Neri garimpa apoio no PSDB e aposta que, na eleição, experiência vai ter maior peso

A campanha eleitoral deste ano deverá entrar para a história como uma das mais confusas do contemporâneo. E um, dentre os vários aspectos que podem justificar isso, é a suposta infidelidade partidária. Quem bem exemplifica essa premissa é o candidato a deputado federal pelo PP, Neri Geller, não por infidelidade que pratica e sim por garimpar os infiéis de outras siglas.

Gilberto Leite

Neri Geller já foi ministro da Agricultura e considera que tem a bênção do atual ministro do Mapa, Blairo Maggi, que é seu amigo de longas datas

O partido de Neri está aliado ao projeto de Wellington Fagundes (PR), que além do PP conta com apoio do PRB, PTB, PT, PMN, Podemos e Pros. Mas no histórico de cinco eleições disputadas pelo progressita, que já foi ministro da Agricultura (2014-2015), está a passagem pelo PSDB e pelo MDB, o que tem garantido apoio ao político  e votos fora das legendas que compõem o arco de aliança de Wellington.

Neste sentido, os apoios mais significativos têm vindo da velha guarda do PSDB. Apesar de o ninho ter 5 candidatos a deputado federal, o que fica claro é que os tucanos mais conversadores mantêm saudosismo suficiente para tentar garantir que nomes que se consolidaram na era Dante de Oliveira, voltem à cena.

Neri tem se beneficiado disso e da benção do ministro Blairo Maggi (PP), seu amigo de longas datas. Por outro lado, o que se nota no “tradicional discurso” de alguém que representa o setor de agronegócio é que a propaganda e o pedido de voto estão ocorrendo em tom personalíssimo. Isto porque, não se escuta da boca de Neri aquela típica ladainha política “vote em mim e para governador Wellington Fagundes”. Por ora, é apenas “vote em mim”.

Talvez essa seja uma atipicidade desta campanha. Afinal, em tempos de caça às bruxas, o que vale é o salve-se quem puder. Para isso, Neri diz contar com a experiência, na qual deposita confiança e na pecha de “ser melhor” do que ser “novo” na política, já que muitos neocandidatos se utilizam do discurso de “renovação” para que suas passagens pela política não sejam em vão.