Preso há 3 meses, deputado dorme em beliche

Há 90 dias preso acusado de chefiar um esquema de desvio de dinheiro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), o deputado Mauro Savi (DEM) dorme em beliche e divide cela com outros cinco presos, no Centro de Custódia de Cuiabá (CRC).

A unidade, segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), está lotada. Tem capacidade para 43 presos e atualmente tem 46.

A cela tem ventiladores individuais (levados pelas famílias), uma TV e uma geladeira coletiva. As alas são monitoradas com câmeras 24 horas.

Segundo a Sejudh, a rotina do deputado no presídio está submetida às regras do sistema prisional.

Ele tem dias e horários determinados para todas as atividades, como visitas, alimentação e banhos de sol. Recebe a mesma comida que os demais presos da unidade. Todos recebem café da manhã, almoço e jantar.

Assim como os outros presos, pode receber alimentos levados por familiares, desde que estejam em conformidade (tipo e quantidade) com o Manual de Procedimento Operacional Padrão do Sistema Penitenciário.

Às quartas-feiras e domingos pode receber visitas de familiares e amigos, devidamente credenciados.

A entrada de advogado do preso é permitida de segunda-feira a domingo, incluindo feriados, de 8h às 18h.

Savi é acusado de liderar um esquema que teria desviado mais de R$ 27 milhões do Detran entre 2009 e 2014.

Entre suas atribuições estava a de indicar o presidente do órgão. Foi preso preventivamente em uma ação conjunta do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), ligado ao Ministério Público Estadual (MPE), por determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

A ALMT chegou a votar a soltura de Mauro Savi, aprovada por 14 votos, mas não avançou na ação porque foi impedida pelo TJMT.

A Operação Bereré foi deflagrada com base na colaboração premiada do ex-presidente do Detran MT, Teodoro Lopes, o “Doia". Dentre as informações prestadas por Doia consta suposto esquema de cobrança de propina com uma empresa que prestava serviços ao Detran.

A 'Operação Bônus', que prendeu Savi, é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas. O objetivo é desmantelar organização criminosa instalada dentro do Detran para desvio de recursos públicos.

Apesar de estar preso, Savi ainda mantém vaga na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) como se estivesse trabalhando.

O suplente da vaga, o ex presidente da Câmara de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, Waldir Bento (MDB), protocolou no último dia 30 um requerimento à Mesa Diretora da ALMT para que seja convocado para assumir a vaga do parlamentar.

Além de Mauro Savi, estão presos pela mesma operação, Paulo Taques, ex-secretário da Casa Civil; o irmão dele Pedro Jorge Zamar Taques, e os empresários Claudemir Pereira dos Santos, "Grilo", e Roque Anildo. O único que foi solto é o executivo José Kobori.

Ele conseguiu uma liminar do Supremo Tribunal Federal durante o plantão em julho.

Eles foram presos preventivamente em uma ação conjunta do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), do MPE, por determinação do Tribunal de Justiça.

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