Comando Vermelho é alvo de operação e 94 mandatos de prisão são cumpridos


 
A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta (8) a Operação Red Money, ou seja dinheiro vermelho, e cumpre 94 mandados de prisão, 59 buscas e 80 bloqueios de contas judiciais contra integrantes do Comando Vermelho em Mato Grosso. Faz também o sequestro de bens e dinheiro da organização criminosa.  O objetivo é apreender patrimônio e descapitalizá-la. Com ordem judicial, policiais vasculham 59 casas com a intenção de apreender carros e joias. Ao todo são 233 ordens judiciais decretadas para operação.
A investigação iniciada há mais de 15 meses busca apreender patrimônio e  descapitalizar a principal facção criminosa que atua em Mato Grosso, cujas lideranças estão no maior presídio de Mato Grosso, a Penitenciária Central do Estado (PCE). Neste período, o  fez um levantamento da atuação do CV na Grande Cuiabá.
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Bairros da Capital e de VG são mapeados pela reportagem do  e quadro mostra onde estão as centrais do poder paralelo na Grande Cuiaba
Segundo a apuração, a organização desenvolveu internamente um sistema próprio de arrecadação financeira, criando assim um grande esquema de movimentação financeira e lavagem de dinheiro, com utilização de empresas de fachadas, contas bancárias de terceiros, uso de parentes de presos, entre outros esquemas.
Por meses, os analistas da Polícia Civil estudaram o sistema de arrecadação financeira da facção criminosa descobrindo três fontes principais de recursos: 1. Mensalidade paga pelos faccionados, chamadas de “camisa”; 2. Cadastramento e mensalidades pagas por traficantes ou por cada ponto de venda de droga, conhecidas por “biqueiras”; e 3.  Cobrança de “taxa de segurança” de comércios (extorsão de comerciantes).
Polícia Civil
Opera��o Red Money
Arma localizada em um dos locais vasculhados

Esses presos, ainda que recolhidos no Sistema Penitenciário, voltam a delinquir e comandam diversos crimes cometidos do lado de fora

Delegado Fernando Vasco
“A Polícia Civil entendeu a necessidade de atuar de forma a combater a lavagem de dinheiro. Esses presos, ainda que recolhidos no Sistema Penitenciário, voltam a delinquir e comandam diversos crimes cometidos do lado de fora”, disse o delegado geral da Polícia Civil, Fernando Vasco.
O sistema de arrecadação financeira da facção investigada na operação “Red Money” assume formato de pirâmide. No topo está o núcleo de liderança e na base dezenas de contas bancárias, com movimentação menor, que fazem a captação de dinheiro, e, gradativamente, repassam às contas maiores.
O delegado Luiz Henrique de Oliveira, Coordenador de Inteligência da Polícia Civil, disse que a deflagração da operação corresponde ao fechamento de uma etapa importante da investigação e agora iniciará um trabalho mais técnico, de análise dos documentos apreendidos, interrogatórios, oitiva de testemunhas, identificação de outros suspeitos
Conforme ele, além das prisões, o objetivo principal é a apreensão do patrimônio e descapitalização da organização criminosa. “A operação Red Money indica que a Polícia Judiciária Civil avançou um degrau na forma de se combater as facções criminosas no Estado, precisamos focar no aspecto financeiro e patrimonial para enfraquecer essas organizações criminosas”, frisou.
O delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Diogo Santana, chamou atenção para o fato de que várias pessoas forneceram conta bancária para que fosse movimentado dinheiro ilícito, e, agora, terão que informar a mando e interesse de quem fizeram isso. “Qualquer pessoa que empresta sua conta bancária para movimentar valores ilícitos pode incidir no crime de lavagem de dinheiro”, afirmou.
Polícia Civil
Opera��o Red Money
Operação Red Money significa Dinheiro Vermelho em português  
A operação “Red Money” mobilizou 520 policiais civis (98 delegados, 350 investigadores, 102 escrivães) para o cumprimento de mais de 230 ordens judiciais. Dos 94 mandados de prisão, 29 alvos já estão presos em presídios de Mato Grosso e 1 no Pará.
Do lado de fora são procurados 51 suspeitos na região metropolitana e 11 no interior do Estado (Rondonópolis, Sinop, Nova Olímpia, Sorriso, Peixoto de Azevedo, Guarantã do Norte e Poconé). Outros dois alvos terão os mandados cumpridos fora de Mato Grosso. São dois suspeitos no Estado do Pará (um preso no Presídio de Tucuruí e um solto na cidade de Jacundá) e um suspeito solto em Campo Grande (MS).
A ação denominada “Red Money” é coordenada pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil juntamente com a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), com apoio da Diretoria de Interior - núcleos de inteligência das Delegacias das Delegacias de Cáceres, Barra do Garças, Água Boa, Juína, Sinop, Primavera do Leste, Rondonópolis, Tangará da Serra, Guarantã do Norte, Pontes e Lacerda) -, Núcleos de Inteligência da Delegacia Especializada de Entorpecentes (DRE) e Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva), além de colaboração da Polícia Civil dos estados do Pará e Mato Grosso do Sul.
A ação conta também com o apoio da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh),  Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer).
Entre as medidas cautelares estão o bloqueio judicial de 80 contas correntes, sequestro de uma fazenda no município de Salto do Céu, duas casas e um terreno em Cuiabá, dois caminhões e cinco automóveis.
As ordens judiciais foram deferidas pelo juiz de direito, Marcos Faleiros da Silva, da 7ª Vara Criminal - Vara Especializada do Crime Organizado. (Com Assessoria)

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