NÃO DEU CASAMENTO: “Lua de mel” entre Emanuel Pinheiro e Mauro Mendes durou menos que o previsto

Por Mário Marques de Almeida

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) é um dos líderes políticos de projeção em Mato Grosso que estão rompendo com a trégua inicial – a chamada “lua de mel”, período concedido pela classe política aos gestores, que varia entre três a seis meses após o começo do mandato -  com o governador Mauro Mendes (Dem).  

O curioso nesse princípio de ruptura entre o chefe do Executivo da Capital e o governador do Estado é o fato que Pinheiro é filiado ao MDB, mas apoiou (porém, sem ostensividade e de forma discreta), a candidatura a governador do senador Wellington Fagundes (PR), que ficou em segundo lugar na disputa com Mauro Mendes.  

Enquanto o  seu partido, o MDB, comandado pelo veterano cacique Carlos Bezerra, que inicialmente estava em conversações avançadas e propenso a apoiar Wellington, rompeu com o republicano e aderiu à coligação que deu respaldo político e eleitoral para o então candidato do Dem e hoje governador.

No entanto, assim que as urnas foram encerradas, Emanuel começou a fazer gestões para se aproximar de Mauro – uma atitude, aliás, correta, principalmente em se tratando de dois homens públicos com a responsabilidade de gerir o Estado e a sua Capital, respectivamente.

O estopim do  fim do“namoro” é atribuido ao episódio referente à paralisação dos serviços médicos e hopitalares da Santa Casa de Misericórdia, que alega ter repasses a receber, tanto do Estado como da prefeitura cuiabana. 

Emanuel, em entrevista à Imprensa, disse que o governador precisa tirar o “veneno”. No que Mauro, em declarações a jornalistas, ontem (19) mesmo, retrucou que quem precisa estirpar esse suposto “veneno” é Emanuel e, ferino, disse que ele já foi prefeito de Cuiabá e durante sua gestão a Santa Casa nunca paralisou seus serviços.

A fala do comandante do Palácio Paiaguás, sede do Governo do Estado, conforme avaliações de políticos ligados ao prefeito da Capital, "só não citou que por trás da gestão de Mauro Mendes em Cuiabá, tinha à época um governador (coisa que Emanuel hoje não tem) dando-lhe apoio e suporte" 

A citação de “emanuelistas”,  ouvidos por este jornalista, obviamente, faz menção, embora não citem o nome, ao então governador Pedro Taques (PSDB). 

“Governador que ele (Mauro) traiu e, ao invés de apoiar, saiu candidato ao governo contra ele”, mencionou um importante membro do staff de Emanuel Pinheiro e cuja identidade não é revelada, a pedido do próprio. “Gosto de atuar mais como ‘bombeiro” do que jogar lenha na fogueira”, alegou a fonte, justificando o seu pedido de sigilo.

A frase do prefeito sobre "veneno" e que suscitou a resposta do governador, em bom politiquês, significa que Mauro Mendes, no entendimento de Emanuel,  estaria agora “lavando as mãos” e se esquivando de ajudar a resolver o impasse no hospital filantrópico,  em função de que não recebeu o apoio de Pinheiro na campanha eleitoral.

Sem entrar o mérito dos motivos que estão causando a troca de estocadas, ou melhor, de “venenos”, cabe a nós destacar que o fechamento das portas da Santa Casa agrava mais ainda o já caótico quadro da saúde pública em Cuiabá. O que, por sinal, não é só da Capital, mas se espraia por todo Mato Grosso, sem que surja, ao menos no curto prazo, uma “luz no fim desse tunel sombrio”...

Related Posts:

0 comments:

Postar um comentário

SITE SITE CUIABÁ FOCO MT