CAOS NA SAÚDE Primavera pede bloqueio de R$ 6 mi do Governo de MT

A paralisação de diversas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Estado de Mato Grosso está refletindo negativamente na saúde pública da população. A falta do repasse de verbas por parte da Secretaria de Estado de Saúde (SES) aos municípios está inviabilizando a manutenção não só das UTIs, mas também de diversos serviços que deveriam, por lei, serem mantidos pelo governo do Estado. Em Primavera do Leste (250 km de Cuiabá), a medida tomada pelo prefeito Leonardo Bortolin (MDB), foi entrar com uma ação na justiça pedindo o bloqueio das contas do governo. Nesta cidade a dívida ultrapassa os R$ 6,2 milhões.

Ao contrário dos hospitais que suspenderam novas internações nas UTIs, durante as últimas semanas, os oito leitos da terapia intensiva que atende os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) de Primavera do Leste, continua com o atendimento normalizado. “Mas para isso estamos tirando recursos de outras áreas para manter a saúde, porque entendemos que é o setor de maior prioridade, além do que, estamos falando de vidas”, explica Bortolin. Mesmo assim, o gestor diz não saber até quando será possível arcar com as dívidas do governo.

Hoje a SES repassa à UTI de Primavera do Leste R$ 700 por dia para cada um dos oito leitos. Mas segundo o prefeito, esse valor era de R$ 1,2 mil. “Se nós não estivéssemos arcando, mensalmente, com o valor de R$ 165 mil para manter a UTI da cidade, muito provavelmente as internações por aqui também estariam suspensas”, destaca Leonardo.

O prefeito ainda revela que a falta de repasses do governo desde 2013, para a área da saúde, afeta diversos serviços. Remédios de média e alta complexidade (MAC) já estão faltando nas farmácias públicas da cidade. “Para a atenção básica manter a manutenção dos postos de saúde também está complicado, pois há pouco mais de um ano o governo não cumpre com o envio dos recursos para esse setor”, declara Leonardo.

HEMODIÁLISE

Primavera do Leste possui uma clínica de hemodiálise particular, que por meio de convênio atende os pacientes do SUS da cidade e também da região. No início do ano, quando a unidade foi inaugurada, Pedro Taques (PSDB) esteve na cidade e assumiu em público o compromisso de aplicar R$ 150 mil por mês para contribuir com o funcionamento da clínica, porém, Bortolin mostra que somente no mês de janeiro o repasse foi realizado.

“O problema é que o governador Pedro Taques está discriminando pelo Estado a informação de que a gestão dele inaugurou a clínica de hemodiálise em Primavera, uma informação mentirosa, uma vez que a clínica é particular e atende os nossos pacientes do SUS por meio de convênio, mantida somente pelo município, porque o compromisso dos R$ 150 mil/mês não é cumprido desde de fevereiro”, afirma o gestor.

A assessoria de imprensa da SES divulgou nota à imprensa garantindo que não há nenhuma portaria que normatize ou preveja o custeio dos serviços da clínica de hemodiálise de Primavera do Leste, informação que contraria as próprias declarações de Pedro Taques. Em nota a assessoria admite uma dívida com Primavera do Leste no valor de R$ 3,8 milhões, enquanto os cálculos apresentados pelo Poder Executivo do município mostram que os débitos totalizam o dobro.

Enquanto pacientes estão morrendo pela falta de investimento em saúde, como exemplo o caso da criança Samuel Rondon Leite,  de um ano de idade - que morreu por não receber atendimento na UTI Pediátrica de Rondonópolis - o prefeito Leonardo Bortolin espera que a justiça dê a devida atenção para a importância dos fatos e intervenha de forma positiva na saúde pública da população de Mato grosso.

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