OPERAÇÃO BERERÉ - BÔNUS Empresário exige R$ 50 mil mensais para EIG para não "criar CPI"

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O inquérito policial feito pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) relativo a Operação Bereré, apontou que o empresário Roque Anildo Reinheimer passou a extorquir os sócios da EIG Mercados, após o fim do pagamento de propinas relativas ao esquema existente no Detran-MT, através da Santos Treinamentos. Entre as ameaças feitas pelo empresário, estava a de que ele teria 13 parlamentares “na mão” para inclusive abrir uma “CPI” sobre o contrato.
Roque Anildo Reinheimer era sócio da Santos Treinamentos, empresa utilizada exclusivamente para pagamento de propinas relativas ao esquema no Detran-MT. Ele foi preso na segunda fase da "Operação Bereré", denomina "Bônus".
Com o final do mandato de Silval Barbosa, o advogado Paulo Cesar Zamar Taques, primo do governador Pedro Taques (PSDB), negociou com o proprietário da FDL/EIG a manutenção do esquema, mas mudando a arrecadação de propina, excluindo a Santos Treinamentos, utilizando o ex-executivo da empresa, Valter José Kobori.
Foi aí que Roque começou a cobrar de José Henrique Ferreira Gonçalves, proprietário da EIG Mercados (antiga FDL Serviços), o pagamento de R$ 50 mil mensais. Reinheimer ameaçou “utilizar de sua influência política junto à Assembleia Legislativa de Mato Grosso para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a respeito do contrato entre a EIG Mercados e o Detran”.
De acordo com o Gaeco, Roque se reuniu pela primeira vez com o dono da FDL/EIG em um hotel de Cuiabá. Ele afirmou que teria treze deputados em sua mão e entregou ao empresário um dossiê chamado de “CPI Detran”, e que o pagamento seria a última chance para que ela não fosse aberta.
O documento produzido pelo Gaeco aponta ainda que Roque teria ido, juntamente com José Henrique, após a primeira reunião no hotel, ao gabinete do deputado estadual Eduardo Botelho, presidente da ALMT. Na ocasião, após duas horas de espera, ambos foram recebidos pelo parlamentar.
Nesta reunião, Eduardo Botelho afirmou que o contrato estava em um equilíbrio bom para o Estado e que não gostaria de receber qualquer vantagem sobre ele. O deputado estadual, entretanto, ressaltou que Roque “era uma pessoa muito boa e que estava passando por dificuldades financeiras”, solicitando que o empresário o ajudasse, caso entendesse que fosse justo.
Roque então insistiu ao empresário, para que pudesse vir a ser sócio da EIG Mercados, o que foi negado com veemência por José Henrique. Não satisfeito, Reinheimer exigiu R$ 50 mil mensais para que a CPI não fosse adiante, o que foi aceito pelo empresário. O dinheiro então passou a ser repassado pela EIG para a RGC Ways.
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