabá ouviu muita conversa, muita obra sendo prometida para o Cuiabá 300 anos. O que foi entregue? Lembra do restaurante giratório? Lembra do show das águas na ponte? Lembra dos 10 parques? Lembra dos viadutos? Não precisa disso, gente. Ganhou? Baixa a cabeça, trabalhe e entregue. Tá lá o Pronto Socorro até hoje não funcionando. Inaugurou em dezembro, naquela correria pra inaugurar ele e Pedro Taques (PSDB), tá lá, servindo de ambulatório”, disse, durante entrevista à Rádio Vila Real, na manhã da última terça-feira (16).
Ao prefeito, Mauro ainda atribuiu a responsabilidade da não realização da festa dos 300 anos na Arena Pantanal, pois Emanuel e seu então secretário Júnior Leite foram cientificados meses antes que nos dias 6 e 7 de abril o calendário oficial da Federação Mato-grossense de Futebol previa os dois jogos das semifinais do Estadual de Futebol e mesmo assim insistiram em realizar a festa em cima do campo.
“A prefeitura queria fazer o show dentro do estádio, utilizando a grama, que iria ficar praticamente sete a oito dias abafada, o que poderia comprometer. A preferência do estádio é para o futebol. Show pode ser feito em qualquer lugar, podia ter sido feito na Orla do Porto, no estádio, do lado externo, no Parque Tia Nair, Parque das Águas. Existe monte de lugar em Cuiabá. Não fez porque não quis fazer, oras bolas. Agora vai vir colocar culpinha nos outros?”, disse, irritado.
RGA
Em resposta a um ouvinte servidor público, a questionar o não pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) aos funcionários do Executivo, mas garantida aos do Judiciário, ele explicou que isso é definido pelo orçamento da Assembleia e ele não tem ingerência nem no Tribunal de Justiça (TJ) nem no legislativo, pois há independência constitucional entre os poderes. “Existe autonomia, independência entre os poderes. Não tenho nenhuma responsabilidade ou alçada sobre uma decisão que o TJ toma ou não. O que estamos fazendo é repassar o duodécimo que é obrigatório. Não é uma escolha que eu possa fazer de pagar ou não. Existe um valor definido no orçamento, que mandamos menor, mas a Assembleia majorou e hoje eu sou obrigado a passar todo mês isso aos poderes. Eles têm livre arbítrio de tomar decisões dentro do que é competente ao que eles querem lá, dentro desse orçamento”, justificou.
A situação dos servidores também foi atribuída a erros da gestão Taques, a quem culpou pelas dívidas com salários atrasados e o pagamento escalonado em quatro parcelas, pois teria herdado R$ 140 milhões de dívidas só com o 13º atrasado de novembro e dezembro de todos os comissionados. “A partir de abril, quando terminamos de quitar esse atrasado, a grande meta é trazer todo o salário para pagar dia 10. A gente acredita que até junho, julho, já tenhamos de novo regularizado essa situação”, prometeu. Não sem antes atribuir a Taques os R$ 3,575 bilhões de dívidas acumuladas com prefeituras e fornecedores.
SENADO
Por fim, Mauro Mendes garantiu apoio a Carlos Fávaro (PSD) em uma virtual nova eleição para o Senado após a cassação de Selma Arruda (PSL) e que seu governo tomou as medidas corretas até aqui para regularizar a situação econômica do Estado, porque realizou o enxugamento da máquina pública com corte de funções gratificadas, comissionados e contratados, além de reduzir alugueis e veículos. “Chegamos sim dentro da meta que estabeleci, próxima de três mil servidores que conseguimos reduzir. Quando chegar o [fim do] quadrimestre isso vai ser demonstrado e comprovado claramente em redução de aluguel, de veículos, tudo que conseguimos fazer neste primeiro quadrimestre”.
Justificou também o empréstimo no Banco Mundial. “No curto prazo, isso melhora nossa condição de caixa, ao invés de pagar o banco em quatro anos, vamos pagar em 20 anos ao mesmo preço, porque caiu o juro e o dinheiro que deixaremos de pagar banco nesses quatro anos nós vamos usar para pagar fornecedores de remédios, servidores, comprar serviços que vão trazer impacto no dia a dia do cidadão, melhorando a qualidade da prestação do serviço público”, promete.
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