FEMINICÍDIO Justiça adia júri de acusado de matar brutalmente estudante de Direito

O julgamento de Wellington Fabrício Amorim, de 36 anos, acusado de matar brutalmente a estudante de Direito, Dineia Batista Rosa, 35, que iria ocorrer nesta quarta-feira (20), foi adiado pela Justiça. O remanejamento da nova data ainda não foi divulgado oficialmente pelo Tribunal de Justiça, porém cogita-se que aconteça no próximo dia 30.

O motivo, segundo apurado, seria a desistência do processo da parte acusada, que não mais manifestou interesse em prosseguir no caso.

Ao O Bom da Notícia, a defesa da família da vítima, representada pelo advogado Jonatas Peixoto Lopes, disse que irá tentar provar a hediondez e a forma fria pela qual o assassino demonstrou durante depoimentos, e consequentemente resultar em condenação por femicídio [quando a morte é provocada pelo simples fato de a vítima ser mulher].

“A gente [Ministério Público Estadual] vai mostrar a hediondez e a forma fria que ele agiu, até mesmo porque ele já é reincidente”

“A gente [Ministério Público Estadual] vai mostrar a hediondez e a forma fria que ele agiu, até mesmo porque ele já é reincidente. Ele já tinha matado uma ex-companheira e a Dinéia não sabia desse caso anterior e assumiu relacionamento com ele. Quando ela descobriu quis terminar o relacionamento e ele não aceitava a situação e, perturbava ela, a família reiterada vezes”, afirmou a defesa da parte ofendida.

Wellington confessou que cometeu o crime, em 20 de maio de 2017. Na época, Dinéia – que trabalhava como estagiária em uma Vara de Violência Doméstica – representou contra o ex-namorado após tomar conhecimento que ele respondia na Justiça por uma ação penal contra sua ex-companheira. Entretanto, aguardava em regime semiaberto.

Em depoimento a delegada Juliana Palhares, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em Cuiabá, o autor do assassinato não demonstrou arrependimento. Confessou que matou Dinéia oportunamente estrangulada e posteriormente a tijoladas.

A vítima havia acabado de comprar uma casa para a mãe, no bairro Serra Dourada, em Várzea Grande. No dia da mudança, o agressor teria aguardado a idosa e o filho de Dinéia sair da casa e a surpreendeu.

Conforme o advogado Jonatan, não há dúvidas que o crime foi premeditado, uma vez que todos os materiais juntados aos autos tornam evidente a capacidade do réu.

“No dia, ele passou a noite inteira na porta da Dinéia e a família tentou se desvencilhar dele, até que ele acompanhou na faxina da nova casa. Em uma desavença lá dele querer reatar o relacionamento ela disse que não, ele pegou de uma forma fria deu tijoladas na cabeça dela e a estrangulou”, finaliza o advogado.