INTERVENÇÃO SOB SUSPEITA Santa Casa de Cuiabá: Ministro diz que é preciso ter zelo com dinheiro público

Rodinei Crescêncio

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), não descarta a possiblidade de destinar recursos para a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, fechada desde 11 de março por conta de uma crise financeira. Contudo, segundo ele, desde que haja “verdade nos números"  que serão apresentados” no plano de ação a ser enviado pela gestão da filantrópica e Prefeitura de Cuiabá. Mandetta esteve em Cuiabá para lançar a 17ª Semana de Vacinação nas Américas (SVA), nesta segunda-feira (22).

“O hospital precisa demonstrar primeiro qual impacto, o plano, o planejamento, quem são as pessoas, aonde nós vamos chegar com o investimento de dinheiro público. Está muito difícil para o cidadão pagar imposto, está muito dura a carga tributária no País. Não é por conta de um apelo de uma instituição A, B ou C que a gente vai deixar de ter um profundo zelo pelo dinheiro público”, disse o democrata.

Mandetta ainda destaca o alcance da unidade hospitalar que inclui a média e alta complexidade. Diz que ainda aguarda o desfecho dessa discussão, para poderem ver onde que a União vai ajudar.

“Me incomoda profundamente ver o hospital fechar e me incomoda muito mais ainda por conta da tradição e da história da Santa Casa de Cuiabá. Então, a gente está muito atento à sociedade cuiabana, e Mato Grosso pode ficar tranquilo. Havendo seriedade, havendo verdade nos números e planejamento, pode ter certeza que o Ministério da Saúde vai aportar recursos aqui em Cuiabá", disse. 

COLAPSO

A Santa Casa de Misericórdia é um hospital filantrópico criado em 1717. Com 202 anos de existência, acumula um déficit de R$ 80 milhões por ano, identificados na gestão do ex-presidente Antonio Preza. Desde o dia 11 de março, a Santa Casa paralisou os atendimentos alegando falta de condições pelo fato de atraso em repasses da Prefeitura de Cuiabá.

Está muito difícil para o cidadão pagar imposto, está muito dura a carga tributária no País. Não é por conta de um apelo de uma instituição A, B ou C que a gente vai deixar de ter um profundo zelo pelo dinheiro público

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) emitiu nota, afirmando que estava analisando documentos sobre a viabilidade de fazer repasses financeiros à unidade, que de acordo com a Prefeitura, teve os pagamentos suspensos por recomendação da Delegacia Fazendária, pois o hospital seria alvo de investigação, o que é negado pela direção da unidade de saúde.

Preza afirma que Emanuel deve R$ 3,6 milhões para custeio de serviços emergenciais. Contudo, o prefeito nega. O ex-presidente da Santa Casa também diz que o gestor não passou cerca de R$ 12 milhões de emenda de bancada ao hospital.

Já Emanuel afirma que Ministério da Saúde confirmou que a Santa Casa de Misericórdia não poderia receber o repasse, mesmo a própria Prefeitura disparar em 19 de janeiro do ano passado uma matéria que garantia o repasse. O hospital acumula dívidas na ordem de R$ 118 milhões, entre salários, fornecedores e etc.

Os salários dos funcionários estão atrasados há cerca de sete meses.

Os 25 vereadores da Câmara de Cuiabá pedem ao prefeito uma decisão quanto à intervenção da Santa Casa. O prazo dado pelos parlamentares termina amanhã.

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