
Tenente Ledur passa no teste de saúde, que é exigido na progressão de carreira
A tenente Izadora Ledur, que responde pela morte do aluno bombeiro Rodrigo Claro, passou na primeira fase para buscar a promoção na patente de capitã do Corpo de Bombeiros. Ela foi considerada apta na inspeção da saúde para ocupar uma das 41 vagas da patente abertas no fim de fevereiro. Contudo, seu nome deve ser barrado na Comissão de Promoção, que é presidida pelo comandante-geral coronel Alessandro Borges, por causa dos processos pela tortura e morte do aluno Rodrigo Claro, em novembro de 2016, que estudava para ser um dos militares em um curso de formação.
A participação no processo de promoção de hierarquia é obrigatória para bombeiros. Em boletim, o Corpo de Bombeiros deve divulgar os nomes dos aprovados que foram submetidos, por exemplo, a exames de sangue e eletrocardiograma. Segundo informações do 2º tenente BM Barros, a lista com os nomes aprovados na primeira fase deve ser publicada nos próximos dias.
A inspeção de saúde é a primeira fase para um bombeiro conseguir a ascensão na carreira. Ela avalia as condições de saúde do militar para ocupar o posto e também para realizar exercícios de força e agilidade do Teste de Aptidão Física (TAF). Ledur precisa apresentar ainda um conceito disciplinar "bom" e ser considerada possuidora de conceito moral.
Este último aspecto - "levar em consideração o fato de estar respondendo processo criminal ou ter sido denunciado por prática dos crimes de tráfico ou associação ao tráfico de drogas, violência sexual, corrupção, concussão, extorsão, tortura, hediondos ou contra a hierarquia e disciplina" - lista o terceiro parágrafo, do art. 51, do Decreto 2.268/2014, que regulamenta sobre as promoções de bombeiros e policiais militares.
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Rodrigo Claro morreu depois de treinamento. Família e colegas afirmam que foi torturado
Em todas estas fases, são os membros da Comissão de Promoção que definem as notas e os critérios. Eles avaliarão os desempenhos obtidos no processo e, depois disso, definirão se ela obtém a promoção ou não em uma votação. Caso se torne apta, Ledur se torna capitã e receberá um salário de R$ 19 mil.
A tenente é alvo de dois processos – um administrativo que corre no Corpo de Bombeiros e outro na Justiça Militar – por tortura e morte de Rodrigo Claro. De acordo com o Ministério Público, as investigações mostraram que o aluno foi submetido a uma série de afogamentos promovidos por Ledur durante treinamento militar. A situação teria sido uma punição pelo baixo desempenho do rapaz em atividades do curso.
Ela chegou a ficar mais de 700 dias afastada por sucessivas licenças, além de ter protelado o processo judicial por motivos de saúde. Ela alega ter depressão em razão do ocorrido e tenta aposentadoria por invalidez. Atualmente, ela cumpre funções administrativas no Corpo de Bombeiros.

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