O PSOL na vitrine

A primeira pesquisa do instituto Gazeta Dados mostrou um cenário de empate técnico entre três candidatos à Prefeitura de Cuiabá, com a liderança de Procurador Mauro (PSOL), seguido por Wilson Santos (PSDB) e Emanuel Pinheiro (PMDB). Resta pouco menos de um mês para o pleito e a probabilidade é de que o sobe e desce de índices de intenção de voto seja frenético. No campo das especulações, a tendência é de que o candidato do PSOL perca fôlego à medida em que o contingente de indecisos diminua. Com reduzidíssimo tempo de TV para detalhar suas propostas, Mauro tem apostado nas redes sociais, mas a estratégia se mostra insuficiente para alcançar a todos os estratos eleitorais e não apenas de quem se simpatiza com ele. Além disso, é a primeira vez em que o outrora desprezado candidato assume a condição de protagonista. Como virou vitrine, vive a experiência inédita de ser alvo dos demais concorrentes e seus seguidores. Os ataques começam a se afunilar na tese de que o PSOL defende a bandeira do radicalismo e da velha esquerda, antigamente alinhada com o governo petista, defenestrado dos primeiros escalões da política nacional. Já tem gente fazendo conexões entre o programa de governo de Procurador Mauro e o castrismo cubano, a Venezuela de Maduro, as violentas invasões de propriedades feitas pelo MST, a defesa do aborto, da ideologia de gênero e da chamada "ditadura gay". Ou seja, pautas consideradas libertinas e associadas à "baderna" que não se encaixa no atual momento da política brasileira - mais próxima da centro-direita de Michel Temer. Mauro, no entanto, ainda enfrenta o desafio de "se levar a sério". O discurso repetido a cada candidatura, segundo o qual fará um governo sem alianças, quase autóctone, é difícil de ser compreendido e transposto para a realidade. Rechaçar o loteamento de cargos e os privilégios é um gesto nobre, mas quanto à governabilidade sua postura deve levar em conta as características inerentes ao cargo e às dificuldades de se conduzir um município carregado de responsabilidades e sempre à espreita da crise. Seus adversários têm longa quilometragem política e são apoiados por siglas de maior representatividade, embora também esbarrem nas limitações financeiras para a campanha. Ambos devem crescer e monopolizar a disputa mais adiante, deixando o Procurador Mauro, mais uma vez, o poder do fator surpresa. Terá o candidato café com leite de outras eleições a oportunidade de fazer história?

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