Kobori nega influência na contratação do escritório de advocacia de Paulo Taques

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 José Valter Kobori, de Brasília, é ex-diretor da EIG, empresa pivô dos esquemas no Detran
O ex-diretor da EIG Mercados Ltda, José Valter Kobori, nega ter interferido na contratação do escritório de advocacia de Paulo Taques e seu irmão Pedro Jorge Zamar Taques para dissimular o pagamento de propina no esquemainvestigado na Operação Bereré. Em depoimento prestado ao Gaeco na sexta (11), Kobori conta uma versão diferente do delator e proprietário da EIG, José Ferreira Gonçalves Neto, que diz que a ideia da contratação partiu justamente do ex-diretor.
Kobori confirma que em 2014 a EIG contratou o escritório de Daniel Mesquita, o D'almeida Cordeiro & Mesquita Advogados Associados, com sede em Brasília, por R$ 70 mil mensais. O D’almeida, por sua vez, contratou o escritório de Paulo Taques para representar a EIG em Mato Grosso. Kobori, no entanto, nega “qualquer ingerência para a contratação de Pedro Zamar Taques”.
Acontece que ao final da gestão do ex-governador Silval Barbosa (sem partido), após acertar o fim do pagamento de propina feito até então por meio da empresa Santos Treinamentos, Kobori teria negociado o pagamento das vantagens indevidas com o novo governo (Pedro Taques). O objetivo era manter o contrato entre a EIG e o Detran.
José Neto revelou ao Gaeco que foi Kobori quem sugeriu que o pagamento de propina para Paulo Taques fosse feito através do escritório de advocacia dele, em cujo quadro societário consta seu irmão Pedro Jorge Zamar Taques. A contratação de Pedro para atuar no escritório teria atendido um pedido do próprio Paulo.
Por este motivo, em 6 de outubro de 2014, dia seguinte às eleições gerais de 2014, o MPE cita que foi assinado um substabelecimento em que o escritório de Daniel Mesquita repassava para Pedro Zamar os poderes para fazer a defesa da EIG.
José Neto afirmou ao MPE que, inicialmente, Kobori pagava R$ 70 mil por mês ao escritório de Daniel que, por sua vez, pagava R$ 10 mil para Pedro Zamar, que chegou a fazer algumas audiências trabalhistas para a EIG. Quando José Henrique Ferreira Gonçalves, filho do dono da EIG e também delator, assumiu a empresa, o valor passou para R$ 40 mil.
Apesar da assinatura do substabelecimento, José Neto decidiu não efetuar o pagamento da propina daquela forma, motivo pelo qual Kobori teria se colocado a disposição para ser o “atravessador-dissimulador da propina”, recebendo-a pessoalmente sob o título de bônus pelos serviços pessoais prestados à EIG e repassando-a para Paulo Taques. Kobori permaneceu nessa função até agosto de 2016, quando foi demitido.

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