“Prometer e não cumprir e pior do que mentir”. A frase clássica para caracterizar um homem público mentiroso, que não honra a palavra dada, é de autoria do ex-prefeito de Cuiabá e lenda da comunicação de Mato Grosso, Roberto França. Definição que se aplica como uma luva para o atual prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Acervo/ Iphan

O Centro Histórico de Cuiabá foi usado como promessa de campanha, mas está abandonado.
A memória dos fatos vem do Rádio. No segundo turno das eleições de prefeito da Capital em 2016, os candidatos Wilson Santos (PSDB) e Emanuel, apresentaram para os eleitores cuiabanos, em entrevistas realizadas pela então Rádio CBN (hoje Rádio Vila Real) do Grupo Gazeta de Comunicação, os seus compromissos de obras e ações no Centro Histórico da cidade, matriz cultural do Centro-Oeste.
Wilson Santos lembrou o que tinha feito como ex-prefeito para revitalizar o Centro Histórico, conclusão do Museu da Imagem e do Som e o Museu do Morro da Caixa D’Água. Ele anunciou suas promessas para os ouvintes, caso eleito para um novo mandato: trazer as secretarias para o Centro, transformando a área numa espécie de CPA Municipal; abrir mão do IPTU e do ISSQN para quem transferisse a sua empresa para o Centro; rebaixamento da fiação (a estética do horror de postes e fios que são verdadeiras alegorias do atraso) e outras ações gerais.
O candidato Emanuel Pinheiro encheu o peito e falou, aos microfones da Rádio, suas promessas para os cuiabanos. Pinheiro prometeu:
1) Fechamento uma parte do Centro Histórico para o transito, “para ser um espaço aberto apenas para os pedestres, para os turistas”;
2) Rebaixamento da fiação;
3) Recuperação dos casarões, “serão passos desse processo de resgate do Centro Histórico”;
4) Projeto para estimular o comércio já instalado “e possa atrair outras empresas a investir nesse espaço”.
PM/MT

Morro da Luz hoje abriga marginais, ameaçando transeuntes: assaltos são registrados em plena luz do dia.
Emanuel Pinheiro concluiu sua entrevista e os seus compromissos assumidos em 2016 com os eleitores assim: “Faremos um grande programa de recuperação do Centro Histórico. Será um grande presente para a cidade nos 300 anos de Cuiabá, mesmo porque se o poder público não investir nessa preservação, o centro corre o risco de perder essa categoria de Patrimônio Histórico e Cultural Nacional”.
As condições do Centro Histórico, ao contrário, estão mais ainda deterioradas, a promessa de transformar a área em Museu a Céu Aberto, “espaço de lazer e de cultura dos cuiabanos, de reconhecimento das origens da cidade”, virou pó, pó.
A cidade perde territórios para o crime e para a tragédia das drogas. Parte do Centro Histórico foi tomada pela tragédia social da Cracolândia. O Morro da Luz, joia ambiental e cultural do centro da cidade, está ocupado pela bandidagem. As promessas não cumpridas de Emanuel são apenas uma parte desse crime contra o Centro Histórico, contra os cuiabanos. A sociedade organizada, oposição (vereadores e deputados eleitos por Cuiabá) e autoridades públicas (governo e ministério público) também tem sua parcela de culpa, ao longo dos anos, pelo abandono do Centro Histórico.
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