Serys e Ranalli divergem sobre maioridade penal e debatem aborto, drogas e feminicídio; veja

Olhar Direto
Serys e Ranalli divergem sobre maioridade penal e debatem aborto, drogas e feminicídio;  veja
Olhar Direto propôs um debate com quatro perguntas iguais à professora Serys Slhessarenko (PRB), que está na política desde os anos 80 e ao policial federal Rafael Ranalli (Pros), que em outubro irá participar de sua primeira disputa eleitoral.

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Além das quatro perguntas de temas polêmicos como aborto, descriminalização de drogas, casamento homoafetivo e redução da maioridade penal, os candidatos também tiveram a oportunidade de fazer uma pergunta para o outro como fechamento do debate.

Formado em Direito e em jornalismo, o policial federal Rafael Ranalli, apesar de estar iniciando na política, já passou por partidos como Patriota, PSL e agora está no Pros. Seguidor convicto do deputado federal e candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), e apontado pelo jornal Estadão como um dos 50 perfis de pré-candidatos a deputado federal que despontam na corrida eleitoral em todo o Brasil, o policial alega estar entrando na política por indignação com o rumo que os representantes eleitos estão levando o país.

Já a professora Serys Slhessarenko foi uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores, o PT, no estado de Mato Grosso. Ela permaneceu na sigla por 23 anos e chegou a ser deputada estadual e senadora, sendo a autora do projeto que regulamentou a delação premiada, instrumento que revelou a participação de políticos, empreiteiros e ex-diretores da Petrobras. Desde 2015 filiada no PRB, a ex-senador já disputou o cargo de prefeita de Cuiabá em 2016 e agora em 2018 tenta uma vaga na Câmara Federal.

Confira abaixo o debate proposto por Olhar Direto aos dois prá-candidatos:

1) Quais são os posicionamentos dos dois candidatos em relação ao aborto?

Serys Slhessarenko - Sou contra o aborto, acho que há vários métodos contraceptivos para que as pessoas se cuidem, sem que seja necessário tirar uma vida. Concordo apenas com o aborto legal, aquele realizado em caso de estupro ou quando oferece perigo a vida da gestante. Porém, outra questão muito importante, que tem que ser discutida é de que os homens também precisam ser responsabilizados pelo aborto, porque até agora só as mulheres estão sendo responsabilizadas por isso. Eles precisam conhecer os métodos contraceptivos e se cuidar.

Rafael Ranalli – Sou totalmente contra a descriminalização do aborto. Acho que a atual agenda progressista e da nova ordem mundial e globalista tende a relativizar tudo. O que temos é que conscientizar a população de só fazer filho quando tem a condição de criar. Isso passa pela educação da população. O aborto além de ser imoral é anti-cristão. Temos que dar o direito de vida à criança. Quem defende esta pauta de morte dos bebês, que é o aborto, geralmente defende a vida do bandido. Então é uma pauta que sou contrário.

2) O que os dois candidatos acham do tema legalização de drogas?

Serys Slhessarenko - A legalização das drogas é um assunto que precisa ser amplamente discutido e que depende de vários fatores e serviços que ainda são precariamente oferecidos à população. Na situação em que nossa sociedade se encontra, os jovens são muito usados pelos traficantes. Enquanto a venda de drogas for para dar riqueza a meia dúzia de traficantes, assassinos, violadores de direitos e incriminadores de pessoas, muita gente vai morrer. E muitas dessas pessoas, desses jovens, acabam entrando para o tráfico por causa da pobreza, encontram no tráfico uma maneira de sair da situação de miséria, o que não é justificativa, mas é o que infelizmente acontece. Então, quem tem que ser processado duramente é o traficante e nesse viés, a liberação talvez seja um meio de tirar esse poderio das mãos desses criminosos. É claro que precisamos de muita discussão sobre o assunto, porque também é uma questão de saúde pública. Inclusive, temos que falar das drogas lícitas, por exemplo, quando teve o projeto para tirar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) da cachaça, eu era membro da Comissão de Justiça do senado, onde passa tudo, e quando esse projeto passou por nós eu fui contra, fiz o substitutivo e consegui aprovação para derrubar o projeto que queria tirar o IPI da cachaça, porque é uma droga também que causa violência nos fins de semana, dentro de casa. As pessoas bebem e vão para dentro de casa bater, espancar e matar. É uma questão de saúde pública, vejamos a cirrose, é uma doença pavorosa. Para que tirar o IPI da cachaça? Pra vender mais? Porque era interesse de quem? Vamos tirar o IPI de alimentos que fazem bem para saúde do consumidor. O cigarro também é uma droga, um vício terrível, um suicídio permanente. Imagina como está o pulmão dessas pessoas? Quanto não se gasta com saúde pública em tratamento de doenças que tem sua origem no cigarro? O problema maior acho que é como fazer o controle se forem legalizadas. Eu não tenho convicção, mas creio que com a liberação os traficantes estariam derrotados. Agora, é preciso muito trabalho de educação a ser realizado com a sociedade e juventude para isso. A juventude tem que ser o presente, precisa ter expectativa de vida, para não ir pro desvirtuamento, para droga, para o crime. O jovem precisa ver no seu entorno que seus familiares tem trabalho, moradia, condições de saúde, educação de boa qualidade, ele precisa se sentir presente na sociedade, que ele vai ter um futuro para fazer o que quiser, ser dono do seu destino, e para ter essa expectativa tem que ter esse entorno familiar. Se ele vê os avós sem remédio da Farmácia Popular, seus irmãos sem emprego, criança sendo assassinada a caminho da escola, como no Rio de Janeiro. Se ele vê isso, o que ele pensa que tem de expectativa de vida? O jovem tem que ser bem cuidado, tem que saber que a sociedade está dando mínimas condições de vida para todos. Nosso Mato Grosso é grandiosíssimo em termos de produção, mas onde estão as políticas públicas? Como é que ficam nossas crianças? Nossas políticas públicas são fraquíssimas. Somos ricos economicamente e pobres de políticas públicas. É preciso agregar valor em parcela dessa riqueza de exportação de produtos, da soja, do algodão, do milho, do porco, do boi, para gerar impostos e empregos que a população necessita. A baixa dignidade de existência e expectativa de vida pela falta de políticas públicas leva as pessoas ao vício das drogas. Precisamos aprofundar a discussão nesse assunto. 

Rafael Ranalli – Sou totalmente contra. Além de eu ser policial e conhecer os malefícios que isso causa a segurança pública, como pai de família, eu entendo que isso prejudica as famílias brasileiras. Veja que a maioria dos envolvidos, seja no consumo ou no tráfico de drogas faz aumentar a criminalidade e os problemas familiares. Então vai no contra-senso da família de bem do Brasil, que hoje é totalmente contra. Se você ver as pesquisas, cerca de 90% da população é contra a descriminalização da maconha, que nada mais vai ser a porta de entrada para drogas mais pesadas, além do que sabemos que a liberação da maconha, passa pelo processo de ‘idiotização’ da população, deixar a população mais boba e anestesiada para os verdadeiros problemas.

3) Qual a opinião dos candidatos sobre o casamento homoafetivo?

Serys Slhessarenko -
 Sobre esse assunto há muita mistificação, quando na verdade ele é muito simples. A meu ver a orientação sexual de cada um é uma questão de foro íntimo e que não cabe discussão. Cabe apenas respeito. Agora, o reconhecimento legal de uma relação homo afetiva foi uma luta deste segmento para a garantia de direitos, já presentes nas relações heterossexuais, e que na minha opinião, em boa hora foram reconhecidos pelo Direito Brasileiro, a exemplo de outras tantas sociedades modernas.

Rafael Ranalli – Não sou contra a união civil de pessoas do mesmo sexo. Acho que elas tem que ter o direito legal de passar o seus bens após uma vida em comunhão. Isso é uma coisa, o que eu não concordo é que o casamento seja religioso ou de qualquer outra forma de pessoas do mesmo sexo. Isso não é natural e não concordo. Agora a união civil, que passa pelo gosto pessoal da pessoa, isso acho que ninguém tem que influir. Isso é uma opção pessoal e não deve nem ser trazido ao campo político. O que temos que ter consciência é que o que o casamento dita, é a união de pessoas de sexo diferente. O que as pessoas do mesmo sexo devem ter, e ai com o amparo legal, é o direito de se unirem civilmente.

4 – O que os candidatos pensam sobre a redução da maioridade penal?

Serys Slhessarenko -
 Não sou a favor, porque não adianta reduzir. Se reduzir de 18 para 16 anos os traficantes vão atrás dos que tem 14 e isso não resolve. No caso do tráfico, por exemplo, acredito que o combate ao traficante tem que ser feito incansavelmente. Temos que salvar a juventude. E além do combate ao traficante, depende mais ainda de educação e uma série de outras coisas. Os jovens são a parte mais frágil da sociedade, ainda está despreparado, tentando buscar caminhos e passando por dificuldades. Em muitos casos enxergam em determinadas ações criminosas a salvação da miséria e isso não é verdade. Essa questão é muito difícil, depende de um trabalho de educação que não temos ainda. Não vejo como uma coisa fácil e rápida de ser resolvida. Outra questão relacionada a isso que temos que ficar de olho são os jovens que saem do serviço obrigatório militar. Eles receberam a formação militar, mas qual a expectativa depois que são dispensados? Eles têm um curso superior esperando por eles? É aí que viram presa fácil do crime.

Rafael Ranalli – Sou completamente a favor da redução da maioridade penal, e digo mais. Tem uma corrente de que a maioridade penal seria aos 16 anos, eu consigo dizer que sou mais agressivo que isso. Para mim, com 14 anos, a dita criança ela já é capaz de fazer e ter discernimento de muitas coisas. Temos que rever isso, a redução da maioridade penal é outro anseio da população, mais de 90% da população também quer a redução da maioridade penal e entendo que neste primeiro momento, o mínimo que teremos que rever é fazer diminuir para 16 anos a maioridade penal.

Serys Slhessarenko pergunta para Rafael Ranalli - Mato Grosso lidera entre os estados do país com maior taxa de feminicídio. Foram quase 5 a cada 100 mil em 2017, colaborando para a quinta colocação brasileira no ranking mundial de assassinatos de mulheres pela condição de ser mulher.Neste dia 07 de agosto a Lei Maria da Penha completa 12 anos e nos mostra que precisamos buscar novas maneiras de solucionar o problema. É comum vermos na mídia do nosso estado reportagens sobre violência física, psicológica e até assassinatos de mulheres, mesmo de casos em que o agressor já havia sido denunciado à justiça. Diante disso, o que você pensa que seria uma solução para a diminuição de casos de violência doméstica e feminicídios?

Resposta: Acho que o problema é o homicídio de maneira geral. Mulheres estão morrendo, mas homem estão morrendo também. Todo mundo está morrendo, não só a taxa de feminicídio, que é uma maneira que usam para segregar ainda mais a sociedade. Todo os cidadãos tem sofrido com a violência, tanto é que medidas duras com a legislação mais agressiva, mais rígida, tendo o bandido medo da punibilidade, seria interessante para qualquer sexo independente de mulher ou homem. O próprio porte de arma, a facilidade de acesso ao porte de arma, traria mais segurança de que uma lei inócua na mão. Temos que se preocupar no contexto geral, acredito que se aumentarmos a rigidez da lei. Um exemplo é a castração química para estuprador de mulheres, já seria um grande passo para diminuir este tipo de crime. Em um contexto geral diminuiria todos os crimes. Lembrando que até nos casos de violência doméstica, o homem, ele tem uma proporção de cada cinco, quatro vítimas são homens. Então no geral, ainda continua morrendo mais homens. Isso não vem ao caso, o importante é de que de maneira geral, a violência seja combatida. Quer dizer, não vamos defender por que estão matando mulher, nós iremos defender por que estão matando seres humanos. Seja homem, seja mulher, seja criança, seja idoso.

Rafael Ranalli pergunta para Serys Slhessarenko - A candidata tem entendimento da agenda sócio-comunista implantada no país, que atende a agenda globalista e causou a este país no passado nos últimos anos, mais especificamente depois dos anos de 1985, que tem como fim atender estas pautas globalistas que visam destruir a família, a pátria e o cristianismo?

Resposta: Serys não respondeu esta pergunta até a publicação da reportagem.

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