Prefeito diz que vontade de Bezerra pesou em decisão, mas que WF não deve desistir de disputa
O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro, que reclamou de falta de diálogo do MDB
DOUGLAS TRIELLI E CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro afirmou que faltou diálogo na decisão do MDB em deixar a chapa do pré-candidato ao Governo Wellington Fagundes (PR) para apoiar a do também pré-candidato Mauro Mendes (DEM).
Em conversa com a imprensa, nesta quinta-feira (26), o emedebista disse que continua apoiando Fagundes, mas que ficará neutro no processo eleitoral deste ano.
“Não acho que haja descontentamento no MDB. Talvez tenha faltado uma maior discussão. Isso pode ter faltado. Mas tenho que respeitar a decisão do partido. É o meu partido, pelo qual fui eleito prefeito, mas estávamos no processo de construção de uma pré-candidatura. E o MDB participou de tudo”, afirmou.
“Eu respeito a decisão do partido, mas também quero ser respeitado. Estou sendo coerente com aquilo que estávamos construindo. Eu pedi licença ao meu partido para ficar neutro, porque temos um compromisso com o senador Wellington Fagundes”, disse.
O prefeito confirmou que o desejo do presidente do MDB em Mato Grosso, deputado federal Carlos Bezerra, teve peso maior na decisão final.

Não acho que haja descontentamento no MDB. Talvez tenha faltado uma maior discussão. Isso pode ter faltado
Conforme MidiaNews informou ao longo das últimas semanas, Bezerra foi quem conduziu as negociações junto com o ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Bezerra (PDT). Eles bateram o martelo em uma reunião com Mendes.
“O Bezerra é uma liderança muito forte. Um político respeitadíssimo. Tem uma biografia invejável, de respeito. Ele exerce uma liderança forte dentro do partido. E uma opinião sua, um desejo seu, sensibiliza mais a opinião e o coração dos filiados. Então, acho que houve uma vontade maior dele”, afirmou Emanuel.
Sem problemas com Mendes
Emanuel negou que haja qualquer problema em apoiar Mauro Mendes.
Segundo ele, a decisão é por conta do apoio que Fagundes deu em sua eleição à Prefeitura de Cuiabá, em 2016. E no fato de o MDB estar construindo o projeto de Fagundes há algum tempo.
“É um processo que foi discutido logo após a minha eleição à Prefeitura de Cuiabá, em que o Wellington foi um apoio muito importante para a mudança da nossa Capital. Aí, de repente meu partido tomou essa decisão. Eu respeito a decisão do partido, mas peço que respeitem a minha”, disse.
“Não é que eu não queira [apoiar o Mauro]. Eu sempre digo que não veto ninguém. Todos os candidatos têm perfil e predicado para administrar nosso Estado. Agora, temos compromisso com aqueles que podem apresentar uma nova agenda, uma agenda positiva, para população , e esse alguém é o senador Wellington Fagundes”, afirmou.
Sem desistência
Emanuel disse não acreditar na desistência de Fagundes da disputa. Segundo ele, o senador vem articulando novas siglas para seu projeto.
Citou como exemplo o PRB, do deputado federal Adilton Sachetti, que busca espaço para disputar o Senado.
“Pelo que vi, e pelo o que estou conversando com o senador, ele é candidato, e está se preparando para isso. Está construindo uma agenda positiva para o Estado. Sem chute na canela, sem baixaria, não entrando nessa guerra de acusações e denúncias que nada contribuem para melhoria do Estado, principalmente para quem esteve junto até pouco tempo atrás”, disse, alfinetando Mendes, que era aliado do governador Pedro Taques (PSDB).