
Quando prefeito, o candidato a governador Mauro Mendes, do Democratas, deixou sete unidades de saúde abandonadas ao fim de seu mandato em 2016. Dados oficiais da Prefeitura de Cuiabá mostram que as chamadas UBS foram entregues ao atual prefeito, Emanuel Pinheiro, em 1º de janeiro de 2017 com obras paradas.
Eram empreendimentos que já tinham recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) garantidos para a gestão do ex-prefeito, no período de 2013 a 2016. “Deixar obra parada é algo que não vai acontecer no meu Governo, caso seja eleito” – afirma Wellington Fagundes, candidato da coligação “A Força da União”.
A questão das obras inacabadas tem se transformado em um dos principais temas de debate desta campanha eleitoral. Segundo Wellington, seus adversários falam de experiência e tentam mostrar que foram ‘bons gestores’, quando, na verdade, usaram mal os recursos dos contribuintes.
No caso das UBS paralisadas, o dinheiro parado na conta da Prefeitura passava de R$ 3,6 milhões, e iriam beneficiar moradores das regiões mais carentes de Cuiabá, como o Doutor Fábio, Ribeirão do Lipa, Jardim Passaredo, entre outras. Em sua defesa, Mendes culpou as empreiteiras que venceram as licitações, considerando natural a paralisação das obras.
A obra com maior evolução na época era a unidade básica de saúde do Jardim Passaredo, que tinha, no final de 2016, 86% de execução. A unidade do CPA IV, com R$ 659 mil garantidos, teve apenas 10% de suas obras realizadas até o fim da gestão do candidato ao Governo.
Na UBS Milton Figueiredo, no bairro Doutor Fábio, moradores ainda se queixam da situação. Milton Bonoro, pedreiro, lamentou que tenha que acordar muito cedo para levar o filho para a Policlinica do Planalto, ao passo que a obra da UBS foi paralisadas. “A gente sai e fica das 7 da manhã até as 4 da tarde, sem almoço, para ser atendido, enquanto o investimento está dessa forma”.
Levantamento feito à época pela imprensa indicava que 55% das obras municipais de saúde ainda não tinham nem começado, apesar de terem projetos aprovados. Outras 35% das obras começaram, mas foram paralisadas, e só 10% estavam em andamento. Era uma corrida contra o tempo, porque os recursos federais já garantidos iriam expirar em 2016. Procurada pela imprensa, a Secretaria Municipal de Saúde garantiu que até o final de março de 2016 conseguiria resolver o problema. Isso não aconteceu.
Foi preciso iniciar a nova gestão para que o problema começasse a ser superado. Em seu primeiro ano de mandato, o atual prefeito de Cuiabá dedicou atenção especial para recuperar o investimento. “Foi quase um ano inteiro de negociação e muita conversa em Brasília, mostrando nosso interesse em devolver essas unidades aos cuiabanos”, afirma o prefeito, ao considerar ajuda essencial da bancada federal.
Hoje, quatro unidades estão em processo licitatório. “Infelizmente, após todos os anos de paralisação, as obras encareceram de 30% a 40%” - acrescentou. A estimativa do prefeito é concluir as obras ao longo de 2019, quando a capital completa 300 anos de fundação.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) é o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. É instalada perto de onde as pessoas moram, trabalham, estudam e vivem e, com isso, desempenha um papel central na garantia de acesso à população a uma atenção à saúde de qualidade.
Na UBS, é possível receber atendimentos básicos e gratuitos em Pediatria, Ginecologia, Clínica Geral, Enfermagem e Odontologia. Os principais serviços oferecidos são consultas médicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicação básica
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