Uma parceria entre a unidade prisional feminina de Rondonópolis (245 km ao sul de Cuiabá) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) possibilitará que as reeducandas tenham um espaço para estudo e leitura. A biblioteca Patrícia Galvão contará, de início, com 400 livros, entre gêneros literários e outros, que foram arrecadados em uma campanha realizada pela UFMT e a comunidade local.
Conforme a diretora da unidade, Silvana Lopes, o novo espaço deve ser inaugurado em setembro. “Já está quase tudo pronto, falta só instalarmos o computador e finalizar a catalogação dos livros”.
A biblioteca será instalada em uma sala climatizada da unidade. Os móveis (mesa e estantes) foram confeccionados pelos reeducandos que trabalham na marcenaria da Penitenciária Masculina Major PM Eldo Sá Correa, também em Rondonópolis.
Leitura sem grades
A implantação da biblioteca na unidade é o desdobramento de um grupo de leitura coordenado por professores da UFMT. Após perceberam que o espaço onde eram realizados os encontros com as reeducandas estava pequeno e sem estrutura, os integrantes do projeto ‘Leitura sem Grades’, da universidade, em conjunto com a unidade e representantes da Promotoria de Justiça Criminal e da Vara de Execuções Penais propuseram melhorias.
Eles elaboraram a Portaria n. 001/2017 que trata da remição de pena por leitura para a Cadeia e em seguida promoveram uma campanha de arrecadação de livros. Conforme a professora da UFMT, uma das idealizadoras da biblioteca, Kátia Janzkovski Cardoso, os livros já estão em processo de catalogação no Departamento de Biblioteconomia da UFMT e deve ser entregue em breve à unidade.
O nome da biblioteca foi escolhido pelas recuperandas em homenagem a Patrícia Galvão (Pagu), nascida em 09 de junho de 1910. Ela foi uma intelectual, cronista, romancista, correspondente internacional, militante política, feminista e modernista de grande peso na história do Brasil.
O projeto Leitura sem Grades é ligado ao Departamento de Educação e ao Programa de Mestrado em Educação da UFMT desde o ano de 2015. O objetivo é levar literatura a grupos que se encontram com restrição de liberdade
Leitura por remição de pena
Além de um espaço para leitura e aprendizado, a biblioteca contribuirá para a remição de pena das reeducandas. De acordo com a Lei de Execução Penal, para alcançar a remição, a presa precisa realizar a leitura de um livro e posteriormente elaborar uma resenha, resumo ou comentário fundamentado.
No caso das internas de Rondonópolis, os textos elaborados são corrigidos pela equipe pedagógica da cadeia e/ou equipe do Projeto “Leitura sem Grades”, antes de serem encaminhadas ao juiz, para formalização dos dias remidos. A recuperanda poderá ler um livro ao mês, podendo remir, ao final de um ano, até 48 dias de sua pena.
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