MUDANÇA NO PAIAGUÁS Secretária surpreende e pede exoneração do cargo no Governo de MT

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A secretária do Gabinete de Transparência e Combate a Corrupção, Adriana Vandoni Curvo, anunciou há pouco por meio de sua página no Facebook, que está deixando o cargo que ocupa desde janeiro de 2015. A decisão causou surpresa, uma vez que ela é uma das mais próximas ao governador Pedro Taques (PSDB).
Adriana alegou que seu “ciclo na pasta chegou ao fim”. “Não sei ainda qual será o meu próximo, se na iniciativa privada ou pública, mas quero que saibam que estarei bem”, disse. 
Na postagem, ela destacou diversas ações que implementou durante os dois anos em que esteve a frente da secretaria. Entre elas, estão palestras e encontros sobre prevenção e combate a corrupção aos servidores e a regulamentação da lei anticorrupção.
Vandoni também destacou a criação do Portal da Transparência, que contou com palestra do juiz Sérgio Moro. Também citou o planejamento de ações para 2017, quando não mais estará a frente da pasta. “Bem, amigos, a lista dos feitos é bem grande, mas não maior que a lista do que não foi feito ainda por algum tipo de impedimento ou simplesmente por não ter chegado o timing, como campanhas publicitárias de prevenção, por exemplo”, assinalou.
A secretária destacou ainda que o gabinete é um canal de denúncias. Ao todo, foram 62 formalizadas e encaminhadas aos órgãos de controle para a devida investigação. “O GTCC virou uma antena do que acontece no governo, pois conquistou a confiança dos cidadãos, especialmente dos servidores públicos”, colocou.
Entre as denúncias que geraram resultados, a secretária citou a de corrupção na Secretaria de Educação, que culminou com a “Operação Rêmora” e prisão do ex-secretário Permínio Pinto Filho. Também atraiu como iniciativa do gabinete a denúncia que resultou na “Operação Seven”, que levou para a prisão o ex-governador Silval Barbosa e ex-secretários por fraude na desapropriação de um área na região do Lago de Manso. “O caso da Seduc já era do conhecimento do governo desde janeiro de 2016, e o Gabinete agiu corretamente, pois encaminhou a denúncia, robusta, para a Defaz em menos de 24 horas. Outras denúncias já foram encaminhadas tanto para a Defaz quanto para o MPE, e possivelmente desencadearão em outras ações no futuro”, observou.
POLÊMICAS E SUBSTITUTO
Vandoni também travou embates durante o período em que esteve na pasta. Por exemplo, agentes do Gaeco chegaram a criticá-la quando ela informou que as denúncias que subsidiaram a “Operação Rêmora” foi feita pelo Gabinete de Combate a Corrupção. “Essa denúncia nunca teve a digital do governo. Não consiste aqui conosco nenhum ofício, o Gaeco não é Defaz. A nossa investigação começou com o depoimento de um empresário, no final do primeiro semestre de 2015”, disse o coordenador do Gaeco, promotor Marco Aurélio Castro.
O Gaeco também chegou a encaminhar ao Naco (Núcleo de Ação de Competências Originárias) pedido de investigação dela por falso testemunho. Isso porque, a secretária afirmou em depoimento que não chegou a avisar o ex-secretário Permínio Pinto sobre as fraudes para “não atrapalhar as investigações”. No entanto, em entrevistas a imprensa colocou que avisou o ex-secretário.
Vandoni também travou embates com a deputada estadual Janaína Riva (PMDB). Sempre que a deputada criticava a atual gestão, a secretária assumia a “linha de frente” do Governo e a chamava de “Riva filha”, numa alusão ao pai da parlamentar, que foi preso três vezes por corrupção entre 2015 e 2016.
Por conta disso, foi processada por injúria, calúnia e difamação e proibida pela Justiça de se referir a deputada publicamente de maneira “jocosa”. Ela ainda foi condenada a indenizar a parlamentar em R$ 8 mil.
Até o momento, o Governo do Estado não se posicionou sobre a saída de Vandoni ou sobre a nomeação do substituto. A tendência é que o gabinete seja extinto na reforma administrativa do Estado que chega segunda-feira a Assembleia Legislativa.
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