Corrupção mancha a história e os 300 anos de Cuiabá

Para o analista político, João Edison, Cuiabá numa mesma década levou dois golpes. O primeiro foi superficialmente superado, que é a questão da Copa do Mundo de 2014 e suas obras inacabadas, sendo a mais vexatória a do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Já o segundo é mais recente e igualmente vexatório, que foi o cancelamento da grande festa dos 300 anos de Cuiabá, que no caso é celebrado nesta segunda-feira (8).

E essa imagem que foi criada sobre o prefeito dos 300 anos é outro golpe. Imagino que deve ser um orgulho enorme ser o prefeito dos 300 anos. E foi criado um sonho e esse sonho foi criado junto com uma secretária. A pior coisa que existe na política é você super valorizar algo que você não vai dar conta

Dentro desse contexto o analista lembra que seis anos antes da Copa fora criado um sonho. Um sonho de uma cidade melhor. E mesmo apesar dos grandes desvios, Cuiabá seria brindada com mais mobilidade e mais modernidade.

“O cuiabano e quando eu falo cuiabano, falo de todos que moram em na Capital. Todos estão pagando um preço altíssimo. Teve empresa que foi levada a falência. Foi um preço enorme para cidade melhorar. Melhorou, mas muito longe do sonho. Foi um pesadelo”, disse João Edison, durante entrevista ao vivo para o Site O Bom da Notícia.

Se o VLT fosse concluído estaria rodando já há cinco anos, cruzando a ponte Cuiabá-Várzea Grande todos os dias. Ledo engano.

O modal custou aos cofres públicos o montante de R$ 1,4 bilhão. Seu contrato de execução foi firmado em 2012 com Consórcio VLT, composto pelas empresas CR Almeida, Santa Bárbara, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda e Astep Engenharia Ltda. Hoje o projeto está judicializado.

Vereador por Cuiabá, Dilemário Alencar (Pros) destaca que enquanto a obra está parada lá, 600 bairros de Cuiabá precisam de serem asfaltados. Resume que Cuiabá está literalmente machucada por conta corrupçãoque deixou um rasgo na avenida do CPA. O modal era para estar passando pela avenida.

Foto: Gláucia Almeida
Joao Edisom




“A corrupção está machucando Cuiabá. Se tivesse pronto seriam cinco anos de VLT e era para o VLT está pronto. Foi jogado R$ 1 bilhão fora. Cuiabá precisa de 600 bairros asfaltados e com R$ 700 milhões se asfaltaria toda a cidade”, pontuou durante entrevista ao Site O Bom da Notícia.

300 ANOS 

O aniversário dos 300 anos é marcado pela polêmica dos alugueis fantasmas da SEC 300, que resultou, inclusive, no pedido de afastamento de Junior Leite, da Secretaria de Comunicação de Cuiabá. Junior era ex-gestor da SEC 300 e foi o responsável pelo aluguel de um prédio localizado na Avenida Getúlio Vargas com dispensa de licitação ao custo de R$108 mil ao ano. O contrato de locação teve validação do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). O ato de dispensa foi publicado no Diário Oficial de Contas do Tribunal de Contas em maio do ano passado.

Já o prefeito relatou que a Controladoria Geral do Município após uma análise dos fatos, determinou uma Tomada de Contas Especial com a finalidade de apurar possíveis irregularidades no processo. Determinou ainda a rescisão do contrato de aluguel que já se encerrou em 4 de abril.

Vereadores da oposição protocolaram uma representação no Tribunal de Conta contra o Emanuel e Júnior Leite, pedindo a imediata suspensão do contrato com a CID Imóveis e ainda o ressarcimento aos cofres públicos de R$ 73 mil que foram gastos com “aluguel fantasma”. Assinam o documento os vereadores Marcelo Bussiki (PSB), Felipe Wellaton (PV), Abilio Júnior (PSC), Diego Guimarães (PP) e Dilemário Alencar.

Segundo a representação, até este momento o contrato já havia sido cumprido por 10 meses de locações. Ainda segundo o documento, foram liquidados pela SEC 300 que atingem o montante e R$ 90 mil e pagamentos de 8 meses que chegam no valor de R$ 72 mil ao credor.

O montante gasto com despesas com energia elétrica do imóvel foi de R$ 494,42, desde o início do contrato, enquanto para despesas com água e esgoto montante pago foram de R$ 695,51.

O vereador Diego Guimarães pediu a abertura de Comissão Processante para investigar o prefeito, que pode resultar na cassação do mandato do emedebista. A matéria foi arquivada por 14 votos contrários e nove favoráveis à Comissão.

O cancelamento de shows nacionais na Arena Pantanal é outra polêmica. O prefeito emedebista cancelou a festa por conta de uma recomendação do Ministério Público relativa aos risco que evento poderia trazer ao gramado acatada pelo  governado Mauro Mendes(DEM).

“E essa imagem que foi criada sobre o prefeito dos 300 anos é outro golpe. Imagino que deve ser um orgulho enorme ser o prefeito dos 300 anos. E foi criado um sonho e esse sonho foi criado junto com uma secretária. A pior coisa que existe na política é você super valorizar algo que você não vai dar conta” comentou João Edison.

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