História
Eu nasci na cabeceira do rio da Casca, em 27 de junho de 1969, no distrito de Mundo Novo, na Chapada dos Guimarães. Meus pais eram muito pobres, de origem lavradora, e por isso dois anos depois a família se mudou para o bairro Araés, em Cuiabá, com eu e meu irmão a tiracolo.
Meu pai trabalhou 25 anos na mesma empresa, primeiro como servente, depois foi promovido a encanador e mais tarde a chefe de serviços, responsável pela manutenção das redes. Em Cuiabá, ele e minha mãe tiveram mais dois filhos: minha irmã e meu irmão caçula.
Como morávamos perto da Igreja de Araés, desde cedo comecei a frequentar a missa. Estudei na escola Baú, da primeira à oitava série, e depois fui para a Escola Técnica. Cursei o primeiro semestre de Eletrônica e depois mudei para Eletrotécnica.
Sempre me dediquei muito aos estudos. A Escola Técnica premiava os melhores alunos de química, física, matemática e biologia. Fui premiado como um dos melhores alunos dessas quatro matérias.
Enquanto cursava a Escola Técnica, eu comecei a frequentar a Pastoral da Juventude e fui presidente do grupo de jovens da Igreja Nossa Senhora de Fátima. O grupo se chamava JOPS – Jovens Organizados Procurando Servir -, mas a gente brincava dizendo que na verdade era um grupo de jovens procurando serviço.
Mais tarde, participei da coordenação paroquial da Pastoral da Juventude e fui da coordenação Diocesana da Pastoral da Juventude e também da coordenação regional da Pastoral da Juventude, ligada a CNBB regional.
Meu sonho de criança era ser piloto da Aeronáutica. Na escola técnica, eu e alguns colegas estudávamos para prestar o vestibular no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), para ser piloto militar. Porém, no último ano da escola técnica, eu já sentia a obrigação de tratar das questões humanas e sociais. Por isso escolhi prestar o vestibular de Direito.
Após ingressar no curso de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso, consegui uma bolsa de estudos com a Fundação Ford. O compromisso com a bolsa era manter notas altas, o que me obrigou a deixar de lado a militância estudantil e focar na carreira acadêmica.
Me formei em 1991, aos 22 anos, e fui trabalhar como advogado. Três anos depois, prestei o concurso para Procurador do Estado. Foi um concurso dificílimo, mas consegui estar entre os três candidatos que foram aprovados. No entanto, eu acreditava que podia fazer ainda mais como magistrado e no ano seguinte prestei novamente um concurso, desta vez para Juiz Federal.
Meus pais sempre tiveram muito orgulho da minha carreira e dos meus irmãos também. A família era muito pobre, mas todos os filhos estudaram. Meu irmão é engenheiro agrônomo, minha irmã é formada em Serviço Social e meu irmão caçula é formado em Comunicação Social e Direito.
Como juiz federal, acredito que a minha maior contribuição tenha sido no combate ao crime organizado em Mato Grosso. Através da Operação Arca de Noé, conseguimos prender o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro e desmantelar a organização criminosa estabelecida por ele no Estado de Mato Grosso.
Devido a minha atuação como juiz, tive que andar com segurança pesada durante 10 anos, de 2003 a 2013. Para qualquer lugar que eu ia, tinha que levar três policiais federais armados. Foi um período difícil, mas essa situação apenas me incentivou a redobrar os esforços contra o crime organizado.
Julier Sebastião da Silva
Fonte: http://julier.com.br/historia-2/
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