Vereador compara Emanuel a Silval e Junior Leite a Éder Moraes

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Poucos minutos depois do ex-secretário da secretária extraordinária dos 300 anos de Cuiabá e atual secretário Municipal de Inovação e Comunicação, Junior Leite, afirmar que o prédio alugado para instalar a SEC 300 será adequado para abrigar a Secretária de Habitação ao jornal MT1, da TV Centro América, da Rede Globo, no final da manhã desta quarta (27), o vereador Abílio Júnior (PSC) refutou a declaração. Pedindo ainda que o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) exonere Junior Leite o mais breve possível, por distorcer a verdade. 

“Se a intenção desse espaço fosse para instalar a Secretária de Habitação, não poderia ter sido feito uma dispensa de licitação pela Secretaria dos 300 anos. Então, o Junior Leite foi na televisão para tentar distorcer a verdade de um ato ilícito que ele cometeu. E o Emanuel ainda assina esse ato ilícito.  Além de ficar quase 1 anos pagando R$ 9 mil por mês, sem usar o espaço e com obra parada, ele vem com conversa fiada. Espero que o prefeito Emanuel como sua defesa exonere o secretário”, disse o parlamentar ao site O Bom da Notícia.

Conforme Junior Leite, o espaço localizado na Avenida Getúlio Vargas, no Bairro Popular, onde funcionava o “restaurante Adriano” precisou passar por readequações e que um projeto para isso foi solicitado pela Prefeitura de Cuiabá em 2018. As obras seriam executadas pela Secretaria de Obras.

Ainda de acordo com Junior Leite, o prefeito Emanuel Pinheiro decidiu que o local seria utilizado pela Secretaria de Habitação, que hoje ocupa o espaço com a Secretaria de Mobilidade Urbana, na Rua 13 de junho. O emedebista entendeu  que a Getúlio Vargas é bem movimentada e que seria mais acessível à população.

O tal prédio está abandonado, cheio de entulho e com as obras de readequações paralisadas. Só que a Prefeitura já pagou dois alugueis no valor de R$ 9 mil e um emprenho R$ 26 mil. Na dispensa de licitação, publicada no Diário Oficial de Contas em maio do ano passado o valor total do aluguel é de R$ 108 mil. 

“O prédio da Habitação está em conjunto com a secretária da Semob. E está lá exprimida e fazendo com que a população tenha essa dificuldade de acesso. As obras foram paralisadas para essa readequação para que a Secretária de Obras pudesse reformular o projeto para então iniciar novamente”, disse o secretário ao MT1.

Questionado sobre o fato d oe contrato firmado com a CID Imóveis (dona do prédio da Getúlio) estar preste a acabar e no local não ter nenhuma secretaria funcionando, Junior disse que o contrato pode ser refeito, seguindo os critérios dentro da legalidade. Disse também que acha barato o valor por se tratar de um espaço localizado na área central. “Posso te garantir que vai ser o mesmo preço dentro de um combinado novo. Existe os critérios legais de reajustes e é o que vai acontecer é um aluguel barato”, finaliza Leite. 

Abílio: conversa fiada

Abílio reafirma que Júnior Leite cometeu um ato irregular ao lugar um prédio com dispensa de licitação, o método que, segundo ele, só poderia ser feito em regime de urgência.

“Ele pode até achar barato, mas R$ 9 mil por mês, com dispensa de licitação, só se justificaria se a secretaria tivesse uma necessidade urgente de ocupar um espaço e o espaço estivesse, sobretudo, em condições adequadas para ser ocupada. Ele mandou destruir aquilo lá. Contratou uma empresa de arquitetura para fazer isso. Isso que vai ser outra secretaria é conversa. O contrato está com a SEC 300. Eu dúvido que Air Praeiro Alves, secretário da Habitação, vai assinar um documento para assinar a cacagada que o Júnior fez,” ainda disse o vereador.

Ao avaliar toda esta situação, Abílio ainda comparou Emanuel Pinheiro ao ex-governador Silval Barbosa, que quando comandava o Estado criou um 'propinoduto' por meio da criação da Secretaria da Copa (Secopa) e distribuir mensalinhos a deputados, inclusive, para o próprio Emanuel Pinheiro (quando deputado estadual), para não atrapalharem os desvios que foram cometidos nas obras da Copa. Essa informação faz parte, inclusive, da delação de Silval, classificada como “monstruosa” pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal federal (STF). Os deputados foram filmados pelo ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio Correira. As imagens foram exibidas no Fantástico. Após isso, foi deflagrada a operação Malebolge (12ª fase da Ararath) em setembro de 2017. 

“Quero fazer uma comparação. Para mim o Emanuel é que nem o Silval e Junior Leite é que nem o Éder Moraes (ex-secretário). Essa Secretaria dos 300 nos é que nem Secopa. Não fizeram nada do que prometeram, gastaram dinheiro com coisas que não eram necessárias e cometeram vários atos ilícitos”, disse o vereador.

Nesta quinta (28), os vereadores voltam em sessão pela aprovação ou não pedido de cassação do prefeito Emanuel Pinheiro. Se a Câmara não aprovar a abertura do processo de impeachement, os vereadores da oposição vão apresentar um requerimento pedindo a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar Pinheiro, Junior Leite e atual gestora da SEC 300, Cely Almeida. O requerimento foi apresentado pelo vereador Diego Guimaraes (PP) e precisa de nove assinaturas para para então ser apresentado à Mesa Diretora, para avaliação. 

Esta não é a primeira vez que os parlamentares municipais tentam instaurar uma investigação contra o gestor cuiabano. Em 31 de agosto de 2017, um requerimento de autoria do vereador Marcelo Bussiki (PSB), pediu abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o prefeito de Cuiabá, após a divulgação de um vídeo no programa Fantástico, da Rede Globo, em que ele aparece recebendo dinheiro. Na época, Pinheiro era deputado estadual. Mas a CPI acabou em pizza.

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