O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), “não cumpriu a palavra” quanto ao acordo firmado com Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.
Alan Cosme/HiperNoticias

A afirmação é do ex-presidente da unidade hospitalar, Antônio Preza, ao se referir aos R$ 12,4 milhões, provenientes de emendas parlamentares da bancada federal, dinheiro que apesar de ter sido carimbado para a Santa Casa de Cuiabá, foi remanejado para outros fins, segundo Preza.
O ex-dirigente também defende o deputado federal Valtenir Pereira (MDB), que nos últimos dias tem acusado o prefeito Emanuel Pinheiro de ter desviado recursos públicos destinados ao município de Cuiabá.
“Ele [Valtenir], quanto ao motivo dessa briga com o prefeito, tem razão. O Emanuel não cumpriu com a palavra empenhada. Só não posso dizer que houve apropriação indébita, porque esse recurso caiu no CNPJ da prefeitura, mas o acordo firmado com todos os parlamentares da bancada federal, é que esse dinheiro seria destinado para a Santa Casa, o verba estava carimbada, não poderia ter outro destino, diferente da Santa Casa”, apontou.
Do lado oposto a isso, Antônio Preza rebate a afirmação da Secretaria de Saúde, de que a Santa Casa deve ao município R$ 24 milhões, que seriam de repasses diversos feitos à unidade hospitalar, tanto de forma direta da prefeitura, como por meio de emendas parlamentares.
“Eu disse ao secretário [Luiz Possas de Carvalho] que, já que ele tem certeza que estamos devendo 24 milhões de reais à prefeitura, então que ele judicialize a cobrança. Temos certeza que não devemos isso. Temos uma dívida que reconhecemos e que é de algo em torno de R$ 900 mil, referentes ao pagamento daquele empréstimo de R$ 3 milhões, em agosto do ano passado, para pagar salários de servidores da Santa Casa”, disse.
O ex-presidente Preza seguiu explanando que, dos R$ 24 milhões da dívida que a prefeitura alega que tem a receber da Santa Casa, R$ 10 milhões foram de emendas parlamentares de 2017; R$ 3 milhões foram liberados pela Secretaria de Saúde, ainda sob a gestão da ex-secretária Elizeth de Araújo (sem contrapartida); R$ 5 milhões, repasses da prefeitura, foram usados para construir 60 leitos de retaguarda; R$ 2,9 milhões foram provenientes de outras emendas parlamentares, desta vez, destinadas pelos deputados Valtenir Pereira e Adilton Sachetti (esse último, ex-deputado). “O prefeito quer que nós paguemos esses valores em serviços. Então quer dizer, ele quer comprar serviços da Santa Casa com dinheiro da Santa Casa. Esse valor [da dívida alegada] não existe, é tudo conversa fiada”, salientou Antônio Presa, enfatizando que, quanto ao dinheiro das emendas parlamentares, não se presta conta ao Executivo e de um recurso vindo do legislativo. “Eles colocam as coisas de uma forma que parece que eles deram dinheiro para a Santa Casa e nós não prestamos os serviços. Nós participamos de um processo licitatório, eles compram serviços da Santa Casa, então eles pagam por serviço”, completou.
Devido à crise financeira interna, todas as atividades da Santa Casa de Cuiabá estão paralisadas já há uma semana.
A reportagem do HiperNotícias tentou falar com o atual secretário de Saúde da Capital, Luiz Poças, mas ele não atendeu às chamadas telefônicas. O líder do prefeito na Câmara Municipal, Luiz Claudio (PP), também foi contatado, mas alegou estar ocupado e que retornaria a ligação posteriormente, o que até o fechamento dessa matéria não aconteceu.
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