O suplente de deputado Ademir Brunetto tomou posse no Legislativo na sessão vespertina de ontem. Inicialmente, a previsão era de que Brunetto sentasse na cadeira de Mauro Savi (DEM), preso na Operação Bônus. No entanto, após muita espera e reclamação, os deputados, em articulação política, encontraram uma saída para acalmar os ânimos do sucessor direto do democrata e não contrariar o titular do mandato.
Brunetto vai ocupar a cadeira de Baiano Filho (PSDB), que ficará licenciado por 90 dias, para tratamento médico. Enquanto isso, a cadeira de Savi permanecerá intacta, mesmo com o deputado preso, já que a Mesa Diretora não convocou um suplente. O caso se difere do que aconteceu com Gilmar Fabris (PSD), que 11 dias após ter sido preso, foi sucedido pelo suplente.
Fabris foi preso em 15 de setembro de 2017, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, em razão de suposta obstrução do trabalho de investigação da Polícia Federal na Operação Malebolge. O parlamentar ficou 40 dias no Centro de Cústodia da Capital (CCC). A decisão também afastou o deputado do cargo, abrindo a vaga para a suplência que foi ocupada por Meraldo Sá (PSD).
Por sua vez, Brunetto deixou o PT para se filiar ao PSB, com pretensão de concorrer ao cargo de prefeito em 2020. Em 2014, o socialista não conseguiu se eleger deputado, mas ficou como 2º suplente pela coligação PT, MDB, PR, PCdoB e Pros, que garantiu eleição de oito parlamentares naquele ano, entre os quais: Savi, Sebastião Rezende (PSC), Romoaldo Júnior (MDB), Baiano Filho, Ondanir Bortolini (PSD), Emanuel Pinheiro (MDB), Wagner Ramos (PSD) e Silvano Amaral (MDB).
Ademir Brunetto é de Alta Floresta (a 796 km de Cuiabá) e recebeu 14,7 mil votos nas eleições de 2014, ficando atrás de Allan Kardec (PDT), que teve 14,8 mil votos, e assumiu vaga deixada pelo ex-deputado Emanuel Pinheiro (MDB), quando se desvinculou do cargo após ser eleito prefeito de Cuiabá.
A posse é realizada um dia após a Assembleia ter aprovado a soltura de Savi. A oficialização de Brunetto foi requerida pelo vice-líder do governo, deputado Wilson Santos (PSDB), na sessão matutina de ontem.
Enquanto aguardava sua vez de assumir o cargo na Assembleia, o parlamentar chegou a reclamar de corporativismo por parte dos deputados, que teriam criado desordem judicial, atuando de forma capenga para proteger Savi a qualquer custo. Apesar disso, o suplente chegou a descartar a via judicial para conseguir acesso à vaga.