
“Tirar o veneno”. Este foi o termo usado pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), para o governador Mauro Mendes (DEM) ao pedir que ele pague ao município o recurso de emenda federal – destinado para compra de equipamentos do novo Pronto Socorro - usado pelo Estado no valor de R$ 82 milhões. Segundo o gestor, ele vai usar a mesma conversa para que o democrata ajude a Santa Casa de Misericórdia.
Pinheiro explica que Mendes foi prefeito e sabe que Cuiabá carrega nas costas a saúde do Estado. “Ele como prefeito que foi, sabe muito bem a realidade. Eu tenho várias manifestações dele na época sobre os filantrópicos e o papel do Estado. Assimilem isso, bem ou mal, Cuiabá está carregando nas costas a saúde pública do Estado, quem está salvando vidas, quem está segurando a onda da saúde publica do de Mato Grosso é a prefeitura municipal de Cuiabá”, disse.
Durante seu discurso, o prefeito lembrou que a dívida do Estado com a saúde pública de Cuiabá é de R$ 140 milhões, sendo 60 milhões em repasses e R$ 82 milhões de emenda para o equipamento do Pronto Socorro. Por isso, ele intitula Cuiabá como a “heroína do Estado”, por atender mais paciente do interior do que da própria capital.
“Isso é uma realidade, nós vamos ajudar o governador Mauro a superar os problemas. Agora, contra fatos não há argumentos e é a mesma realidade do Pronto Socorro também 70% do interior e 30% de Cuiabá”, lembrou.
O prefeito ressalta que o Estado precisa arcar com os custos dos demais municípios que enviam pacientes para Cuiabá. Ele aponta que a capital segue recebendo esses pacientes por uma ajuda humanitária, mas Mendes precisa fazer a sua parte também em relação a Santa Casa.
“Vamos dar R$ 10 milhões para Santa Casa? O Estado da R$ 7 milhões e eu dou R$ 3 milhões, é o justo. O sistema SUS é universal, é porta aberta, mas cada município tem que pagar pelo seu paciente atendido aqui, paga? Quem tem que pagar é o Estado, paga? Mas eu vou fechar a porta e não vou atender? Até por um questão humanitária, eu sou pai, eu jamais na minha gestão vou fechar a porta na cara de um paciente. Tenho certeza que o governador não vai fugir a luta, ele foi prefeito, sabe a realidade, sabe a relação com os filantrópicos, sabe que a grande mola propulsora da relação da saúde publica com os filantrópicos”.
Pinheiro ainda lembra que, ao cobrar os R$ 82 milhões do governador, pediu para ele desarmar e esquecer qualquer magoa eleitoral. Ele destacou que conseguiu ter uma boa convivência com o ex-governador Pedro Taques (PSDB) e pode ter com Mendes também, de quem já foi aliado.
“Quero conversar com Mauro da mesma forma que conversei com ele da emenda da bancada de R$ 82 milhões. Falta Mauro tirar o veneno, eu vou tirar o veneno também. Vamos sentar nós dois, eu fui seu coordenador já, nós sonhamos com ele prefeito de Cuiabá, vamos voltar a se relacionar. Cuiabá precisa do Estado e o Estado precisa de Cuiabá, vamos tirar o veneno que muita gente gosta de jogar um contra o outro, vamos nos unir por Cuiabá. Eu me uni com Pedro Taques, quer coisa mais difícil do que isso”, colocou.
No entanto, neste encontro ele propôs que o governador divide-se as emendas de R$ 82 milhões para pagar a dívida, mas sem sucesso. “A minha conversa com ele foi: você agora não quer dividir este crédito em 30 parcelas de R$ 2,700 milhões, que vai ajudar no custeio que vai atender o Estado. Falei, você vai negar míseros R$ 2,7 milhões. Ele ficou olhando, pensando e e desarmou o espírito. Tirou muito do veneno e ficou um pouquinho ainda e ficamos de encontrar e falar mais um pouquinho”, assinalou.
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