“O PTB de Chico Galindo entregou a Sanecap de mãos beijadas para a CAB Ambiental [controladora da CAB Cuiabá], e deu no que deu”, disse neste sábado (15) o vereador Domingos Sávio (Solidariedade) que exerceu também o cargo de secretário municipal de Trabalho e Desenvolvimento Econômico e atualmente é líder do prefeito Mauro Mendes na Câmara. Sávio lembrou que votou duas vezes contra o projeto que privatizou a Sanecap (Companhia de Saneamento da Capital), em 2011.
Savio avalia que os problemas começaram já com a forma pouco transparente em que ocorreu a concessão dos serviços de água e esgoto. Na época, o prefeito Chico Galindo (PTB) pediu licença e o presidente da câmara Júlio Pinheiro (já falecido), também do PTB, assumiu o Executivo e protocolou o projeto de concessão na Câmara pela manhã e na mesma sessão plenária, sem discussão prévia, o projeto foi aprovado.
A primeira votação foi no dia 12 de julho de 2011 e foi aprovada por 15 votos a 1, com voto contrário de Domingos Sávio. A justiça anulou a votação porque o então vereador Lúdio Cabral (PT) entrou com um mandado de segurança alegando descumprimento do regime interno da Casa.
A primeira votação foi no dia 12 de julho de 2011 e foi aprovada por 15 votos a 1, com voto contrário de Domingos Sávio. A justiça anulou a votação porque o então vereador Lúdio Cabral (PT) entrou com um mandado de segurança alegando descumprimento do regime interno da Casa.
Na segunda votação, em 1º de setembro, a Sanecap foi privatizada sob protestos de manifestantes em frente à câmara por 14 votos a 4. Quem votou contra foi Domingos Sávio, Toninho de Souza, Lúdio Cabral e Arnaldo Penha.
“Fui contra [a privatização] desde o início. Já havia alertado sobre os riscos”, reiterou Domingos Sávio, a respeito dos serviços da CAB Cuiabá, que se encontra sob intervenção da prefeitura por não cumprir com o contrato em relação ao abastecimento de água e expansão de rede de esgoto. Depois de quatro mandatos consecutivos como vereador, Sávio decidiu este ano não concorre à reeleição.
O assunto ganhou repercussão na mídia esta semana, porque o PTB de Galindo é um dos principais doadores da campanha do candidato do PMDB, Emanuel Pinheiro. Sozinho, o partido já doou R$ 507 mil à campanha de Emanuel - o que equivale a 25% do total arrecadado por sua campanha. O ex-prefeito Chico Galindo é o presidente do Diretório Regional do PTB.
Essa semana o vereador da capital Toninho de Souza (PSD), o mais votado nas eleições desse ano para a Câmara de Cuiabá, disse considerar “estranho” o volume da doação. “Somente o fato do candidato Emanuel querer protelar decisão de rompimento com a CAB para 2017 já demonstra claramente um interesse escuso. E a doação do PTB apenas confirma que Galindo e CAB são praticamente a mesma coisa e estão no palanque de Emanuel”, afirmou Toninho.
O vereador disse que o posicionamento de Emanuel Pinheiro mudou durante a campanha. Primeiro era contra manter o contrato da CAB. Depois, disse que iria estudar o assunto. “ E, por fim, pediu ao prefeito Mauro Mendes para deixar a decisão para o próximo mandato”, destacou.
O vereador disse que o posicionamento de Emanuel Pinheiro mudou durante a campanha. Primeiro era contra manter o contrato da CAB. Depois, disse que iria estudar o assunto. “ E, por fim, pediu ao prefeito Mauro Mendes para deixar a decisão para o próximo mandato”, destacou.
Além do próprio Chico Galindo, Emanuel também agregou à campanha nesse segundo turno lideranças como Marcus Fabrício (PTB) e Dilemário Alencar (atual PROS), reforçando ainda mais o grupo que participou ativamente do processo de privatização da água da Capital. A CAB Cuiabá sofreu intervenção e foi afastada da administração do sistema pelo prefeito Mauro Mendes (PSB), mas estaria se articulando politicamente para voltar a comandar o setor.