A uma semana das eleições municipais, os seis candidatos a prefeito de Cuiabá voltaram a trocar farpas durante debate realizado neste sábado (24), na rádio Centro América FM. Os principais protagonistas das acusações foram Emanuel Pinheiro (PMDB) e Wilson Santos (PSDB).
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Candidatos trocam farpas em debate,Wilson e Emanuel protagonizam acusações
O debate, mediado pelo jornalista Aldair Santos, teve cinco blocos. No entanto, só começou a esquentar no terceiro , quando os candidatos fizeram perguntas entre sim, com tema livre.
Na vez do candidato tucano, Wilson lembrou um tema que tem sido pedra no sapato do candidato peemedebista, o Fundo de Assistência Parlamentar (FAP). Segundo consta, Emanuel tem recebido a aposentadoria desde os 32 anos, enquanto que dois dos adversários, Wilson e Serys Slhessarenko (PRB), abriram mão do benefício por considerá-lo legal, mas imoral.
“Eu queria que o senhor discorresse sobre a sua aposentadoria pelo FAP”, perguntou Wilson Santos. Emanuel respondeu dizendo que o beneficio não se trata de aposentadoria. “Se trata sim de uma previdência complementar, de uma previdência parlamentar, que eu contribuí por ela. Eu paguei por ela”, respondeu o peemedebista, já incomodado com o questionamento.
Contudo, Emanuel continuou sua fala lembrando que Dante de Oliveira, ex-governador que dá o nome a coligação do tucano também contribuiu pelo FAP.
“O senhor não se incomoda com isso, porque o nome da sua coligação se chama Dante de Oliveira, que era do FAP. E o Dante é desonesto por isso? O senhor não homenageia e o canta em verso e prosa? Claro que não. O senhor está homenageando um “fapiano” porque ele é um homem honrado. Não era um ladrão”, rebateu Emanuel.
Não satisfeito, na replica, Wilson questionou: “caso o senhor seja eleito prefeito de Cuiabá, o senhor permitirá os servidores da Prefeitura de Cuiabá que possam nas mesmas circunstância que o senhor chegar a essa aposentadoria, ao pensão aos 32 anos também?”, indagou.
Na tréplica, Emanuel disparou: “Isso é uma mentira (..) Wilson não se contém. Você o conhece, a mania de mentir, de mentir... Até na idade. Até da suposta aposentadoria, que não foi aposentadoria. Não existe suposta aposentadoria. Existe um plano, existe uma previdência parlamentar”, aponta sem mencionar qual seria a data correta.
Por ter chamado Wilson de mentiroso, este recebeu direito de resposta a esclareceu que também tem direto ao benefício, mas é contra o privilégio. “Eu poderia aos 30 e poucos anos ter procurado essa aposentadoria, essa pensão e ter embolsado mais de R$ 6 milhões em 22, 23 anos. Eu não aceitei. Então, isso nos diferencia. Isso é dinheiro público, que está sendo regrado, drenado para questão pessoal enquanto o trabalhador tem que trabalhar 30, 40 anos, esse privilégio ainda ronda os parlamentos brasileiros. Eu sou contra o FAP”, respondeu.
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Pergunta do comentarias Alfreto pois a tona tema polêmico envolvendo RGA
RGA
A polêmica revisão geral anual também fez parte das discussões do debate. No quarto bloco, o comentarista político Alfredo da Motta Menezes fez perguntas aos candidatos e indagou a Emanuel Pinheiro se a situação financeira do Estado estaria melhor se o governo tivesse pago integralmente a RGA, já que sem pagar tudo, precisou fazer escalonamento dos salários. Emanuel respondeu dizendo que nada adiantou o governo não conceder a reposição inflacionária. “A RGA é um direito sagrado. Estabelecido na constituição estadual para recompor as perdas inflacionárias do ano anterior. E que o governo falava? Se pagar a RGA como previa a lei, o governo ia atrasar salários. Olha o que aconteceu. Não pagou como está estabelecido em lei, frustrou, traiu a confiança dos servidores públicos. E o que é pior, começa atrasar salários, escalonando o pagamento dos salários do servidores”, disse.
O comentarista voltou na questão da RGA quando fez a pergunta a Wilson Santos, tendo em vista que os dois oponentes travaram diversos debates na Assembleia. Alfredo perguntou a Wilson se o governo tivesse pagado integralmente a RGA estaria “palco de aranha” hoje.
Wilson responde dizendo que é preciso ter responsabilidade e lembrou uma sinalização do prefeito Mauro Mendes (PSB) alertando que no ano que vem a prefeitura poderá atrasar salários.
“É preciso acordar que é a maior crise republicana da história. Se continuar assim, vai ter um “problemaço” para administrar Cuiabá. Se ganhar assim, na falácia, na conversa bonita, sem responsabilidade”, disse o candidato tucano.
“Que a RGA é constitucional, é. Agora nenhuma das ações que os sindicatos moveram no supremo obtiveram êxito. O supremo sabe que é legal, mas tem que ter outras condicionantes, dentre as quais o respeito pela Lei de Responsabilidade Fiscal”, frisou Wilson.
Vídeo Malafaia
Outro ponto polêmico da rodada de debate foi o questionamento sobre vídeo gravado pelo pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e apresentador de programa religioso no Rio de Janeiro, pedindo que os cristãos de Cuiabá não votassem no Procurador Mauro (Psol). No vídeo, o Pastor fala que candidato é do grupo que apoia a legalização da maconha e do aborto.
Em resposta, o procurador Mauro, disse que o vídeo é um ataque de adversários pelo fato de ter chances reais de ganhar a eleição. Afirma ainda que o Psol é um partido democrático, que debate diversos temas e que posicionamento pessoal de seus militantes é ressalvado. Além disso, mencionou que os temas apontados pelo pastor são discussões nacionais, pautas do Congresso Nacional apenas.
Outros pontos do debate foi a ex-senadora Serys que só falava no Hospital Maternal em Cuiabá e acusava os demais candidatos de roubar sua ideia.
Julier Sebastião (PDT) falou sobre a criação de novas secretarias e que vai extinguir as desnecessárias.
Renato Santtana (Rede) destacou que sua campanha é mensageira e prometeu trabalhar com saúde preventiva, além de criar um aplicativo para que a população possa acompanhar em tempo real os gastos da prefeitura.