Roberto diz que resgatou autoestima dos cuiabanos e não liga de ter virado meme

Roberto Fran�a

Considerado ícone da cuiabania,  o comunicador Roberto França é conhecido pelos bordões “bomba, bomba, bomba”, “lapada, lapada, lapada” e “crima compretamente nubrado” que já virou até meme.    Depois de deixar a vida pública, onde foi eleito vereador dois mandatos, deputado estadual  cinco vezes, exerceu um mandato de deputado federal  e foi prefeito de Cuiabá eleito e reeleito, agora se dedica completamente ao Resumo do Dia, programa televiso que se dedica a cobertura política e tem bons índices de audiência. Foi no escritório do programa que recebeu  para falar sobre sua experiência como gestor público e os 300 anos de Cuiabá.
Qual era a realidade da Cuiabá que o senhor administrou?
PUBLICIDADE
Nós realmente pegamos a Prefeitura num momento muito difícil. A Prefeitura de Cuiabá, quando assumi, devia nada mais, nada menos, que seis folhas de pagamento aos seus servidores e uma dívida de quase R$ 450 milhões e devendo para todos os fornecedores, inclusive a empresa da coleta do lixo que não recebia há 10 meses. A cidade estava podre, fedida. A autoestima do nosso povo estava lá embaixo.
 E foi possível reverter a situação?
Nós com muito trabalho, com muita dedicação, sem ficar olhando no retrovisor, até porque a sucessão nossa foi do partido que pertencia, o PSDB. Eu não podia ficar criticando meu próprio partido por deixar a Prefeitura endividada dessa forma. E não é meu costume ficar criticando as gestões passadas. Temos que olhar para frente, para o futuro. Foi com essa ótica que administrei Cuiabá, buscando parceria com o povo, o movimento comunitário, a Câmara Municipal. Nós lançamos o slogan Cuiabá Somos Todos Nós.  Nós chamamos os cuiabanos e os brasileiros que pra cá vieram, que amam essa terra, para recuperarmos Cuiabá levantando o astral da população. E acho que depois de algum tempo, Cuiabá começou a mudar.
meme frança
Um dos memes, feito pelo K-BÇA pensante, sobre a troca de letras, típico do sotaque local
Qual foi seu maior legado?
Como filho desta terra, eu tinha que dar minha contribuição para o crescimento, o desenvolvimento dessa terra e assim o fiz. Foram 1.166 obras, todas registradas em livro, catalogadas com fotografia. Nós alcançamos dois aspectos que reputo como mais importantes da gestão, além das obras físicas. A prioridade maior foi trabalhar o ser humano e nós fizemos um grande trabalho social. A segunda foi recuperar a autoestima do nosso povo. Hoje,  Cuiabá está com progresso, desenvolvimento, realmente uma cidade melhor, fruto do meu trabalho e dos prefeitos que me sucederam. Cuiabá é uma metrópole e eu me sinto honrado, gratificado, de ter dado minha parcela de contribuição.
https://www.rdnews.com.br/entrevista-especial/roberto-diz-que-resgatou-autoestima-dos-cuiabanos-e-nao-liga-de-ter-virado-meme/112545
O senhor contou com a parceria do Governo do Estado?
O então governador Dante de Oliveira era do mesmo partido que eu, mas, infelizmente, pouco pode me ajudar porque também teve dificuldades no Estado. Tive muito mais parceria com governo federal. O ex-presidente Fernando Henrique era do PSDB e fiz uma amizade muito grande com o falecido ministro  Sérgio Motta, que terminou sendo meu padrinho político. Eles empre nos prestigiaram. Sérgio Motta, que deu nome a ponte, foi homenageado com merecimento. O Museu do Rio e o Aquário Municipal foram viabilizados graças a ele.
E sobre o desentendimento entre o governador Mauro Mendes e o prefeito Emanuel Pinheiro?
Disputei 10 eleições. Dos que estão vivos, sou o político que disputou o maior número de eleições. Cada eleição é uma história e cada eleição você soma experiência e conhecimento, principalmente na parte política. Com esse desentendimento entre Mauro Mendes e Emanuel Pinheiro, os dois saem perdendo. E pior, o povo sai perdendo.  Cada um têm que fazer sua administração e se ficar  pensando na eleição de 2020, quem perde é o povo. Sugiro que sentem, conversem e coloquem acima dos interesses partidários e até mesmo eleitorais, coloque os interesses da comunidade, do povo, que devem falar mais alto.
O cancelamento do Festival Cuiabá 300 Anos agravou a situação?
40 mil pessoas estariam na Arena e 20 mil assistindo pelo telão. Seria uma festa que ficaria na história de Cuiabá. É lamentável. Seria uma festa marcante, com artistas consagrados. O grande prejudicado é o povo de Cuiabá, que no seu aniversário de 300 anos, não vai ter a festa que merecia.
O senhor é considerado ícone da cuiabania e já virou meme por causa do linguajar cuiabano. Isso te incomoda?
A gozação que eles esparramam, eu levo no bom sentido. Dou gargalhada, inclusive. Não vou mudar minha maneira de ser, minha maneira de agir e de falar. O linguajar cuiabano é muito rico. Sobre querer tirar gozação em cima do linguajar cuiabano, eu acho que essas pessoas têm que pensar um pouco mais. O linguajar cuiabano tem que ser valorizado e respeitado. Sou cuiabano e tenho honra de falar o linguajar cuiabano. Os incomodados é que se mudem. Troco o L pelo R e o povo entende. Não vou mudar.
Que mensagem o senhor deixaria para os 300 anos da Capital?
Que Deus ilumine o prefeito Emanuel Pinheiro para que possa fazer a gestão humanizada que prometeu ao nosso povo e  ilumine o governador Mauro Mendes, que também foi um excelente prefeito, conhece os problema de Cuiabá e pode contribuir para solucionar os problemas da cidade. Que os dois não misturem as questões políticas. Cuiabá tem que estar acima dessas divergências. Que possamos buscar o progresso, o desenvolvimento e a construção de dias melhores para o nosso povo, principalmente as famílias menos favorecidas.
Confira trecho da entrevista de Roberto França:
:



Related Posts:

0 comments:

Postar um comentário

SITE SITE CUIABÁ FOCO MT