Evento contou com participação do governador Pedro Taques, prefeito Emanuel Pinheiro e lideranças políticas interessadas em receber créditos pela obra
Depois da polêmica que se arrastou por meses, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) e o governador Pedro Taques (PSDB) finalmente assinaram, nesta quinta (5), o Compromisso de Transferência de Recursos para a aquisição dos equipamentos para o novo Pronto Socorro. Quase 11 mil itens serão adquiridos em centenas de lotes que já estão em processo para licitação.
O evento, que contou com a participação de diversas lideranças políticas interessadas em também receber os créditos pela obra, aconteceu na própria unidade de saúde que deve ser inaugurada em 8 de Abril de 2019, quando a Capital completa 300 anos. Em Janeiro, será entregue a obra física.
Emanuel Pinheiro Digo sem medo de errar que esta obra não nasceria, não seria tocada e não seria entregue sem o governador Pedro Taques
Adversários políticos, tanto o governador quanto o prefeito não pouparam críticas aos opositores pelas cobranças recebidas nos últimos meses, que colocaram em dúvida a aquisição dos equipamentos da unidade de saúde.
Em seu discurso, Emanuel detalhou as dificuldades para a viabilização da obra, rebateu críticas e deu os créditos da conquista ao governador. "Temos que dar a César o que é de César e eu tenho que ser justo. Depois de um ano e seis meses como gestor, depois de 25 anos de mandatos sucessivos, entre vereador e vários de deputado estadual, digo sem medo de errar que esta obra não nasceria, não seria tocada e não seria entregue sem o governador Pedro Taques".
Da mesma forma, o prefeito afirma que a obra não seria equipada sem o comprometimento da bancada federal. "Não seria equipada se não fosse a bancada federal se unir e se preocupar com os destinos da saúde pública de Mato Grosso e da Capital", complementa. "Sem nenhum demérito aos demais membros, destaco a participação e o apoio extraordinário do deputado Valtenir e do senador Wellington com o prefeito da Capital", diz.
Taques abre seu discurso dando sequência às injustiças apontadas pelo prefeito. "Fofoca, fuxico e mexirico. Isso é coisa de gente baixa", disse. O governador relembra que começou as providências para a obra do Pronto Socorro com 3 meses de mandato e 4 meses depois a obra começou a ser construída, há 3 anos.
Ao apontar que as tratativas para a compra dos equipamentos começaram em 7 de janeiro, quando o governador procurou o prefeito, Taques volta a citar a compra dos vagões do VLT, antes que a obra ficasse pronta. "Com 11% da obra do VLT, foram gastos R$ 700 milhões. Os vagões estão comprados.
Além disso, Taques reconhece que a saúde no Estado não está 100%. "Mas sou governador, não posso perder a paciência. Tive que conduzir isso com dificuldades. Cuiabá tem sete unidades de saúde do Estado e há 50 anos o Hospital Adauto Botelho não recebia uma mão de tinta", diz elencando a precariedade e reforma de outras unidades de saúde.
Pedro Taques Cuiabá tem sete unidades de saúde do Estado e há 50 anos o Hospital Adauto Botelho não recebia uma mão de tinta
Os R$ 82 milhões que o Governo do Estado vai repassar para a Prefeitura de Cuiabá serão utilizados para a aquisição dos cerca de 11 mil mil itens necessários para o funcionamento da nova unidade hospitalar. O recurso é proveniente de emenda conjunta viabilizada pelos oito deputados federais e três senadores da bancada de Mato Grosso no Congresso Nacional.
Taques, que se articula para disputar a reeleição, já reivindicou a paternidade do novo Pronto Socorro. Pontua que a construção só saiu do papel por sua iniciativa, em abril de 2015.
No entanto, a construção do novo Pronto Socorro foi promessa de campanha do ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (DEM), pré-candidato ao Governo do Estado, que prometeu concluir a obra durante seu mandato que encerrou em 31 de dezembro de 2016.
Desde o início das obras da unidade de saúde, o Estado aportou R$ 50 milhões. A contrapartida da Prefeitura de Cuiabá chegou a R$ 27 milhões.
O novo Pronto-Socorro está com mais de 72% das obras executadas. A obra orçada em R$ 77 milhões recebeu seis aditivos bancados pela Prefeitura de Cuiabá, que somaram R$ 14,5 milhões, chegando a R$ 91,5 milhões até o momento.