No primeiro debate da disputa pelo governo de Mato Grosso, realizado no fim da manhã desta quinta (30), pela TV Vila Real, os candidatos evitaram, na maior parte do tempo, polemizar. O encontro entre os postulantes ao Palácio Paiaguás, que durou pouco mais de 2 horas, transcorreu em temperatura morna. A expectativa de que o candidato à reeleição Pedro Taques (PSDB) e o ex-prefeito Mauro Mendes (DEM) polarizassem o embate não se confirmou. Os quatro concorrentes do tucano apontaram erros da gestão, mas não tocaram em assuntos delicados da administração, como os grampos ilegais e as delações de Alan Malouf e Permínio Pinto citando o governador
No debate conduzido pelo jornalista Antônio Carlos Silva e dividido em quatro blocos, além de Mauro e Taques, os candidatos Wellington Fagundes (PR), Arthur Nogueira (Rede) e Moisés Franz (Psol), fizeram perguntas entre si e falaram de temas como saúde, segurança pública, servidores, educação, regularização fundiária, distribuição de renda e geração de empregos.
Gilberto Leite
Mauro Mendes, Wellington Fagundes, Arthur Nogueira, Pedro Taques e Moisés Franz ocupam púlpitos durante o 1º debate da eleição ao governo
Com discurso mais técnico, Taques fez questão de ressaltar que não conseguiu fazer tudo o que era necessário nestes 3 anos e oito meses de governo, mas que avançou. Defendeu a continuidade de sua administração para que os bons resultados fossem realizados de forma mais rápida.
Já Mauro passou a maior parte do debate batendo na tecla de que terminou seu mandato na Prefeitura de Cuiabá, em 2015, com mais de 80% de aprovação popular. Destacou que pretende aplicar em seu eventual governo os resultados que conseguiu obter no Palácio Alencastro. Além disso, citou seu candidato a vice, Otaviano Pivetta (PDT), que foi três vezes prefeito de Lucas do Rio Verde. Segundo o democrata, a experiência administrativa dos dois é um ponto forte para a decisão dos eleitores de Mato Grosso.
Mauro e Taques, ex-aliados políticos desde as eleições de 2010, só trocaram perguntas em duas ocasiões. Logo no 2º bloco do debate, o ex-prefeito questionou o governador sobre o alto número de empresas fechadas nos últimos anos no Estado. O tucano tirou sua responsabilidade da questão, dizendo que a crise economica que levou a tal situação é nacional.
No 3º bloco, foi a vez de Taques questionar o democrata. O chefe do Executivo destacou que fez reformas administrativas, enxugou a máquina e economizou cerca de R$ 1 bilhão. O governador questionou seu adversário sobre quais secretarias ele pensa em cortar, em caso de vitória. Mauro esquivou, confirmou sua intenção de cortar Pastas, mas que isso só será detalhado no momento da transição. Ele ainda confirmou que pretende reduzir o número de cargos comissionados em 30%.
Gilberto Leite
Mauro Mendes e Wellington Fagundes ficaram lado a lado no cenário do debate ao governo
Confusão
Wellington foi responsável pelos poucos momentos mais polêmicos. Apesar disso, mostrou confusão e nervosismo ao relembrar que Mauro e Taques eram parceiros. Questionou se o democrata acredita que os problemas enfrentados pelo Estado foram ocasionados pela má gestão do governador.
Mauro, no entanto, evitou polemizar. Disse que a pergunta deveria ter sido feita diretamente ao candidato à reeleição. Na réplica, Wellington acabou se confundindo, fez pergunta direta ao chefe do Executivo, foi chamado a atenção pelo mediador e acabou chamando Mauro de “Taques”, “governador” e “prefeito”. O momento virou motivo de risos do ex-prefeito.
Em outro momento, questionou Taques sobre quais são os nomes daqueles políticos que lhe trairam. A tentativa era de que o governador acabasse citando o nome de Mauro. O tucano, porém, não entrou na jogada do republicano. Disse, sem falar nomes, que muitos ex-aliados acabaram frustrados, pois não tiveram suas mordomias atendidas em seu governo.
Wellington ainda acusou o tucano de deixar mais de 400 obras inacabadas e prometeu concluir todas. Teve ainda que responder questionamento de Moisés sobre o que fez no período em que o ex-governador Silval Barbosa (sem partido) conduzia as obras da Copa do Mundo e desviava recursos públicos. Não respondeu, porém, quando Taques relembrou do apoio do senador ao ex-gestor.
Gilberto Leite
Ao centro, Pedro Taques fala sobre ações feitas durane sua gestão no Paiaguás; Arthur Nogueira e Moisés Franz são estreantes em debates na TV
O novo
Outra disputa que se destacou foi protagonizada por Arthur e Moisés, candidatos com menor expressão política nesta disputa. Os dois brigaram pelo título de “novo”, criticaram a velha política e as coligações com inúmeros partidos. Arthur lidera coligação formada pela Rede e PPL. Já Moisés segue a tradição do Psol no Estado de não se coligar.
No geral, Arthur se destacou pelo discurso mais técnico. Resaltou sua experiencia na área da segurança pública, uma vez que é policial rodoviário federal. Moisés, por sua vez, criticou os “barões” do agronegócio e se colocou como defensor dos servidores públicos.
Bastidores
Cada candidato teve direito a levar 15 convidados. Mauro foi o primeiro a chegar, ao lado da esposa, Virgínia Mendes. Além dela, levou o marqueteiro Antero Paes de Barros, que acompanhou o debate na sala reservada ao democrata na sede da emissora.
Mauro ainda foi acompanhado pelo coordenador jurídico Rodrigo Cyrineu, assim como do vereador Gilberto Figueiredo (PSB), do deputado federal Valtenir Pereira (MDB) e outros apoiadores.
Taques chegou acompanhado da namorada Mariane Machio e de seu marqueteiro Gustavo Vandoni, que chegou a auxiliá-lo dentro do estúdio, durante os intervalos comerciais. O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) e o vice na chapa Rui Prado (PSDB) foram outros que acompanharam o tucano.
Wellington levou a sua vice, Sirlei Theis (PV), o marqueteiro Bruno Bini, o candidato ao Senado Adilton Sachetti (PRB) e outros. Os convidados dos candidatos puderam acompanhar o debate em um auditório da empresa de comunicação.
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