Eleito deputado federal em sua primeira disputa eleitoral com 76.771 votos vindo de 140, dos 141 municípios do Estado, o estudante Emanuel Pinheiro da Silva Primo, de apenas 23 anos será o no ano que vem o parlamentar mais jovem representando Mato Grosso, a partir de 2019.
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Cursando a faculdade de direito, além de gestão pública e ciências políticas, ‘Emanuelzinho’, nome escolhido para ir a urna, segue os passos do pai, o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) e seu avô, deputado federal de quem herdou o nome.
Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, o parlamentar eleito falou sobre propostas, a importância do pai na campanha, renovação no Congresso e garantiu que irá se empenhar para representar a baixada cuiabana, região que entende estar abandonada.
Veja alguns trechos da entrevista:
Olhar Direto - Mesmo debutando em eleições, você foi o terceiro candidato a deputado federal mais votado no Estado, com mais de 70 mil votos. Esperava esta grande aprovação nas urnas?
Emanuelzinho - Esta é minha primeira candidatura. A gente sempre ficava naquela dúvida, mas sabia, tinha uma expectativa muito grande pelo novo pelo que representa a mudança do que estava ai. As pessoas usavam exatamente esta expressão e nós trabalhamos, apresentamos propostas, viajamos por todo estado. Fizemos um trabalho que não foi feito de agora, foi um trabalho preparado e graças a Deus a receptividade foi muito positiva, as pessoas confiaram na gente e tenho que agradecer a cada voto que recebi. Penso que 76.771 pessoas saíram de casa pensando vou votar no Emanuelzinho. O que me resta é trabalhar e honrar cada voto que recebi.
O.D. - Qual foi a importância de seu pai em sua campanha?
E. - A vontade de ser candidato era minha. No começo a minha família ficou receosa por causa de minha idade. Eu sou novo e gera aquele receio por que a vida pública é muito difícil e exposta. Mas eles viram que eu queria, viram que eu estava trabalhando. Na época eu estava como presidente da juventude, qualificando mais de mil pessoas aqui em Cuiabá com cursos gratuitos. Viram minha vontade e me apoiaram. O meu pai me apoiou do jeito que ele pode e fora do horário do expediente. A prioridade dele é Cuiabá e já tem mandato. Quem estava buscando um mandato para servir o povo de Mato Grosso era eu. Então ele estava cuidando de Cuiabá e fora do expediente no que ele podia, com a capilaridade política dele e com o apoio que ele tem, ele me ajudou, mas o foco dele é Cuiabá e eu que tive que correr atrás.
O.D. – Você tem apenas 23 anos e nunca havia disputado uma eleição. Acredita que a inexperiência pode te atrapalhar?
E. - Eu sou o terceiro deputado mais jovem. Teve a Luisa Canziani (PTB-PR) no Paraná e tem o Kim Katagiri (DEM-SP) do MBL que tem 22 anos. Eu tenho 23 e vou tomar posse com 24, por que faço aniversário em janeiro. Acredito que se eu fosse alguém que caiu de pára-quedas seria um motivo de desconfiança, mas me preparei para estar aqui. Fiz um trabalho longo como presidente da juventude. Tive experiência como servidor público. Já trabalhei em escritório de advocacia, estou quase terminando uma faculdade de direito, estou cursando faculdade de Gestão Pública e Ciências Políticas para me preparar para estar aqui. Rodei o estado para ver a dificuldade de nossa gente. Então acho que a juventude é um fator positivo, pois a energia e a vontade de trabalhar é maior. Enxergo isso como positivo.
O.D. – Se sente preparado para representar Mato Grosso no Congresso Federal?
E. - Me sinto muito preparado para representar Mato Grosso. Não seria leviano de encarar isso como uma aventura.
O.D. - Qual a primeira pauta que pensa em levar para o Congresso?
E. - A primeira pauta é buscar um hospital federal para Mato Grosso. Hoje se você faz o levantamento dos pacientes do pronto-socorro de Cuiabá e vemos que 60% deles não são daqui. São do interior, de estados vizinhos como Goiás ou de países vizinhos como Bolívia e Venezuela. Na divisão dos impostos, o chamado pacto federativo, R$ 100 de imposto que se pague, R$ 60 vai para o Governo Federal, R$ 25 para o Governo Estadual e R$ 15 para o município. Quem custeia praticamente o pronto-socorro municipal é a prefeitura de Cuiabá. Os prefeitos do interior, devido a esta margem mínima de imposto arrecadado não estão agüentando dar o atendimento de média e alta complexidade. Para eles é mais viável colocar o paciente na ambulância e mandar para Cuiabá ou para hospitais regionais. Então com um hospital federal os insumos, servidores, manutenção física será tudo custeado pelo Governo Federal. No Rio de Janeiro eles tem seis hospitais lá e aqui não temos nenhum. Nós iremos conseguir dar uma vazão maior a demanda que vem do interior, conseguiremos ter um atendimento digno e de qualidade, vai tirar esta superlotação do pronto-socorro e ajudar as pessoas. Além disso temos o projeto de implantação de noções básica de direito constitucional e de economia na grade curricular de ensino médio, Queremos apresentar ao governador um plano de incentivos fiscais localizados especialmente na baixada cuiabana para industiralizar a região gerando emprego, são mais de 150 mil desempregados aqui. Estas são algumas pautas nossas, mas temos várias.
O.D. – Dos oito deputados federais da atual legislatura, somente Carlos Bezerra (MDB) se reelegeu. Como você vê esta renovação?
E. - Isso foi um recado vindo da população não só de Mato Grosso, mas como do Brasil todo. Nós não podemos desmerecer, dizer que os políticos antigos não fizeram nada de bom. Pelo contrário, cada um tem sua história e sua cota de contribuição para o país. Acontece que as pessoas queriam oxigênio novo, queriam respirar um ar diferente, queriam idéias novas e buscaram isso. Você vê que muita gente conseguiu votos através das redes sociais, que são novos meios de se apresentar propostas. Tenho certeza que isso tem os seus fatores positivos, são idéias novas, sem vícios, com a vontade de fazer a diferença e fazer bonito na representação do Brasil.
O.D. – Você vem de uma família com longo histórico na política. Quando surgiu o interesse para se tornar deputado federal?
E. - Eu era presidente da juventude do MDB. Estive lá de 2016 até final de 2017. Eu me incomodava muito com o seguinte, de ficar em uma sala falando sobre política, dando opinião sobre isso e aquilo, em um ambiente em que as mídias sociais estão tomando este espaço. Eu senti que não estava conseguindo ajudar as pessoas então fui a campo, em bairros da periferia, em um cenário que vive a crise econômica e o desemprego lá em cima oferecer curso de qualificação para a população mais simples. Eram cursos de dicção e oratória, e curso de gestão pública municipal gratuitos para que as pessoas tivessem oportunidade melhor no mercado de trabalho. Foram 1,2 mil pessoas qualificadas em Cuiabá e foi ai que surgiu nosso projeto. As pessoas me diziam: ‘Emanuelzinho, você é tão jovem e está ajudando a gente, por que não sai candidato a vereador, deputado’. Então foi a partir desta convocação popular que iniciou-se a ideia de me candidatar. Eu estava no MDB, mas vi que lá não teria espaço e busquei um partido que tivesse ligação com a causa popular, com os trabalhadores e pessoas que mais precisam. Eu agradeço o MDB por tudo que passei por lá, mas vi que o PTB se encaixava com um perfil como o meu.
O.D. – O seu pai sempre falou que a baixada cuiabana está muitos anos sem representatividade no Congresso Nacional. Você será este político que irá representar a região?
E. - Vou ser comprometido com a baixada, mas precisamos olhar o cenário como um todo. Hoje você pega o IDH, entre os 141 municípios do estado, nove dos 20 piores estão na baixada cuiabana. Temos o norte que está crescendo muito com a agropecuária, temos a região sul que também se desenvolveu bem e os doze municípios que estão no entorno de Cuiabá são pobres, sem capacidade de desenvolvimento, muitas vezes vivendo somente com a agricultura familiar, da pesca e do comércio limitado que existe na cidade. Então a representatividade maior precisa vir para cá, que destine as emendas parlamentares para cá, que modifique o sistema de distribuição dos impostos. Isso é importante e esta representatividade política trará atrativos econômicos e investimento para que possa desenvolver estas regiões. Desenvolvendo economicamente você arrecada mais para os municípios e consegue investir em saúde, segurança, educação, saneamento básico, moradia e tudo que depende de receita do poder público.
O.D. - O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), de 22 anos já manifestou o desejo de disputar a presidência da Câmara. Você já pensa em quem irá apoiar?
E. - Na verdade ainda não pensamos nisso. Esta legislatura vai terminar e nós temos que sentar com a bancada do PTB para tomar uma decisão em conjunto para que a bancada tenha força para conseguir defender o trabalhador. Não posso tomar decisão individual. O importante é que os parlamentares do PTB, que são dez na Câmara Federal discutam qual é a melhor alternativa do país para presidir a Câmara dos Deputados. A eleição ainda está longe, mas dos candidatos que se propuserem iremos avaliar.
O.D. - Como irá se posicionar sobre temas polêmicos como descriminalização das drogas?
E. - Eu defendo que alguns temas seja levado para plebiscito para que se discute a população como um todo, para que não fique só na representatividade parlamentar. Muitas vezes assuntos como estes estão distante da população e precisam ser avaliados. A questão das drogas temos que avaliar dois perfis diferentes que foram implantados, um no Uruguai na América do Sul e outro na Holanda, na Europa. Podemos observar quais os fenômenos que acontecem nestes países para que a gente possa discutir e tomar uma posição que não seja precipitada. Precisamos analisar como será a transição para que este mercado informal de tráfico de drogas possa entrar na formalidade. É uma série de pontos que precisam ser discutido e a população precisa ser ouvida e se necessário convocar um plebiscito, mas que a gente uma o país e não desagregue mais do que ele já está se fatiando.
O.D. – Você parece ser muito apegado a sua família. Será fácil se mudar para Brasília?
E. - Já estive a oportunidade de estudar fora, morar sozinho e isto não impediu em nada os afetos e laços familiares. Pelo contrário, a família entender que estou indo para Brasília para servir as pessoas, tenho certeza que será o maior orgulho que eles vão ter. Não estou deixando, estou indo lá para representar eles também. Tenho certeza que eles estão muito felizes com isso, é uma decisão minha, eles apóiam e sabem da dificuldade, mas sabem também da minha vontade de fazer a diferença, do tanto que trabalhamos para chegar até aqui com o apoio do mato-grossense. Tenho certeza que o vinculo não irá se desfazer, pelo contrário. A distância irá só vai aumentar a saudade e valorizar o que é morar perto do outro.
O.D. - Na semana o deputado federal Carlos Bezerra, único reeleito criticou a grande renovação de parlamentares eleitos no dia 7 de outubro. Como você vê estas críticas?
E. - Eu entendo a posição do Carlos Bezerra. É claro que um Congresso sem nenhuma experiência também não pode ser positivo para o país. Só que se mesclou, há políticos experientes, há pessoas novas e acho que se mesclou o sentimento da população, que busca gente que já tem serviços prestados, que sabe como fazer e a parte nova da política que está cheia de vontade de fazer a diferença e mudar. Acho que este casamento, respeitando muito a opinião do deputado Carlos Bezerra, pode dar muito certo, entre a experiência e a renovação.
O.D. – A reeleição dele foi bom para Mato Grosso?
E. - Assim como todo político tem pessoas que gostam dele e tem outras pessoas que não gostam. Ele já foi prefeito de Rondonópolis, governador, senador, deputado federal e está ai de novo. Tenho certeza que de tudo que se precisar de experiência ele vai somar, por que se não tivesse serviços prestados não estaria eleito a tanto tempo.
O.D. – O que você achou da eleição em Mato Grosso?
E. - Eu vi pouca empolgação da população, não sem razão. Estava um pouco especialmente nas majoritárias, vimos o cidadão votando sem aquela vontade grande, sem a alegria de estar escolhendo candidatos. O povo deu a resposta nas urnas com uma grande renovação e os que ficaram tiveram uma votação abaixo do que se esperava. Se mostrou o poder das mídias sociais maior que o da televisão. Vimos o governador Geraldo Alckmin com mais de 4 minutos de televisão com apenas 4% dos votos e Bolsonaro liderando as pesquisas com 8 segundos de TV. Então tivemos uma série de mudanças que os cientistas e analistas políticos vão ter que se esforçar para compreender o recado da população deu para todos nós.
O.D. – Você atuou bastante nas redes sociais. Acha que é o futuro das campanhas?
E. - Eu usei muito e é uma alternativa fantástica para mostrar suas propostas e combater as fake news. Por que ao mesmo tempo que aparecem, você tem a facilidade para responder a altura.
O.D. – Quem você irá apoiar na disputa do segundo turno, entre Jair Bolsoanro (PSL) e Fernando Haddad (PT)?
E. - O PTB nacional manifestou apoio ao Bolsonaro. Eu entendo que todos tem qualidade, tem defeitos, existe uma preocupação das pessoas com a candidatura do Jair Bolsonaro por causa de algumas manifestações dele. Outros tem uma rejeição muito grande ao Haddad por causa do partido que estava muito tempo no poder. As pessoas buscam renovação, buscam alternância, mas o PDT nacional está orientando Jair Bolsonaro.
O.D. – Você irá seguir esta orientação?
E. - Vou seguir esta orientação. Quero, rezo e torço para que o Bolsonaro, ou quem quer que ganhe a presidência da República faça um grande mandato pelo nosso povo, por que precisamos. Hoje o Brasil vive um cenário em que 700 mil pessoas que vão todos os anos para unidade de saúdes por falta de saneamento básico. São 63 mil homicídios por ano no país e só em Mato Grosso, 55 mil crianças estão fora de creches. Ou seja, precisa de um governo municipal, estadual e federal alinhado e eu torço para quem quer que seja eleito faça um grande mandato e eu quero estar lá para ajudar no que for bom.
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Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, o parlamentar eleito falou sobre propostas, a importância do pai na campanha, renovação no Congresso e garantiu que irá se empenhar para representar a baixada cuiabana, região que entende estar abandonada.
Veja alguns trechos da entrevista:
Olhar Direto - Mesmo debutando em eleições, você foi o terceiro candidato a deputado federal mais votado no Estado, com mais de 70 mil votos. Esperava esta grande aprovação nas urnas?
Emanuelzinho - Esta é minha primeira candidatura. A gente sempre ficava naquela dúvida, mas sabia, tinha uma expectativa muito grande pelo novo pelo que representa a mudança do que estava ai. As pessoas usavam exatamente esta expressão e nós trabalhamos, apresentamos propostas, viajamos por todo estado. Fizemos um trabalho que não foi feito de agora, foi um trabalho preparado e graças a Deus a receptividade foi muito positiva, as pessoas confiaram na gente e tenho que agradecer a cada voto que recebi. Penso que 76.771 pessoas saíram de casa pensando vou votar no Emanuelzinho. O que me resta é trabalhar e honrar cada voto que recebi.
O.D. - Qual foi a importância de seu pai em sua campanha?
E. - A vontade de ser candidato era minha. No começo a minha família ficou receosa por causa de minha idade. Eu sou novo e gera aquele receio por que a vida pública é muito difícil e exposta. Mas eles viram que eu queria, viram que eu estava trabalhando. Na época eu estava como presidente da juventude, qualificando mais de mil pessoas aqui em Cuiabá com cursos gratuitos. Viram minha vontade e me apoiaram. O meu pai me apoiou do jeito que ele pode e fora do horário do expediente. A prioridade dele é Cuiabá e já tem mandato. Quem estava buscando um mandato para servir o povo de Mato Grosso era eu. Então ele estava cuidando de Cuiabá e fora do expediente no que ele podia, com a capilaridade política dele e com o apoio que ele tem, ele me ajudou, mas o foco dele é Cuiabá e eu que tive que correr atrás.
O.D. – Você tem apenas 23 anos e nunca havia disputado uma eleição. Acredita que a inexperiência pode te atrapalhar?
E. - Eu sou o terceiro deputado mais jovem. Teve a Luisa Canziani (PTB-PR) no Paraná e tem o Kim Katagiri (DEM-SP) do MBL que tem 22 anos. Eu tenho 23 e vou tomar posse com 24, por que faço aniversário em janeiro. Acredito que se eu fosse alguém que caiu de pára-quedas seria um motivo de desconfiança, mas me preparei para estar aqui. Fiz um trabalho longo como presidente da juventude. Tive experiência como servidor público. Já trabalhei em escritório de advocacia, estou quase terminando uma faculdade de direito, estou cursando faculdade de Gestão Pública e Ciências Políticas para me preparar para estar aqui. Rodei o estado para ver a dificuldade de nossa gente. Então acho que a juventude é um fator positivo, pois a energia e a vontade de trabalhar é maior. Enxergo isso como positivo.
O.D. – Se sente preparado para representar Mato Grosso no Congresso Federal?
E. - Me sinto muito preparado para representar Mato Grosso. Não seria leviano de encarar isso como uma aventura.
O.D. - Qual a primeira pauta que pensa em levar para o Congresso?
E. - A primeira pauta é buscar um hospital federal para Mato Grosso. Hoje se você faz o levantamento dos pacientes do pronto-socorro de Cuiabá e vemos que 60% deles não são daqui. São do interior, de estados vizinhos como Goiás ou de países vizinhos como Bolívia e Venezuela. Na divisão dos impostos, o chamado pacto federativo, R$ 100 de imposto que se pague, R$ 60 vai para o Governo Federal, R$ 25 para o Governo Estadual e R$ 15 para o município. Quem custeia praticamente o pronto-socorro municipal é a prefeitura de Cuiabá. Os prefeitos do interior, devido a esta margem mínima de imposto arrecadado não estão agüentando dar o atendimento de média e alta complexidade. Para eles é mais viável colocar o paciente na ambulância e mandar para Cuiabá ou para hospitais regionais. Então com um hospital federal os insumos, servidores, manutenção física será tudo custeado pelo Governo Federal. No Rio de Janeiro eles tem seis hospitais lá e aqui não temos nenhum. Nós iremos conseguir dar uma vazão maior a demanda que vem do interior, conseguiremos ter um atendimento digno e de qualidade, vai tirar esta superlotação do pronto-socorro e ajudar as pessoas. Além disso temos o projeto de implantação de noções básica de direito constitucional e de economia na grade curricular de ensino médio, Queremos apresentar ao governador um plano de incentivos fiscais localizados especialmente na baixada cuiabana para industiralizar a região gerando emprego, são mais de 150 mil desempregados aqui. Estas são algumas pautas nossas, mas temos várias.
O.D. – Dos oito deputados federais da atual legislatura, somente Carlos Bezerra (MDB) se reelegeu. Como você vê esta renovação?
E. - Isso foi um recado vindo da população não só de Mato Grosso, mas como do Brasil todo. Nós não podemos desmerecer, dizer que os políticos antigos não fizeram nada de bom. Pelo contrário, cada um tem sua história e sua cota de contribuição para o país. Acontece que as pessoas queriam oxigênio novo, queriam respirar um ar diferente, queriam idéias novas e buscaram isso. Você vê que muita gente conseguiu votos através das redes sociais, que são novos meios de se apresentar propostas. Tenho certeza que isso tem os seus fatores positivos, são idéias novas, sem vícios, com a vontade de fazer a diferença e fazer bonito na representação do Brasil.
O.D. – Você vem de uma família com longo histórico na política. Quando surgiu o interesse para se tornar deputado federal?
E. - Eu era presidente da juventude do MDB. Estive lá de 2016 até final de 2017. Eu me incomodava muito com o seguinte, de ficar em uma sala falando sobre política, dando opinião sobre isso e aquilo, em um ambiente em que as mídias sociais estão tomando este espaço. Eu senti que não estava conseguindo ajudar as pessoas então fui a campo, em bairros da periferia, em um cenário que vive a crise econômica e o desemprego lá em cima oferecer curso de qualificação para a população mais simples. Eram cursos de dicção e oratória, e curso de gestão pública municipal gratuitos para que as pessoas tivessem oportunidade melhor no mercado de trabalho. Foram 1,2 mil pessoas qualificadas em Cuiabá e foi ai que surgiu nosso projeto. As pessoas me diziam: ‘Emanuelzinho, você é tão jovem e está ajudando a gente, por que não sai candidato a vereador, deputado’. Então foi a partir desta convocação popular que iniciou-se a ideia de me candidatar. Eu estava no MDB, mas vi que lá não teria espaço e busquei um partido que tivesse ligação com a causa popular, com os trabalhadores e pessoas que mais precisam. Eu agradeço o MDB por tudo que passei por lá, mas vi que o PTB se encaixava com um perfil como o meu.
O.D. – O seu pai sempre falou que a baixada cuiabana está muitos anos sem representatividade no Congresso Nacional. Você será este político que irá representar a região?
E. - Vou ser comprometido com a baixada, mas precisamos olhar o cenário como um todo. Hoje você pega o IDH, entre os 141 municípios do estado, nove dos 20 piores estão na baixada cuiabana. Temos o norte que está crescendo muito com a agropecuária, temos a região sul que também se desenvolveu bem e os doze municípios que estão no entorno de Cuiabá são pobres, sem capacidade de desenvolvimento, muitas vezes vivendo somente com a agricultura familiar, da pesca e do comércio limitado que existe na cidade. Então a representatividade maior precisa vir para cá, que destine as emendas parlamentares para cá, que modifique o sistema de distribuição dos impostos. Isso é importante e esta representatividade política trará atrativos econômicos e investimento para que possa desenvolver estas regiões. Desenvolvendo economicamente você arrecada mais para os municípios e consegue investir em saúde, segurança, educação, saneamento básico, moradia e tudo que depende de receita do poder público.
O.D. - O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), de 22 anos já manifestou o desejo de disputar a presidência da Câmara. Você já pensa em quem irá apoiar?
E. - Na verdade ainda não pensamos nisso. Esta legislatura vai terminar e nós temos que sentar com a bancada do PTB para tomar uma decisão em conjunto para que a bancada tenha força para conseguir defender o trabalhador. Não posso tomar decisão individual. O importante é que os parlamentares do PTB, que são dez na Câmara Federal discutam qual é a melhor alternativa do país para presidir a Câmara dos Deputados. A eleição ainda está longe, mas dos candidatos que se propuserem iremos avaliar.
O.D. - Como irá se posicionar sobre temas polêmicos como descriminalização das drogas?
E. - Eu defendo que alguns temas seja levado para plebiscito para que se discute a população como um todo, para que não fique só na representatividade parlamentar. Muitas vezes assuntos como estes estão distante da população e precisam ser avaliados. A questão das drogas temos que avaliar dois perfis diferentes que foram implantados, um no Uruguai na América do Sul e outro na Holanda, na Europa. Podemos observar quais os fenômenos que acontecem nestes países para que a gente possa discutir e tomar uma posição que não seja precipitada. Precisamos analisar como será a transição para que este mercado informal de tráfico de drogas possa entrar na formalidade. É uma série de pontos que precisam ser discutido e a população precisa ser ouvida e se necessário convocar um plebiscito, mas que a gente uma o país e não desagregue mais do que ele já está se fatiando.
O.D. – Você parece ser muito apegado a sua família. Será fácil se mudar para Brasília?
E. - Já estive a oportunidade de estudar fora, morar sozinho e isto não impediu em nada os afetos e laços familiares. Pelo contrário, a família entender que estou indo para Brasília para servir as pessoas, tenho certeza que será o maior orgulho que eles vão ter. Não estou deixando, estou indo lá para representar eles também. Tenho certeza que eles estão muito felizes com isso, é uma decisão minha, eles apóiam e sabem da dificuldade, mas sabem também da minha vontade de fazer a diferença, do tanto que trabalhamos para chegar até aqui com o apoio do mato-grossense. Tenho certeza que o vinculo não irá se desfazer, pelo contrário. A distância irá só vai aumentar a saudade e valorizar o que é morar perto do outro.
O.D. - Na semana o deputado federal Carlos Bezerra, único reeleito criticou a grande renovação de parlamentares eleitos no dia 7 de outubro. Como você vê estas críticas?
E. - Eu entendo a posição do Carlos Bezerra. É claro que um Congresso sem nenhuma experiência também não pode ser positivo para o país. Só que se mesclou, há políticos experientes, há pessoas novas e acho que se mesclou o sentimento da população, que busca gente que já tem serviços prestados, que sabe como fazer e a parte nova da política que está cheia de vontade de fazer a diferença e mudar. Acho que este casamento, respeitando muito a opinião do deputado Carlos Bezerra, pode dar muito certo, entre a experiência e a renovação.
O.D. – A reeleição dele foi bom para Mato Grosso?
E. - Assim como todo político tem pessoas que gostam dele e tem outras pessoas que não gostam. Ele já foi prefeito de Rondonópolis, governador, senador, deputado federal e está ai de novo. Tenho certeza que de tudo que se precisar de experiência ele vai somar, por que se não tivesse serviços prestados não estaria eleito a tanto tempo.
O.D. – O que você achou da eleição em Mato Grosso?
E. - Eu vi pouca empolgação da população, não sem razão. Estava um pouco especialmente nas majoritárias, vimos o cidadão votando sem aquela vontade grande, sem a alegria de estar escolhendo candidatos. O povo deu a resposta nas urnas com uma grande renovação e os que ficaram tiveram uma votação abaixo do que se esperava. Se mostrou o poder das mídias sociais maior que o da televisão. Vimos o governador Geraldo Alckmin com mais de 4 minutos de televisão com apenas 4% dos votos e Bolsonaro liderando as pesquisas com 8 segundos de TV. Então tivemos uma série de mudanças que os cientistas e analistas políticos vão ter que se esforçar para compreender o recado da população deu para todos nós.
O.D. – Você atuou bastante nas redes sociais. Acha que é o futuro das campanhas?
E. - Eu usei muito e é uma alternativa fantástica para mostrar suas propostas e combater as fake news. Por que ao mesmo tempo que aparecem, você tem a facilidade para responder a altura.
O.D. – Quem você irá apoiar na disputa do segundo turno, entre Jair Bolsoanro (PSL) e Fernando Haddad (PT)?
E. - O PTB nacional manifestou apoio ao Bolsonaro. Eu entendo que todos tem qualidade, tem defeitos, existe uma preocupação das pessoas com a candidatura do Jair Bolsonaro por causa de algumas manifestações dele. Outros tem uma rejeição muito grande ao Haddad por causa do partido que estava muito tempo no poder. As pessoas buscam renovação, buscam alternância, mas o PDT nacional está orientando Jair Bolsonaro.
O.D. – Você irá seguir esta orientação?
E. - Vou seguir esta orientação. Quero, rezo e torço para que o Bolsonaro, ou quem quer que ganhe a presidência da República faça um grande mandato pelo nosso povo, por que precisamos. Hoje o Brasil vive um cenário em que 700 mil pessoas que vão todos os anos para unidade de saúdes por falta de saneamento básico. São 63 mil homicídios por ano no país e só em Mato Grosso, 55 mil crianças estão fora de creches. Ou seja, precisa de um governo municipal, estadual e federal alinhado e eu torço para quem quer que seja eleito faça um grande mandato e eu quero estar lá para ajudar no que for bom.
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