Vereador diz que, por ter votado para processar Emanuel, prefeito demitiu secretário

Vinícyus Huguiney votou a favor da Comissão Processante, que objetivava responsabilizar o prefeito e, por isso, Gilberto Gomes, indicado pelo parlamentar e pelo PP, foi exonerado por Pinheiro.

O vereador de Cuiabá Vinícyus Hugueney (PP) classificou como represália do prefeito a demissão do secretário de Agricultura e Trabalho do município Gilberto Gomes.

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 Vereador Vinicyus Hugueney

Tudo porque Hugueney votou, na semana passada, a favor da criação da Comissão Processante que, se aprovada, iria investigar o prefeito Emanuel Pinheiro, no caso que ficou conhecido como “Aluguel Fantasma”.

É que o parlamentar havia articulado, dentro do PP, a indicação de Gilberto Gomes para aquela Secretaria e Pinheiro "esqueceu" a cordialidade e diplomacia e exonerou o indicado do progressista.

“Eu lamento a retaliação, mas quando eu entrei na política eu sabia que isso seria normal. Meu pai já me dizia que era assim [Vinícius é filho do ex-vereador cuiabano Clovito Hugueney, já falecido]. Pra mim, o que importa é a minha consciência na hora de votar e eu achei que devíamos investigar o prefeito, mas infelizmente não houve votos suficientes”, argumentou ao HiperNotícias.

Para o lugar de Gomes, o prefeito nomeou Débora Marques Vilar, que também foi  indicado pelo PP. É que o partido na Câmara se mostra dividido tendo, de um lado, o líder do prefeito, vereador Luiz Cláudio, e do outro lado, Diego Guimarães, esse um dos mais contundentes opositores de Emanuel. Vinicyus, que já foi titular da Secretaria de Agricultura por mais de um  ano e meio, e tem tido uma postura mais independente em relação às pautas do Executivo.

“O Gilberto era uma articulação  minha e indicação do partido em si, mas com certeza, o motivo da demissão dele se deu devido à minha forma de votar, só que eu já sabia que isso poderia acontecer”, reforçou, elogiando o trabalho que o ex-secretário vinha desenvolvendo. “Quem perde é Cuiabá”, emendou.

Vinicyus, além de votar pela abertura da Comissão Processante, votou também pela instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), cujo objetivo é apurar responsabilidades quanto ao “Aluguel Fantasma” e outros contratos de aluguel, O presidente da Comissão é o vereador Chico 2000 (PR), aliado do prefeito.

Há duas semanas, o então secretário de Inovação e Comunicação, Júnior Leite, que chegou a ser o gestor da Sec 300, quando da assinatura do contrato do “Aluguel Fantasma”, pediu afastamento do cargo devido à descoberto de que a prefeitura jamais usou um prédio alugado por cerca de um ano, a um valor mensal de R$ 9 mil.

O imbróglio motivou vereadores, especialmente os da oposição, a tentarem emplacar uma Comissão Processante que, graças a uma manobra situacionista, não obteve êxito.