Wilson alerta que dinheiro desviado do MDB será usado na campanha

Tucano afirma que de R$ 1 bilhão desviado, ex-governador devolveu apenas R$ 70 milhões

O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) acredita que os recursos desviados dos cofres públicos durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa serão utilizados por diversos candidatos e partidos políticos no pleito de outubro deste ano. Para ele, isso influenciará diretamente nas eleições de 2018. 

"Tenho certeza que o recurso desviado influenciará. Claro que eles vão usar parte desse recurso roubado para ajudar alguém ou alguéns na campanha. Não vou dizer quem. Mas não tenho dúvida de que parte do que foi roubado do Estado será reinvestido em candidatos e partidos", afirmou o parlamentar. 

A delação premiada do ex-gestor foi homologada pelo ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto do ano passado. O acordo possibilitou que Silval tivesse a prisão preventiva revertida em prisão domiciliar.

Para tanto, ele concordou em pagar uma indenização de R$ 70 milhões a Mato Grosso. Deste montante, R$ 46,6 milhões foi quitado com bens móveis e imóveis e em espécie. 

A quantia da R$ 23,4 milhões deve ser depositada em conta judicial à disposição do Supremo Tribunal Federal, em cinco parcelas iguais de R$ 4,69 milhões, a serem quitadas entre 1.º de março de 2018 a 1.º de março de 2022. 

"Você rouba R$ 1 bilhão, devolve R$ 70 milhões em bens e imóveis, e ainda sobram R$ 930 milhões guardados. Sabe-se lá onde. E com um poder econômico desses em mãos, qualquer criminoso desses pode ainda interferir em um processo eleitoral", afirmou. 

Silval Barbosa ficou à frente do Palácio Paiaguás de 2010 a 2014. Ele foi eleito pelo MDB, partido que hoje integra o arco de alianças do ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (DEM), principal adversário do governador Pedro Taques (PSDB) no pleito deste ano. 

Silval ficou preso por mais de dois anos no Centro de Custódia dde Cuiabá. Para se livrar da prisão ele decidiu fazer delação. O ponto alto da colaboração do ex-gestor foram os vídeos que ele entregou à Procuradoria com imagens de políticos recebendo propinas em abundância em uma sala do Palácio do Governo de Mato Grosso.