Família Pinheiro não será desrespeitada e viramos a página, diz Emanuel sobre polêmica com Taques

Família Pinheiro não será desrespeitada e viramos a página, diz Emanuel sobre polêmica com Taques
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), fez questão enterrar a polêmica iniciada na manhã de terça-feira (5) com o governador Pedro Taques (PSDB). Em discurso em um evento público, o tucano sugeriu alterar o nome de trecho da MT-251, batizada de Emanuel Pinheiro em homenagem ao pai do prefeito da capital, assassinado em julho de 1974. No mesmo evento, Pinheiro respondeu que poderia batizar com o nome de Taques um novo cemitério e crematório planejado para Cuiabá.

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“Eu tenho certeza que essa história não será desrespeitada, e a família Pinheiro também não será desrespeitada, e o governador já afiançou isso, já superamos, viramos a página. Tudo por Cuiabá”, afiançou o prefeito, em entrevista ao Olhar Direto, na inauguração da reforma do Museu da Imagem e do Som (Misc), na noite de terça-feira (5), horas depois de a polêmica ter sido acesa. 

O prefeito de Cuiabá garante que o episódio em nada arranhou a relação institucional que vinha mantendo com o governador desde janeiro de 2017, quando tomou posse no Palácio Alencastro. “Já conversamos, está tudo bem, Cuiabá está acima de tudo isso, temos uma excelente relação institucional. Nos damos muito bem”, garantiu Pinheiro, especificamente sobre a relação que mantém com o governador.

O prefeito dá como descartada a hipótese de a homenagem ao seu pai ser retirada da MT-251 e avalia que o tema acabou tomando proporções maiores do que o acontecido. “Acabou polemizando bastante, mas eu tenho certeza, ele [Pedro Taques] conhece e respeita a memória do meu pai, da família Pinheiro, cujo meu pai é um ícone, e aquela homenagem que já tem 36 anos, feita pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso e pelo Governo do Estado à época o então governador Julio Campos, é uma referência a uma geração de ouro de um dos maiores líderes, uma geração de ouro da política mato-grossense, e uma das maiores expressões políticas daquela geração”, finalizou

A polêmica

Toda polêmica envolvendo governador do Estado e prefeito da Capital ocorreu na manhã de ontem, durante cerimônia de plantio de árvores, na Rodovia Emanuel Pinheiro, para marcar o Dia Mundial do Meio Ambiente. Taques pediu para que trecho da rodovia seja rebatizado de Avenida Ramis Bucair, em homenagem a um dos pesquisadores da geologia do cerrado. Antes de o governador concluir o discurso e formalizar o pedido, o prefeito respondeu com um sonoro não.

Já no fim do evento, Emanuel comentou sobre o assunto: “Vai [mudar o nome] nada. É a mais tradicional do Estado e vem o governador com essa falta do que fazer. Se acontecer isto, estou pensando em inaugurar o primeiro crematório de Cuiabá, que será no CPA, com o nome dele. Se ele fizer isto, vou colocar o nome de Cemitério Governador Pedro Taques”.

Emanuel Pinheiro e Ramis Bucair

Pai do atual prefeito, Emanuel Pinheiro da Silva Primo foi  advogado, procurador, professor, arquivista,  deputado estadual e federal por Mato Grosso. Eleito deputado estadual por Mato Grosso pelo PSD em 1962 e reeleito pela ARENA em 1966, presidiu a casa entre 1967 e 1969. Conquistou um mandato de deputado federal em 1970,[2] mas foi assassinado com seis tiros em 26 de julho de 1974 pelo comerciante João Lopes quando buscava a reeleição. As informações são da Câmara dos deputados e do banco de dados do TSE.
 
Ramis Bucair foi agrimensor, espeleólogo e proprietário de um museu de pedras que leva o nome dele, em Cuiabá, com acervo mais de 4 mil peças arqueológicas, entre pedras preciosas e fósseis encontrados em Mato Grosso. Faleceu em 2011, aos 78 anos, vítima de câncer. Nascido em Poxoréu, foi um dos desbravadores na demarcação do município de Barra do Bugres.