Um recurso no valor de R$ 3,6 milhões oriundos da Fonte 100, referente a tributos e impostos municipais, deverá ser repassado para a Santa Casa no dia 11 de março. O dinheiro poderá ser utilizado para pagar pelo menos uma das 5 folhas de pagamento; prioridade deve ser a categoria dos médicos, que estão em greve após 10 meses de salários atrasados.
A paralisação de 50% da equipe de profissionais continuará até que o pagamento seja garantido. Conforme André Luiz Devaux de Lara, um dos representantes dos trabalhadores, vereadores e secretário municipal de Saúde devem ir ao hospital na quinta-feira (7) para negociar como o será feito o pagamento.
O acordo de liberação dos R$ 3,6 milhões foi firmado em mais uma reunião nesta manhã (1º) entre comissão de vereadores, nova direção do filantrópico e prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro. “Estou autorizando a liberação amarrada a um cronograma de compromissos em documento que deve ser tornar público”, afirmou Pinheiro.
A expectativa é que o recurso quite pelo menos uma folha de pagamento dentre as cinco folhas em atraso, sendo uma delas referente ao 13º salário. “É para pagar os profissionais, esse é o primeiro compromisso. O segundo é uma meta de atendimentos”, complementou o prefeito.
Segundo o prefeito, esse recurso será repassado integralmente e afetará apenas investimentos que “podem esperar”. “Não tem outra alternativa, porque a saúde não tem esse dinheiro disponível. Estamos com HMC em implantação. Vou cortar alguns compromissos que não têm a prioridade que a saúde tem”, disse.
O novo presidente da Santa Casa, Carlos Coutinho, por sua vez, sugeriu que a prioridade será o pagamento dos salários dos médicos, categoria que enfrenta o maior atraso. “Nós temos que pagar os médicos. Estamos desenvolvendo uma nova engenharia para os pagamentos e temos condições de pegar dinheiro novo. O que a gente conseguir, somos obrigados a pagar o que estamos devendo, até mesmo para a sobrevivência desses profissionais”, disse.
Dívida de R$ 24 milhões
A Santa Casa é um dos hospitais investigados pela CPI dos Filantrópicos, que retornou às atividades nesta semana, quando ouviu o secretário municipal de Saúde, Luiz Antônio Possas de Carvalho, que acusou a Santa Casa de dever mais de R$ 24 milhões ao município, grande parte deste montante por procedimentos não realizados.
O prefeito Emanuel Pinheiro afirmou que a dívida irá aumentar, mas deve ser equacionada. “Aumentar [a dívida] vai. Mas nós estamos buscando um bem maior, que é o fortalecimento da saúde pública na capital e Estado. Estou vendo isso como um investimento, porque o prejuízo seria muito maior com o colapso total da Santa Casa”.
O presidente da Santa Casa Carlos Coutinho disse que vai realizar uma auditoria do hospital. “A Santa Casa tem vários problemas, mas nós vamos trabalhar fundo para cortar até o osso. Nós estamos igual Daniel na cova dos leões, mas sou um servo de Deus que os leões não gostam de comer”.
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