A casa caiu para Wilson Santos, Agentes da Policia Federal infiltrados flagram compra de voto praticada por Wilson, torna público Emanuel Pinheiro

Três PFs infiltrados flagram compra por voto por Wilson, afirma Emanuel

Fonte: João Batista
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denúncia reduzida
Estratégia seria cooptar líderes de bairros para levar eleitores a reuniões políticas de Wilson
A denúncia que pede a cassação do registro de candidatura de Wilson Santos (PSDB), protocolada pelo promotor Vinicius Gahyva, na noite de ontem (28), detalhou como ocorreu a suposta compra de votos. “Se dirigiram até o veículo Ford Ka, de cor preta, placa 8151, de Cuiabá, onde fizeram o acerto, que foi registrado pelo agente da Polícia Federal que acompanhava tudo o que estava ocorrendo”, consta em trecho da denúncia do MPE, referindo-se a imagens, áudios e vídeos que estão anexados ao processo.
Conforme denúncia, chegaram ao conhecimento da promotoria eleitoral a suposta compra de votos por parte da coligação durante a campanha eleitoral. Dentre as informações recebidas, o MPE aprofundou investigação em um dos possíveis cooperadores de compra de votos, Lucas Matos Morais, “que estaria recrutando eleitores para participar de eventos políticos em benefício dos representados, em troca de dinheiro em espécie”, diz trecho da ação.
 A estratégia, segundo consta no inquérito, é cooptar lideranças de bairros para reunir eleitores com objetivo de levá-los às reuniões políticas. No caso investigado foi em um galpão, localizado no bairro São Gonçalo Beira-Rio. Lucas ficaria incumbido de reunir eleitores do bairro Planalto, onde reside e possui bastante conhecimento e influência.
Foi prometido tanto a Lucas quanto a uma pessoa identificada como “Tariki”, morador do bairro Altos da Serra, a quantia de R$ 500 reais que seriam divididos em partes iguais para que agenciassem 40 pessoas para participarem da referida reunião. “Para convencer os eleitores a comparecerem à reunião com o representado Wilson Santos, ficou acertado que após o evento seria pago um churrasco com cerveja”, como também consta na ação.
Lucas prestou depoimento ao Gaeco, onde se prontificou a colaborar na elucidação do ilícito. Encaminhado à Superintendência da Polícia Federal, Lucas passou a contar com o acompanhamento dos agentes da PF, uma vez que os recrutamentos dos eleitores seriam feitos naquela tarde. “Ficou acertado que passaria um ônibus, a serviço da campanha eleitoral dos representados, para buscar os cooptados nos bairros Planalto e Altos da Serra”, diz trecho.
Por volta das 18h, Ronaldo Ferreira Moraes Reis, conhecido como DJ Rony, e responsável por recrutar lideranças e pagar R$ 500 reais, apareceu em frente à residência de Lucas, na rua Trombos, onde permaneceram aguardando o ônibus que traria os eleitores captados por Tariki, para se dirigirem ao bairro São Gonçalo, Beira-Rio, local da festa.
Quando DJ Rony chegou ao local, registrou fotografia de seu celular para comprovar o recrutamento dos eleitores. A foto foi registrada no momento que Rony estava em frente à casa de Lucas, segurando o material de campanha dos candidatos. “Após a foto, alguns eleitores questionaram Lucas acerca do pagamento, o qual lhes informou que quando o DJ Rony pagasse, faria a distribuição do dinheiro”, consta nos autos do MPE referindo-se que possui gravação deste momento.
O ônibus chegou e recrutou os eleitores, inclusive, o agente que estava infiltrado, sendo que outros agentes acompanhavam a ação em um carro descaracterizado. “Já estava combinado com os eleitores que o dinheiro recebido seria distribuído, parte em moeda corrente, parte pela doação de churrasco e cerveja após o encontro. Os valores e “comes e bebes” seriam oferecidos apenas para os que se deslocassem de ônibus e estivessem presentes à reunião”, consta na representação.
Ao chegarem na reunião, por volta das 20h, DJ Rony repassou os R$ 500 para Lucas e Tariki, sendo que cada um ficou com R$ 250. “As declarações anexas dão conta que, de fato, foram promovidos comes e bebes após a reunião, custeadas pelo dinheiro entregue a Lucas”, cita trecho do requerimento.
Pedido
O promotor destaca ainda que embora a prova produzida não evidencie que a vantagem não foi oferecida e entregue diretamente pelos próprios representados, “o certo é que a infração eleitoral resta caracterizada mesmo que tenha se dado por intermédio de terceiros, os chamados “cabos eleitorais”, com a orientação do candidato ou com a sua aquiescência”, consta.
O promotor explica ainda que ficou evidenciado o pagamento de R$ 500  a duas pessoas, para que fizesse o repasse da fração de seus quinhões a outros recrutados, “o que se deu tanto em moeda quanto no oferecimento de comes e bebes, conforme se faz prova por meio dos recursos audiovisuais e declarações anexas”, pontua. 
Diante disso, o promotor pede que seja cassado o registro ou o diploma, caso Wilson seja eleito amanhã. “Aplicando-lhes, ainda, multa, a ser fixada no valor de 1.050 Ufir”, finaliza no requerimento.

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