Após uma sessão tumultuada e em uma manobra estratégica do deputado tucano, Wilson Santos, vice-líder do governo na Casa de Leis, que também apresentou nesta terça-feira (07), um pedido de abertura de CPI para investigar a suposta rede de escutas ilegais em Mato Grosso, mas que começasse em 2011, data apontada como início dos grampos.
Wilson tomou essa atitude, mesmo após inúmeras declarações da deputada estadual, Janaina Riva (MDB), dizendo que iria apresentar nesta sessão as assinaturas necessárias para instaurar uma CPI para poder investigar se o governador tucano Pedro Taques, teve envolvimento no suposto esquema de grampos ilegais.
Em entrevista ao site Única News, nesta terça-feira, Janaina declarou que devido ao fato do Wilson não ter as assinaturas necessárias – conseguindo apenas sete, quando o mínimo exigido são oito –, ela protocolou o seu requerimento as 10h49 junto a Mesa Diretora com as 10 assinaturas.
Ainda relatou que está esperando o tucano protocolar o seu requerimento, porém, lembrou que será válido aquele que for protocolado primeiro, no caso, o dela.
Janaina disse que a prioridade nas investigações, não é atrapalhar a vida política de Taques, mas sim apresentar a sociedade a verdade, analisando se de fato ele participou do suposto esquema de grampos ilegais. “Eu não vejo nenhum atrapalho, pelo contrário, essa será a oportunidade de ele se defender aqui na Assembleia. Mas ele, é claro, será intimado para depor”.
Já sobre a questão do impeachment, Janaina disse que pretende aguardar o término das investigações, pois, inclusive, já tem um pedido em aberto e será cobrado ao presidente da Casa, o deputado Eduardo Botelho (DEM). Explicou também, que dependendo da conclusão da CPI, pode ser pedido o afastamento dele.
Ela também relatou que quanto ao pedido de arquivamento de uma das CPIs contra o governador – que tem três em aberto, sendo este o limite de acordo com o regimento interno da AL – já foi feito a Mesa Diretora.
“Só que não há uma necessidade de encerrar a CPI. Acho que é mais uma questão de o presidente acatar ou não as 10 assinaturas. Porque o nosso regimento preserva muito a minoria, então não é essa a necessidade. Mas por garantia, vamos pedir o arquivamento”, afirmou.
Já o deputado estadual, Zeca Viana (PSD), que também assinou o requerimento da parlamentar, acredita que essa manobra do tucano é uma declaração de culpa do governador, sobre o seu envolvimento no suposto esquema.
Ele destacou que está nítida a preocupação dos tucanos em não instaurar a CPI, sendo óbvio a culpa do governador, porém, o que estão tentando evitar é justamente essa exposição em período eleitoral.
“O Wilson apresentou um requerimento sem nenhuma assinatura, aquilo foi um desrespeito. Brincou com coisa séria. É obvio que depois ele saiu procurando por essas assinaturas e teve até deputado assinando nos dois pedidos”, destacou.
Viana pontuou que prova nítida do envolvimento de Taques, é que quando questionado por jornalistas, ele sempre altera o tom de voz, se esquivando do assunto.
“É obvio que é uma declaração de culpa do governador, eu não tenho dúvida disso. Do contrário, por que tanta preocupação? Por que usar de manobras desnecessárias? ”, questionou.
Ele ainda afirmou que a sua preocupação, é mostrar a verdade a população, reconhecendo a dificuldade de ser pedido o impeachment do gestor tucano.
E que apesar de haver já três CPIs em aberto investigando Taques, uma delas já teria expirado o prazo, dependendo apenas da decisão de Botelho em arquiva-la.
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