Na semana após o massacre que deixou 10 mortos em uma escola de Suzano (SP), 18 jovens e adolescentes foram encaminhados para delegacias em seis cidades de Mato Grosso, por ameaças semelhantes no Estado. A Polícia Judiciária Civil (PJC) e a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) afirmam acompanhar todos os casos de perto e descartaram qualquer ameaça real.
A conclusão foi de que todos os casos foram referentes a trotes, os quais os envolvidos atribuíram ser brincadeiras de mau gosto.
Sexta-feira (15)
O primeiro caso noticiado aconteceu em Cáceres (a 220 km de Cuiabá), na sexta-feira (15), após o pai de um aluno descobrir um grupo com 18 jovens no aplicativos de mensagens Telegran. Eles falavam sobre atacar a escola Estadual União e Força.
Quatroze adolescentes com idades entre 15 a 17 anos foram conduzidos para a delegacia, onde confessaram a criação do grupo, mas negaram que cometeriam assassinatos na unidade de ensino. Conforme a Polícia Civil, todos disseram que era uma ‘brincadeira’ e o autor do grupo afirmou estar arrependido.
Simultaneamente, em Porto Esperidião (a 320 km de Cuiabá), um jovem de 18 anos, de uma escola na Vila Cardoso, comunidade rural no Distrito de Porto Esperidião, teria também feito um comentário sobre as mortes ocorridas em Suzano (SP), em um grupo em rede social no colégio. O jovem foi ouvido e alegou estar muito “envergonhado e arrependido”.
Segunda-feira (18)
Na segunda-feira (18), diretores das escolas estaduais Jaime Veríssimo de Campos (Jaminho) e Marlene Marques de Barros, registraram boletins de ocorrência após vazamento de ‘prints’ de um grupo intitulado “Massacre MT”. Nas mensagens, integrantes do grupo diziam que iriam matar estudantes das duas escolas, que ficam no mesmo quarteirão no bairro Jardim Imperial.
Neste caso, foi detida a jovem Gabrielle Macedo Rodrigues, 19 anos. Na delegacia ela disse que foi adicionada ao grupo no WhatsApp, saiu e colocou um ‘print’ em seu status dizendo que “O bagulho ia ficar doido”. Ela também contou que não tinha nenhuma intensão de matar alguém, por isso saiu do grupo.
O advogado de Yann disse que o garoto não foi autor do áudio que estão vinculando como se fosse dele.
Terça-feira (19)
Na terça-feira (19), a Polícia Militar encaminhou o jovem Yann Gabriel Wakitchi Mito, 18 anos. Ele foi apontado como autor de um áudio contendo ameaças de ataques na escola Estadual Honório Rodrigues Amorim, no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande.
O advogado de Yann disse que o garoto não foi autor do áudio que estão vinculando como se fosse dele. As denúncias foram feitas pela direção e alunos da escola.
Quarta-feira (20)
Na quarta-feira (20), outro jovem de 16 anos foi preso, por estar com 35 munições de pistola calibre 380 dentro da Escola Estadual Ramon Sanches Marques, em Tangará da Serra (a 240 km de Cuiabá).
Ele foi detido e confessou, na delegacia, que furtou as munições na casa onde a mãe trabalha e que não tinha intensão de matar ninguém. Ele afirmou que venderia o armamento. Um cachimbo para uso de drogas também foi encontrado na escola, durante as buscas da Polícia Militar.
A apreensão do menor gerou pânico entre pais e alunos. A escola chegou a suspender as aulas por dois dias.
Outro lado
Há possibilidade de haver outros casos, porém a Polícia Civil se negou a divulgar as informações para que as investigações não fossem atrapalhadas.
Anteriormente, o delegado da Gerência de Combate aos Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), Eduardo Botelho havia afirmado que nenhum dos casos de ameaças em Mato Grosso se mostraram concretas.
Além da Polícia Civil, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) também afirmou que acompanha todas as denúncias, mas que também não dará detalhes dos casos para que as ações negativas não sejam fomentadas.
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