Trio de parlamentares eleito pelo estado é composto por uma sargento do Exército, uma policial militar e uma advogada, todas novatas na política.
Por Nicolás Satriano, G1 Rio
Alana Passos aparece em vídeo de campanha com Jair Bolsonaro — Foto: Reprodução/Facebook
Novatas na política e fiéis aos preceitos da legenda, as deputadas do Partido Social Liberal (PSL) eleitas no último domingo (7) pelo Rio de Janeiro são minoria nas bancadas que vão compor na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e na Câmara.
Do total de 25 deputados (federais e estaduais) eleitos pelo estado, apenas três são mulheres. Por outro lado, mesmo em menor número, as representantes do partido demonstraram força nas urnas e tiveram uma expressiva votação.
Sargento do Exército Brasileiro há 11 anos e moradora de Queimados, município na Baixada Fluminense, Alana Passos, de 32 anos, será a única representante mulher do PSL na Assembleia Legislativa do Rio. Com 106.253 votos, ela foi a terceira deputada estadual mais votada na eleição deste ano.
Alana Passos é sargento do Exército e moradora de Queimados. — Foto: Arquivo pessoal
Acostumada às fileiras do quartel, Passos vai estar ao lado de 12 outros parlamentares do PSL e garante que ser a única mulher da bancada não gera qualquer incômodo. Ainda assim, a deputada reconhece que estar sozinha significa uma "responsabilidade muito grande".
"Além da responsabilidade ser muito grande, é uma bandeira pela qual eu já luto há muitos anos, que é a igualdade. Já servi em unidade em que eu era a única mulher no meio de mil homens", explicou Passos.
Fora a luta pela igualdade entre homens e mulheres, as outras bandeiras de Passos são: luta contra o crime organizado, redução da maioridade penal, preservação de princípios religiosos, combate à "ideologia de gênero", militarização em escolas, defesa de uma escola sem partido e proteção jurídica para policiais.
As correligionárias de Passos que vão representar o PSL do RJ na Câmara dos Deputados, em Brasília, são as deputadas Major Fabiana e Chris Tonietto. Elas conquistaram, cada uma, 57.611 e 38.525 votos, respectivamente.
Deputada pelo PSL Chris Tonietto — Foto: Arquivo Pessoal
Aos 27 anos, nas redes sociais a advogada Christine Tonietto se define como católica, casada e defensora da família e dos valores da sociedade brasileira. Uma das principais propostas que a deputada pretende levar adiante na Câmara é a disseminação das "casas pró-vida".
Radicalmente contra o aborto, Tonietto avalia que a implantação das "casas pró-vida" Brasil afora vão conferir dignidade a mães e crianças. Segundo ela, as instituições podem desestimular o interrompimento da gestação.
Ainda sobre o tema, a advogada fez críticas ao que chamou de "ativismo judicial", citando a discussão que voltou à pauta no Supremo Tribunal Federal para definir se o aborto deve ser, ou não, descriminalizado.
Tratando da própria eleição e expressiva aprovação nas urnas de políticos do PSL, a deputada considera que o pleito deste ano significou um "novo alvorecer". Durante o mandato, Tonietto prevê que o encontro da "velha" e da "nova" política pode gerar um enfrentamento na Câmara.
"Provavalmente a gente vai ter que ir para o enfrentamento. A gente não pode se curvar a nenhuma iniciativa da política velha", ressaltou a deputada.
Deputada do PSL Major Fabiana — Foto: Arquivo Pessoal
A outra representante do Rio de Janeiro na Câmara federal será a major da Polícia Militar do RJ Fabiana Silva, de 38 anos. Também iniciante na vida política, a oficial pretende levar pautas de segurança ao plenário em Brasília.
Fabiana contou já ter passado por 19 unidades da PM, onde sempre atuou na área operacional. Foi, durante cinco anos, subcomandante do 22º BPM (Complexo da Maré) e também esteve no 3º BPM (Méier). Recentemente, antes de se candidatar, estava no Batalhão de Policiamento de Vias Expressas.
Sobre a eleição, a major acredita que a "população de bem respondeu nas urnas". Já a respeito de representantes da "velha política" que ainda integram a Câmara, a oficial entende que eles devem se preocupar com a chegada da nova leva de parlamentares.
"A população de bem respondeu nas urnas. Eles [representantes da 'velha política'] é que têm que estar preocupados. Estou chegando com o máximo de garra, vontade, honestidade. Quero me comportar como um soldado do meu capitão [Jair Bolsonaro], como um soldado das pessoas que votaram em mim. Os adeptos da 'política velha' é que vão querer sair. Não vai ter jeito."
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