O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) está novamente no alvo do Ministério Público Estadual. Desta vez a denúncia que pesa contra Pinheiro é que ele teria se utilizado do cargo público, para beneficiar monetariamente o irmão Marco Polo de Freitas Pinheiro, mais conhecido como Popó.
Conforme a denúncia feita por um grupo de vereadores, Pinheiro teria repassado a quantia de R$ 488.048,30, ou seja, quase meio milhão de reais, para a TV Mais, afiliada da TV Cultura, em Cuiabá, após o irmão dele ter assumido a televisão, no segundo semestre de 2017. Comparado com o que a TV recebeu no primeiro semestre de 2017, antes de Popó assumir o comando, o aumento foi superior a 144%.
O fato também coincide com a divulgação do vídeo, em que o prefeito aparece colocando dinheiro em um paletó, no gabinete do ex-governador Silval da Cunha Barbosa. O dinheiro, segundo o ex-governador, era pagamento de extorsão e propina.
Na denúncia, que foi assinada pelos vereadores Abílio Júnior (PSC), Felipe Welaton (PV), Dilemário Alencar (PROS), Diego Guimarães (PP), Gilberto Figueiredo (PSB), Toninho de Souza (PSD) e Marcelo Bussiki (PSB), ainda há a cópia de uma planilha de controle de pagamento, retirada de um computador do gabinete de comunicação da prefeitura, em que aparece o nome "Popo" seguido do valor de R$ 50 mil.
O irmão de Emanuel Pinheiro também teria grande influência dentro da secretária que coordenada os recursos da comunicação, inclusive com o poder de indicar nomes para os cargos e a ordem de pagamento dos veículos de comunicação.
Em um áudio gravado pelo vereador Abílio Júnior, em conversa com a servidora Maria Aparecida de Aguiar, mais conhecida como Cidinha, que exerce a função de diretora administrativa financeira da pasta, ela revelou a influência de Popó no setor.
De acordo com a denúncia , "entre outros fatos assombrosos, o prefeito Emanuel Pinheiro tem plena ciência das intervenções de seu irmão na Secretaria Municipal de Inovação e Comunicação“. Ainda na denúncia, Cidinha teria assegurado a ocorrência do "regular e crescente repasse de dinheiro público ao negócio do irmão do prefeito". Além disso, ainda haveria um "clima de ameaças e coações praticados pelo clã Pinheiro na secretaria".