
Uma confusão registrada na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá na manhã desta terça-feira (16), terminou com o vereador Luis Cláudio (PP), líder do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), no Hospital São Mateus para ser medicado.
O parlamentar passou mal ao ser expulso da unidade hospitalar pelo médico Luiz Felipe Saboia, que compõe o quadro de administradores após uma “intervenção” interna colocada em prática na semana passada com o afastamento da atual diretoria. O vereador pegou um atestado médico de dois dias. Parte da confusão foi gravada e vídeos já circulam em grupos de WhatsApp.
Luis Cláudio estava acompanhado dos colegas vereadores, Toninho de Souza (PSD), que é presidente de uma CPI instalada no Legislativo Municipal para investigar irregularidades envolvendo as finanças da Santa Casa e Justino Malheiros (PV), que até pouco tempo era presidente da Câmara e comandou várias reuniões em busca por soluções envolvendo a crise financeira enfrentada pela instituição.
A ideia dos parlamentares era buscar informações sobre o hospital que está com as portas fechadas há um mês para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e com cerca de 800 funcionários sem receber há pelo menos seis meses.
O hospital alega ter uma dívida superior a R$ 118 milhões e atribui parte da “culpa” ao prefeito Emanuel Pinheiro que não estaria repassando valores para custeio de cirurgias de pacientes do SUS.
Em um dos vídeos da confusão, registrada em um dos corredores do hospital, é possível perceber o médico Luiz Sabóia ao lado dos vereadores rodeados por uma multidão composta servidores que estão sem receber e se mostram revoltados com a situação.
Gritos e falas aleatórias na gravação sugerem que o médico teria agredido uma mulher. Alguém sugere, inclusive, ser caso de “Maria da Penha”. Também é possível ouvir alguém dizer que “é caso de polícia”.
Por fim, o médico se afasta do tumulto e ao mesmo tempo uma mulher começa a passar mal. Ela é carregada no colo por outras pessoas pelos corredores do hospital à procura de um médico para atendê-la.
A Polícia Militar foi acionada para conter a confusão.
REAÇÃO NA CÂMARA
A confusão na Santa Casa foi comentada ao final da sessão por alguns vereadores. Toninho de Souza, presidente da CPI da Santa Casa instalada em março deste ano, disse que os ânimos estão acirradíssimos e Saboia ainda usou algumas palavras que agravaram a situação. Ele garante que está tranquilo em relação à atuação do Legislativo Municipal.
Abílio Júnior, o Abilinho (PSC), se solidarizou com os colegas parlamentares que, segundo ele, foram maltratados dentro da instituição Disse que o mau planejamento e falta de capacidade técnica é dos gestores da Santa Casa. Lembrou que quando querem ajuda vão procurar a Câmara e agora querem expulsar vereadores do local.
Abilinho propôs uma moção de repúdio por entender que a Santa Casa quer colocar a população contra os vereadores. “Que tratem melhor os vereadores ou peçam desculpa”, discursou ele na tribuna ao dizer que o diretor “botou a cara na mão de um vereador e mandou ele sair do local”.
“Ou vamos ajudar a Santa Casa porque somos bem vindos ou vamos largar mão”, disse ele ao sugerir uma moção de repúdio o médico Antônio Preza (ex-presidente da Santa Casa), contra Saboia e toda a diretoria da instituição.
Por sua vez, o presidente da Casa, Misael Galvão (PSB) prometeu ligar para o prefeito Emanuel Pinheiro e ir pessoalmente em seu gabinete cobrar uma posição do gestor, pois segundo ele, a Câmara vem contribuindo há meses para encontrar solução para o impasse que envolve a Santa Casa.
“Não vamos abrir mão de passar a Santa Casa a limpo e cobrar do prefeito a intervenção porque não tem outra saída”, disse Misael Galvão ao afirmar que é preciso chamar para o debate o Tribunal de Contas do Estado (TCE0, o Governo do Estado, a Assembleia Legislativa, e os representantes da bancada federal (deputados e senadores).
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