
Foto: MT Econômico
Na manhã desta sexta-feira (15), o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, esclareceu em coletiva de imprensa, algumas dúvidas sobre os desentendimentos com a Santa Casa de Misericórdia da capital.
O prefeito explicou sobre os repasses do governo federal, mas ainda deixou os funcionários da entidade filantrópica sem resposta com relação ao apoio financeiro, se será realizado ou não, pela gestão municipal.
“Queria ver se fosse o salário desse prefeito aí que tivesse atrasado, o que ele ia fazer”, reclamaram ao MT Econômico diversos funcionários que estão há 5 meses sem receber seus proventos e mesmo assim, continuaram trabalhando para não deixarem os doentes desamparados.
O maior enfoque dos esclarecimentos do gestor municipal foi dizer que a verba das emendas parlamentares de R$ 12 milhões da bancada federal, destinada à unidade filantrópica, não poderiam ser repassadas à Santa Casa, segundo o prefeito.
“A Santa Casa já tinha recebido R$ 18,7 milhões do teto de R$ 19 milhões e não poderia mais receber emendas. Para não perder o recurso federal o dinheiro foi direcionado para o novo pronto socorro de Cuiabá”, disse Emanuel Pinheiro.
O deputado federal (hoje suplente), Valtenir Pereira, que na época foi um dos principais articuladores do apoio federal à unidade filantrópica, disse recentemente que o prefeito Emanuel Pinheiro está “roubando” dinheiro da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.
Após a coletiva de hoje, o prefeito rebateu Valtenir. “É ele que não conseguiu esquema na prefeitura e agora está fazendo jogo político”, disparou irritado à imprensa.
O prefeito questiona também a gestão do ex-presidente da unidade filantrópica, Antônio Preza. “A Santa Casa já está falida. Não teve uma boa gestão e deu no que deu”, alfinetou Emanuel.
O prefeito até possui a intenção de que, caso seja repassado algum recurso da prefeitura para a Santa Casa, a verba teria que ser destinada ao pagamento de salários atrasados dos funcionários, mas não disse como, nem quando, agonizando ainda mais os colaboradores da unidade filantrópica.
Muitos pacientes e parentes de pessoas doentes estavam na coletiva de hoje na prefeitura de Cuiabá. Ao término, saíram reclamando da falta de posicionamento claro e solução imediata do prefeito.
“Tem gente morrendo e precisando de tratamento. Na hora do prefeito pedir voto na porta da minha casa eu confiei e votei nele. Dependo do SUS, não tenho plano de saúde. E agora vamos ficar sem resposta mais uma vez? A Santa Casa precisa abrir de novo”, reclama emocionada uma cidadã presente na reunião, que precisa de atendimento de saúde e não sabe mais o que fazer.
No momento o contrato da prefeitura de Cuiabá com a Santa Casa de Misericórdia está suspenso, bem como os repasses.
Emanuel disse que vai pedir ajuda ao governo estadual e federal para tentar resolver a situação.
Além da emenda de R$ 12 milhões, a Santa Casa questiona a falta de repasse de R$ 3,6 milhões e segue de portas fechadas. Os pacientes que precisam de atendimento emergencial estão sendo remanejados para o Hospital do Câncer, Hospital Geral Universitário – HGU e algumas unidades de saúde do município.
Uma possível intervenção pode ocorrer em breve e uma CPI foi instaurada na Câmara Municipal de Cuiabá para apurar com mais detalhes possíveis irregularidades na unidade filantrópica, que possui 202 anos de vida e atende pacientes de Cuiabá e interior de Mato Grosso.
A primeira-dama da capital, Márcia Pinheiro esteva presente na coletiva, mas não se pronunciou.
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