
Documentos da Operação Déjà vu, deflagrada nessa quinta-feira (02.08) pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), apontam que deputados e ex-parlamentares emitiram R$ 590.945,39 em notas fiscais “frias” para calçarem pagamentos irregulares de verba indenizatórias pela Assembleia Legislativa entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2015.
As investigações apontam que Walter Rabelo (já falecido), Wagner Ramos, Zeca Viana, Romoaldo Júnior, Ondanir Bortolini “Nininho”, Emanuel Pinheiro, Wancley Carvalho, José Riva e Eduardo Botelho, teriam emitidos notas “frias” as empresas de fornecimento de material de papelaria e informática V.H. Alves Comércio ME, V.P.S. Comércio ME, H.C. da Costa Campos e CIA Ltda ME e G.B. de Oliveira Comércio ME, para calçarem os pagamentos irregular de verba indenizatórias.
As empresas, segundo o MP, seriam de fachadas. As notas representam gastos de R$ 31,4 mil em 2012; R$ 15,8 mil em 2013; R$ 38,7 mil em 2014 e R$ 7,5 mil em 2015.
Conforme os documentos, o falecido deputado Walter Rabelo é apontado como o que mais teria utilizado do “artifício” ao emitir R$ 192.756,70 mil em notas “frias”. O deputado estadual, Zeca Viana (PDT), é apontando como autor da emissão no valor total de R$ 149.545,00 mil.
O deputado Ondanir Bortolini “Nininho” (PSD), consta na denúncia do Ministério Público, como o terceiro que mais emitiu as tais notas “frias” no valor de mais de R$ 93,5 mil. O prefeito de Cuiabá e ex-deputado aparece nos autos por ter emitido R$ 84.550,69 em notas.
Já o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, teria emitido R$ 56.200 em notas “frias”, enquanto que o atual deputado estadual Wancley Carvalho (PV) aparece por ter emitido uma nota no valor de R$ 7.250,00. Além deles, consta ainda o atual presidente da Assembleia, o deputado estadual, Eduardo Botelho (DEM), que teria emitido uma nota no valor de R$ 7.143,00.
Conforme denúncia apresentada pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco – Criminal) e pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) ao desembargador João Ferreira Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), os parlamentares teriam cometido crimes de associação criminosa, supressão de documentos e peculato.