Após o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) atribuir parte da responsabilidade pelo caos na Saúde Pública da capital, ao governador Mauro Mendes (DEM), (leia AQUI) o chefe do Executivo estadual respondeu às críticas nesta terça-feira (19). De acordo com Mendes, cada um deve ter suas responsabilidades. Ele lembrou que, enquanto liderou o Palácio Alencastro (2012 a 2016), nunca permitiu que a Santa Casa de Misericórdia fechasse as portas.
O chefe do Executivo democrata aproveitou para ironizar uma declaração dada pelo prefeito, que durante coletiva de imprensa na última sexta-feira (15), disse que o governador deveria dar ‘graças a Deus’ por ele não ter transformado o novo Hospital e Pronto-Socorro de Cuiabá em um ‘novo VLT’.
“Quando fui prefeito de Cuiabá conseguimos, nos quatro anos, administrar esse problema da Santa Casa e eu nunca deixei o hospital filantrópico fechar. Desejo ao prefeito que faça o mesmo. O Estado tem o dever de olhar para todos, e eu sou governador de Mato Grosso, não posso olhar apenas para um município e para um problema específico. Estarei sensível ao diálogo de qualquer tema que aflija os mato-grossenses, mas todos nós temos a nossa responsabilidade”, afirmou ele.
Ao pedir ajuda com recursos para a Saúde, Pinheiro declarou em coletiva de imprensa na semana passada que Mendes “desarmou o espírito, tirou muito do veneno, ficou um pouquinho ainda, mas combinamos de sentar pra conversar mais”.
“Se tem veneno ele não está dentro de mim. Eu tenho muitas ocupações e nunca demonstrei nenhuma atitude que pudesse demandar dele esse tipo de comportamento. Se há veneno, ele que se explique”, rebateu Mauro Mendes.
Em meio à crise da Santa Casa, o governador não respondeu se o Estado pretende ajudar com algum aporte financeiro. A unidade filantrópica deve seis meses de salários atrasados dos funcionários, e paralisou as atividades por falta de estrutura aos pacientes.
Em Brasília, a bancada federal, Prefeitura de Cuiabá, Governo do Estado, Câmara de Cuiabá, Assembleia Legislativa e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tentam viabilizar recursos para o hospital.
“A saúde pública de Mato Grosso está numa situação extremamente ruim, delicada e difícil. Em janeiro, nós tivemos que fazer a intervenção nos hospitais de Rondonópolis e Sinop. Pegamos uma saúde em caos, com mais de R$ 400 milhões de dívidas com fornecedores, consórcios e com as prefeituras. Um absoluto caos, e estamos trabalhando muito pra enfrentar esses problemas”, afirmou o governador.
REPASSES
O Governo do Estado afirma que recebeu do ex-governador Pedro Taques um Estado com repasses atrasados há até oito meses. Mendes disse que não possui ‘varinha mágica” e que somente um trabalho sério e o próprio tempo faria com que os repasses voltassem e ficar em dias. “Já começamos um programa de regularização, mas existe um esforço gigantes para colocar ordem na casa.
O governo é muito grande e os problemas são muito complexos. Mato Grosso tem uma situação muito delicada, deve a Deus e ao mundo, mas já existem sinais de melhoras na arrecadação, no entanto, ainda tem um longo caminho a ser percorrido pra enxergamos uma saída dessa crise”, disse o governador.
COLAPSO
A Santa Casa de Misericórdia é um hospital filantrópico criado em 1717. Com 202 anos de existência, acumula hoje um déficit de R$ 80 milhões por ano, identificados na gestão do ex-presidente Antonio Preza. Desde o dia 11 de março, a Santa Casa paralisou os atendimentos alegando falta de condições pelo fato de atraso em repasses da Prefeitura de Cuiabá.
O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) emitiu nota, no dia 12, afirmando que estava analisando documentos sobre a viabilidade de fazer repasses financeiros à Santa Casa de Misericórdia, que de acordo com a Prefeitura, teve os pagamentos suspensos por recomendação da Delegacia Fazendária, pois o hospital seria alvo de investigação, o que é negado pela direção da unidade de saúde. A Prefeitura havia se comprometido repassar o valor R$ 3,6 milhões para custeio de serviços emergenciais.
No entanto, o município não seria obrigado a cumprir os repasses porque a Santa Casa não exerceu com o acordo firmado entre as partes. “Foram repassados R$ 24.866.260 para a instituição, mas os serviços hospitalares que deviam ser ofertados aos cidadãos não foram executados. Sendo o motivo da dívida da Santa Casa com a Prefeitura de Cuiabá”, afirma trecho do documento.
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