
O deputado estadual Claudinei Lopes (PSL) usou a tribuna da Assembleia Legislativa na sessão desta terça-feira (19) para “detonar” o delegado Flávio Stringuetta, titular do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO). A fala foi uma resposta as declarações de Stringuetta nas redes sociais, questionando o posicionamento do parlamentar, que também é delegado da Polícia Civil, em relação a possibilidade de fechamento de 16 delegacias no interior do Estado.
As críticas de Stringuetta, segundo Claudinei, ocorreram num grupo de WhatsApp formado apenas por delegados, mas que vazaram para a imprensa. “Ele diz que esse deputado cuspiu no prato que comeu. Ou seja, não valorizou a Polícia Judiciária Civil, demostrando a intenção clara de jogar este deputado contra as categorias da PJC, colocando palavras na minha boca que eu nunca falei”, destacou.
Porém, segundo o parlamentar, quem “joga contra” a categoria de delegados e contra a própria instituição é Stringuetta. Segundo ele, o titular do GCCO “pisa nos colegas” em posicionamentos nas redes sociais para se autopromover. “Então, senhor Flávio Stringuetta, o senhor está sendo um guerreiro de WhatsApp, de mídias sociais. O senhor fazia mais de 1 ano que não aparecia e, para sair do ostracismo, vem com essa conversinha bonita, ofendendo este delegado que agora é deputado. É acostumado a fazer isso, para sair do ostracismo gosta de pisar nos colegas, humilhar os delegados”, disparou Lopes.
O parlamentar comparou a atuação de ambos nos últimos anos. Lopes lembrou que, em 17 anos de carreira, atuou em Jaciara, Juscimeira e Rondonópolis. Na principal cidade da região Sul do Estado, foram oito anos na Delegacia de Roubos e Furtos e dois anos na Delegacia Regional. “Fazendo prisões, operações policiais todos os meses. Fazendo trabalho sociais da PJC para dentro das escolas, para dentro dos bairros de Rondonópolis. Fizemos operações policiais integradas com a Polícia Militar, Polícia Rodoviária, operações que levavam 20, 30 presos”, vangloriou-se.
Já em relação a Stringuetta, o deputado citou que nos últimos dois anos ele promoveu a “discórdia e o racha” na categoria que representam. A primeira polêmica ocorreu em abril de 2017, quando foi transferido do GCCO para a Delegacia do Coxipó, onde passou a atacar o então secretário de Segurança Pública, delegado Rogers Jarbas, e o então delegado geral da Polícia Civil, Fernando Vasco. “Não teve capacidade de conversar com o delegado para ver o que aconteceu para sair da zona de conforto e ser transferido. Saiu denegrindo a imagem do secretário e do delegado geral em abril de 2017, falando que eles não tinham capacidade para estarem nos cargos. Então, aí começa seu desrespeito com a PJC. Cuspir no seu prato, olhando pro seu umbigo, sendo aplaudido nas redes sociais pela humilhação que fez contra o secretário de Segurança e contra o delegado geral”, assinalou.
PESSOAL E PROFISSIONAL
Já em setembro de 2017, segundo Lopes, Stringuetta usou do problema pessoal para “humilhar” Rogers Jarbas ao cumprir uma medida restritiva – afastamento e uso de tornozeleira eletrônica – imposta durante as investigações de grampos ilegais no Estado durante um curso para delegados da Polícia Civil. “Não estou falando que ele é inocente ou culpado porque não conheço o processo e não conheço as provas. Estou falando da forma de abordagem que o senhor fez na medida restritiva. A humilhação contra um colega delegado, no curso superior de polícia, na frente de outros colegas de delegados que estavam lá. Tanto que todos os colegas foram em apoio moral ao então secretário de Segurança acompanhá-lo nesta medida restritiva e protestaram pela forma de abordagem que foi feita”, recordou.
Lopes colocou que Stringuetta misturou a questão pessoal com a profissional em relação a Rogers Jarbas, numa situação que provocou “racha” na Polícia Civil. “O racha dentro da categoria dos delgados da PJC vem até hoje. O senhor desagregou a categoria e agora vem falar que eu não valorizo a Polícia Civil”, observou.
Ainda em relação a “Grampolândia Pantaneira”, o parlamentar lembrou que, em 2018, o chefe do GCCO deu uma entrevista falando que o caso só avançou por conta do apoio do Judiciário, já que não contou com apoio da instituição. “Mais uma vez o senhor desmoralizou a Polícia Judiciária Civil nas redes sociais. O senhor foi aplaudido na rede social pisando na instituição que paga seu salário. Está cuspindo no prato que comeu já há dois anos”, diz.
Já na fase final do discurso, Lopes falou que Stringuetta está convidado a debater os problemas e soluções para a Polícia Civil dentro da Assembleia e não apenas como “guerrilheiro de WhatsApp”. “Tira a máscara e calça a sandália da humildade. Venha na Assembleia trazendo sugestões, vem somar conosco falando dos problemas da PJC, do GCCO”
Ele ainda cobrou que o “colega” cumpra com suas obrigações a frente de uma das mais importantes delegacias especializadas da PJC. Segundo ele, desde que Stringuetta retornou ao GCCO, não foi realizada nenhuma operação de combate a criminalidade no Estado. “Não seja um delegado virtual, senhor Flávio Stringuetta, que só fica na rede social criticando os colegas. Seja um delegado que vai ver os problemas. Faça operações como GCCO e combata o crime organizado, que só cresce em Mato Grosso, com as facções organizando crimes de dentro das cadeias”, finalizou.
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