VICE QUEBRA O SILÊNCIO Emanuel “não atendeu expectativa da população”, diz vice Niuan, que também aponta falta de humildade do prefeito

Niaum Ribeiro reclama de falta de espaço para trabalhar e aponta falta de habilidade política de Emanuel, na relação com a oposição. "Vereador não é moleque". PAULO COELHO  A falta de humildade para reconhecer os próprios erros é, de acordo com o vice-prefeito de Cuiabá, Niuan Ribeiro, a principal razão para a rejeição de quase  60% da administração de Emanuel Pinheiro. Alan Cosme/HiperNoticias  vice-prefeito de Cuiabá, Niuan Ribeiro A reprovação do prefeito Emanuel Pinheiro subiu de 52,3% em fevereiro para 58% em março, revela pesquisa Omnibus KGM, contratada por HiperNotícias. Já a aprovação do prefeito oscilou negativamente de 39,5% para 37,3% no mesmo período. A pesquisa ouviu 400  pessoas entre os dias 24 e 26 de março em Cuiabá. “Ele criou muita expectativa na população e depois não conseguiu suprir essa expectativa, colocou o sarrafo muito alto e é esse o motivo do desgaste político que está tendo agora”,  avaliou, em entrevista ao HiperNotícias, citando como exemplo, o novo Hospital Municipal e Pronto-Socorro de Cuiabá, sobre o qual Pinheiro teria criado grande expectativa de entrega, “mas não atendeu essa expectativa”. Quanto aos números da pesquisa KGM, propriamente, embora faça parte da gestão municipal, Niuan opina que o resultado é um sinal de que “não adianta tampar o sol com a peneira e se quiser mudar, tem que  encarar os fatos, pois hoje essa é a realidade, o que não quer dizer que ela não possa mudar, mas pra mudar tem que ter humildade para esses dados; não querer enfrentar todo mundo e achar que todo mundo é inimigo, enfim, tem que descer do salto e acertar a rota da gestão”, desabafou Niuan. Por ser vice-prefeito, ele admite que tem recebido muitas cobranças da população, já que as ações da prefeitura não estariam chegando na ponta, como deveriam. “Mas eu tenho deixado claro que eu não sou o prefeito e que eu não tenho o poder da caneta”, frisou. E o vice não para por aí. Ela reclama de estar subutilizado na gestão que ajudou a eleger em 2016. O peessedista tem feito trabalhos de articulação política na vice-prefeitura, mesmo sem qualquer alinhamento com Emanuel Pinheiro. “Eu poderia estar contribuindo muito mais, dentro desse alinhamento, que até hoje não foi possível. Hoje tenho participação micro, porque não tenho ferramenta para trabalhar a política macro”, reforçou,  ao deixar claro que não está brigando por secretaria ou cargos na gestão, mas sim, por um maior alinhamento com o emedebista. Niaum nega que seja pré-candidato a prefeito em 2020 e assegura que sua preocupação, desde o início, é contribuir ao máximo para a execução de um bom trabalho na prefeitura, o que não tem sido possível, já que Emanuel o isola na administração. “Desde antes de começar a gestão percebo isso.  Lembro que eu quis integrar a equipe de transição, mas não fui incluído nela”, lembrou, reforçando que, nesse momento, o que mais lhe interessa é “trabalhar alternativas para ajudar Cuiabá a vencer as dificuldades que tem enfrentado e, iss{ [candidatura] não está em meu radar". Excesso do secretário Salles Niuan Ribeiro também não poupou  o prefeito de críticas quanto à postura que  de seu secretário de Ordem Pública, Leovaldo Salles, durante  tentativa dos vereadores de oposição de entrar no pronto-socorro da Capital. Salles, além de barrar os parlamentares, os hostilizou, impedindo a fiscalização. O vice-prefeito também rebateu  declaração recente de Emanuel, que taxou os oposicionistas de “molecada irresponsável”. “Vereador não é moleque, é autoridade municipal e todos foram eleitos de forma legítima pelo povo”, refutou,  ao avaliar que houve excesso  de Salles  que, mais do que barrar os parlamentares, praticamente os expulsou do local. “Esse é um dos  grandes erros que estão sendo cometidos por essa gestão. Ele não pode lidar com a oposição como se eles fossem inimigos nossos.  Se a gente souber lidar com a oposição, ela pode nos ajudar na gestão, então, entendo que está faltando sensibilidade do prefeito. É na conversa que se resolve e não na truculência”,  criticou o vice-prefeito.