Mauro detona Taques por não apresentar solução para o VLT


Obras do VLT estão paralisadas desde de 2014 quando chegou ao fim a gestão Silval Barbosa
O pré-candidato ao governo de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), disse que o governador e pré-candidato à reeleição Pedro Taques (PSDB) entra em contradição ao criticar as obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), mas encerrar seu mandato sem ter resolvido o problema.
Mendes destaca que Taques não apresentou nenhuma solução plausível para a retomada da obra do VLT, paralisada desde dezembro de 2014, após a suspeita de irregularidades na gestão do ex-governador Silval Barbosa.
"Ele [Taques] não entendeu que dar uma solução, não significa colocar o VLT em funcionamento, mas sim tomar uma decisão. Já se passaram 3 anos e meio e nenhuma decisão foi tomada, se para ou continua", criticou Mendes, durante entrevista ao programa Tribuna, da Rádio Vila Real.
As obras do VLT foram alvos de investigações por parte do Ministério Público, da Polícia Federal e escândalos de corrupção. Iniciada em junho de 2012, durante a gestão de Silval Barbosa, com a promessa de ser entregue para a Copa do Mundo em 2014, a obra do novo modal de transporte ainda segue inacabada.
João Vieira

Mauro Mendes
O ex-prefeito de Cuiabá relembra que o próprio governador teceu duras críticas às obras do VLT e mesmo assim, Taques não apresentou uma solução efetiva para o problema.
"Ele [Taques] por muitas vezes disse que o VLT foi o maior escândalo de corrupção da história de Mato Grosso. Depois disse que não executou o VLT por causa da Operação Descarrilho, sendo que ele passou 2 anos negociando com a empresa que patrocinou este maior escândalo. Então ele perdeu 2 anos e depois quer colocar a culpa na Operação? Perde tempo e até hoje não deu uma solução", disparou Mendes.
O democrata afirmou ainda que Taques devia ter pelo apresentado uma resposta efetiva da solução que seria dado ao caso, para a população.
"Dar uma solução é buscar um caminho, explicar para a sociedade e ai se iniciar os procedimentos para que este caminho seja executado. São 3 anos e meio e até hoje não deu uma solução", disse o pré-candidato ao Palácio Paiaguás.
Escândalo do VLT
Ao todo, foram investidos até o momento, R$ 1 bilhão dos cofres públicos, sendo que o custo total previsto para obra era de R$ 1,4 bilhão. Em agosto de 2017, enquanto o governo negociava a retomada das obras com a consórcio responsável, o VLT voltou ao centro das atenções do Estado, com a Operação Descarrilho, deflagrada pela Polícia Federal.
A operação apurou crimes de fraude a procedimento licitatório, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais, que teriam ocorridos durante a escolha e execução da construção do modal. A operação foi deflagrada após investigações conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela PF.
As apurações tiveram início após Silval em sua delação premiada admitir ao Ministério Público Federal que seu grupo político fez um acordo para receber R$ 18 milhões de propina do grupo CR Almeida, que integra o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande para realizar a obra.
Na ocasião o ex-secretário da Secopa (Secretaria Extraordinária das Obras da Copa), Maurício Guimarães, foi conduzido à PF para prestar depoimento. Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Petrópolis (RJ), São Paulo (SP) e Curitiba (PR).