
O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, resolveu parcialmente o imbróglio da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, após ir a Brasília e tratar diretamente com o ministro mato-grossense, de Campo Grande, Luiz Henrique Mandettam assegurando que o hospital filantrópico receba R$ 50 milhões.
Mandetta analisou a situação de calamidade da unidade e atendeu ao pedido de apoio financeiro, desde que seja feita a entrega de um plano de ação dividido em duas partes, como forma de garantir o bom uso do recurso.
O primeiro [plano] seria de saneamento dos passivos, com foco na dívida, que hoje se encontra milionária. Ou seja, pagar a dívida com os servidores que estão há cinco meses sem salários
O primeiro [plano] seria de saneamento dos passivos, com foco na dívida, que hoje se encontra milionária. Ou seja, pagar a dívida com os servidores que estão há cinco meses sem salários. O segundo de operacionalização, para retorno das atividades e compromissos de atendimentos com metas definidas com apoio financeiro do ministério, Governo do Estado e Prefeitura de Cuiabá.
Conforme Gilberto Figueiredo, na audiência realizada na última quinta-feira (14), ficou estabelecido que a segunda parte do referido plano seria para garantir aa perenidade das atividades da Santa Casa, “pois não adianta pagar a dívida e não assegurar a continuidade dos atendimentos da população via SUS [Sistema Único de Saúde]”, afirma.
O secretário explicou que não há possibilidade de novo ajuste futuro, tendo em vista que o ministro levou em consideração o fato de a gestão dos recursos está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual.
“Para as duas vertentes o ministério aportará recursos, mas não colocará nenhum centavo se este plano não for elaborado e aprovado por todos os entes”, informa Gilberto.
A par de toda a situação, Gilberto afirmou que até o momento, “a Santa Casa e o município não apresentaram nada de concreto ao governo do Estado, para que se possa voltar a negociar com o ministro”, motivo pelo qual o impasse continua.
“Não adianta fazer uma romaria à Brasília se não fizermos a tarefa de casa determinada pelo ministro”, finaliza o secretário.
Santa Casa de portas fechadas
A Santa Casa encerrou suas atividades há cerca de uma semana. A direção da unidade afixou um comunicado, afirmando que a suspensão por tempo indeterminado dos serviços, se deu por falta do repasse de R$ 3,5 milhões, que havia sido acordado com a Prefeitura Municipal.
Paciente internados, em hemodiálise ou tratamento de câncer, foram os únicos a continuar recebendo devido atendimento na unidade. Todavia, acabaram sendo despejados. Na publicação desta quarta-feira (20), o jornal A Gazeta, informa que apenas quatro pacientes continuam internados. Todos os outros teriam sido transferidos ou remanejados para o setor de regulação em busca de nova vaga.
Imbróglio
O ex-diretor da Santa Casa, médico Antonio Preza, renunciou ao cargo após alegar insuficiência de recursos para gerir a unidade. A culpa então recaiu sobre o atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), diante da suspeita do não repasse de dinheiro viabilizado pela bancada federal de Mato Grosso de R$ 12,4 milhões. Em contrapartida, o emedebista argumentou que todo o recurso não poderia ser repassado porque ultrapassou os limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, sendo parte dele empregado na estrutura do Novo Hospital Municipal.
O deputado Valtenir Pereira (MDB) acusa o colega de partido de ter roubado o dinheiro. “Quando acuso o prefeito Emanuel Pinheiro de estar roubando o valor da emenda de bancada R$12,4 milhões destinados a Santa Casa de Misericórdia, não estou sendo leviano. Não vou permitir que nos 300 anos de Cuiabá esta unidade feche as portas”, disparou.
Fato é que o hospital filantrópico, que atendia diariamente pacientes de todo o Estado, continua de portas fechadas.
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