Briga entre Valtenir Pereira e Emanuel Pinheiro, com um acusando o outro de ladrão, pode culminar com “mão de pilão” de Bezerra

Análise política Por Mário Marques de Almeida As trocas de acusações, com um chamando o outro de ladrão, entre o suplente de deputado federal Valtenir Pereira e o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, ambos do MDB, paradoxalmente, acabam fortalecendo a liderança na sigla do presidente da Executiva emedebista, o deputado federal Carlos Bezerra, por se tranformar no “ponto de equilíbrio” na sigla. Uma voz capaz de colocar ordem na casa e serenar os ânimos! Diante da disputa acirrada iniciada por Valtenir em função de quem será o candidato do partido para disputar a prefeitura de Cuiabá em 2020, culminando com troca de acusações graves entre os dois brigões emedebistas, em momentos como este cresce a força do líder maior que, no caso de Carlos Bezerra passa a atuar como “fiel da balança” no MDB. Não que Bezerra manobre para que essas cisões e discórdias ocorram na legenda – ele apenas, por manter o comando da sigla em suas mãos, há décadas, as contendas internas – aliás, divergências que são constantes na sigla e fazem parte da essência emedebista -, via de regra, vão parar no “colo” do veterano político.  É ele que após ouvir as partes, clamar pela clássica “unidade” partidária, cobrando às vezes compostura dos divergentes, dando “puxões de orelha“ quando não desce a famosa “mão de pilão”, dá o veredicto final e quando o acordo não sai, nessas ocasiões ele assume um dos lados. Não “lava as mãos” e nem fica”em cima do muro”, uma posição cômoda para quem não quer se desgastar com as partes envolvidas na disputa e queira ficar de bem com todos.  Uma posição, aliás, aparentemente confortável, mas que também costuma desagradar a todos. Talvez, por saber desses riscos é que o experiente comandante do MDB, quando o consenso não sai, ele toma partido. No caso específico da briga entre Valtenir e Pinheiro, Bezerra já disse que o candidato do MDB para concorrer a chefia do Executivo cuiabano, mais uma vez, é o atual prefeito da Capital.  “Emanuel só não será candidato à reeleição se ele não quiser”, afirmou o cacique-mor do MDB.   Quanto a Valtenir Pereira, se continuar “ciscando pra fora”(para usar uma expressão bezerrista), teimando nessa disputa para ser ungido, antecipadamente, candidato a prefeito, pelos fatos ocorridos com outros recalcitrantes no passado, dentro do MDB, ele corre sério perigo de levar a “mão de pilão”! A arma política mortal – e temida – usada por quem é visto e respeitado como o número 1 no partido, até pelo seu histórico de atuação, sempre sem nunca de ter se afastado do MDB desde os primórdios de sua fundação. Mais do  que um nome, Bezerra virou “bandeira” do MDB mato-grossense!