
O ex-deputado estadual Walter Rabelo, morto em dezembro de 2014, foi o parlamentar que mais fez uso das notas apontadas pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) como frias. Segundo os valores apontados na denúncia do órgão ministerial, ele teria apresentado um total de 27 notas, num montante de R$ 192.757.
Na lista ainda aparecem, além de Walter Rabelo, o nome dos deputados estaduais Zeca Viana (PDT), com um total apresentado de R$ 149.545 em notas, Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), com R$ 93.590,35, Wancley Carvalho (PV), com R$ 7.250 e o atual presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, com R$ 7.143 em notas apontadas como frias.
Ainda estão na lista os ex-deputados José Geraldo Riva, que presidia o legislativo municipal, com um total de R$ 56.200,10 em notas, além do atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, que atuou na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) até o final de 2016. Ele apresentou R$ 91.751 em notas frias, segundo o MPMT.
As investigações que resultaram na operação “Déjá vu”, desencadeada nesta quinta-feira (02/08), em Cuiabá, apontam para um desvio de mais de R$ 500 mil com esquema de supostas notas frias para prestação de contas referentes a pagamentos de verbas indenizatórias na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.
As fraudes, que estão sendo apuradas pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO – Criminal), e Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), teriam sido cometidas por atuais e ex-deputados estaduais, entre os anos de 2012 a 2015.
Segundo a denúncia, Hilton Carlos da Costa Campos e Vinicius Prado Silveira eram responsáveis pela emissão das notas frias. Os documentos foram assinados pelas empresas V.H. Alves Comércio ME, G B. De Oliveira Comércio ME, V.P.S. Comércio ME, H. C. Da Costa Campos e CIA Ltda ME.
OPERAÇÃO “DÉJÁ VU”
Segundo o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado, são investigados na “Operação Déjá Vu” deputados estaduais, empresários e servidores do legislativo. A decisão para busca e apreensão na AL foi expedida pelo desembargador João Ferreira Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Ela é semelhante à Operação Metástase, deflagrada em 2015.
O Gaeco esteve em vários departamentos administrativos da Casa recolhendo documentos. Entre eles, estão o Instituto Memória e o Setor Financeiro do legislativo.
