Emanuel demonstra insatisfação por MDB com Mauro e mantém apoio a Wellington

prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro tem autorização do MDB para ficar neutro nas eleições deste ano. Acontece que o chefe do Executivo estava engajado na pré-candidatura ao governo de Wellington Fagundes (PR), mas o partido migrou para o concorrente Mauro Mendes (DEM). Agora, o emedebista tomou a decisão de não caminhar com a sigla.
Gilberto Leite
Emanuel Pinheiro e Carlos Bezerra
Emanuel Pinheiro ressalta que Carlos Bezerra exerce grande força no MDB; ele manterá neutralidade em campanha, para não criar atritos internos na sigla
Segundo o prefeito, o projeto de Wellington começou a ser discutido logo após a sua eleição para a Prefeitura de Cuiabá, em 2016. “De repente meu partido tomou a decisão. Respeito, mas peço que respeitem a minha, vou ficar neutro, não posso expor meu partido e não posso participar oficialmente (da pré-campanha de Wellington)”, disse Emanuel, após lançamento do edital de licitação do Taxipref, nesta quinta (26), no Palácio Alencastro.
O emedebista admite que a escolha do partido, liderada pelo presidente estadual Carlos Bezerra, gerou desconforto. Lembra ainda que o MDB esteve junto com PR, PTB e PP quando se cogitava lançar o conselheiro afastado do TCE Antônio Joaquim ao governo. Houve desistência, após imbróglio jurídico. “E nessa história o MDB sempre junto e de uma hora para outra se desfez o laço. Estou sendo coerente naquilo que ajudei a construir”.

Respeito, mas peço que respeitem a minha, vou ficar neutro

Emanuel Pinheiro
Questionado sobre o partido seguir apenas as vontades de Bezerra, o prefeito ameniza a polêmica, mas admite que o dirigente exerce uma liderança forte dentro da sigla. “O seu desejo sensibilizou a opinião dos filiados”, sustenta.
No entanto, a mudança de palanque tiveram alguns reflexos. Além da neutralidade de Emanuel, a deputada estadual Janaina Riva recebeu aval do partido para apoiar o republicano, sob as mesmas alegações do prefeito. Além disso, ela namora o empresário Diógenes Fagundes, filho de Wellington. Outros prefeitos  podem seguir o mesmo rumo.
Recuo
Emanuel também não acredita num recuo de Wellington para apoiar Mauro. Sustenta que o senador está preparado e segue firme na construção de uma agenda positiva, sem chute na canela e baixaria. “Ficar xingando pra cá e acusando para lá não serve. Acho que não leva a nada, principalmente, quem esteve junto até pouco tempo atrás”, cutuca o emedebista referindo-se a Mauro que ajudou a eleger Taques em 2014.
Apesar de não citar, outro fato que levou Emanuel a não apoiar Mauro é que ambos, que já foram aliados, não se bicam mais. Desde que o emedebista havia anunciado a intenção de disputar o Alencastro, passou a criticar a atual gestão do então prefeito, bem como mostrou alguns “esqueletos” da gestão de seu antecessor.
Mauro, por sua vez, em entrevista à Rádio Vila Real, disse que respeita a decisão de Emanuel caso queira apoiar outro candidato, inclusive, o governador Pedro Taques (PSDB), que demonstra boa relação com o emedebista nos últimos dois anos.
Vice e Senado
Apesar de declarar neutralidade, Emanuel apoia a ida do pré-candidato a senador Adilton Sachetti (PRB) para a chapa de Wellington. Sachetti estava compondo com Mauro, mas foi preterido por Carlos Fávaro (PSD), que ficou com outra vaga ao Senado. A primeira deve abrigar o ex-senador Jayme Campos (DEM).
Em relação a vice, elenca as pré-candidatas ao Senado Maria Lúcia Cavalli Neder (PCdoB) e Margereth Buzetti (PP). Além disso, lembra do nome da ex-senadora Serys Slhessarenko, caso o PRB, de Sachetti, faça aliança com Wellington.

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